Conferência sobre socialização de experiências para um novo fazer extensionista abre o 4º SEMEX

Conferência sobre socialização de experiências para um novo fazer extensionista abre o 4º SEMEX
10 de dezembro de 2020

Com a conferência “Extensão universitária e pós-pandemia: socialização de experiências para um novo fazer extensionista”, ministrada pela professora Adriana dos Santos Marmori, presidente nacional do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (Forproex), foi aberto oficialmente, na noite desta quarta-feira (9), o 4º Seminário de Extensão (SEMEX) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Este ano, o evento promovido pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da Instituição e destinado a docentes, discentes e técnico-administrativos da Instituição, está sendo realizado no formato virtual devido às imposições sanitárias decorrentes da Covid-19, e conta com transmissão ao vivo pelo Canal Rede UEPB no YouTube. Antes da palestra, houve a abertura oficial com participação do reitor Rangel Junior; do pró-reitor de Extensão, professor José Pereira da Silva; e do pró-reitor adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa, professor Cidoval Morais.

Ao abrir o evento, professor Pereira destacou que o SEMEX 2020 nasceu com a proposta de trazer perspectivas para as possibilidades pós-pandemia, mesmo com o cenário incerto. Ele ressaltou que, mesmo com as dificuldades impostas pela Covid, a extensão não parou na UEPB e desenvolveu inúmeras ações voltadas para a sociedade, mesmo de forma remota, e hoje tem um conjunto de projetos sendo desenvolvidos. O pró-reitor observou que a temática central do 4º SEMEX é atual, porque permite perceber o que foi realizado ao longo da pandemia, observar o que não foi possível fazer, bem como lançar luzes para o futuro.

José Pereira considerou que a extensão na UEPB obteve muitos avanços nos últimos anos, tendo, inclusive, conseguido ampliar a quantidade de alunos e professores participando das atividades extensionistas. Como desafio, Pereira citou a questão da creditação da extensão, que possibilita a todos os estudantes de Gradação da UEPB terem alguma experiência extensionista como elemento de formação ao longo do curso.

Grande incentivador da extensão na UEPB, o reitor Rangel Junior destacou que, ao longo dos últimos anos, tentou, dentro das possibilidades, estimular a capacidade criativa da Universidade em todos os sentidos, especialmente a capacidade de estender laços da Universidade com a sociedade. Em sua última solenidade no Semex como reitor, ele destacou a força e o papel da extensão nessa aproximação com as comunidades e observou que o conhecimento científico produzido na academia, aliado ao conhecimento popular, vai além de relatórios, tendo a extensão um relevante papel nesse processo, pois cria a capacidade de compreender o conhecimento produzido na sociedade, trazendo para a Universidade essas formas de saber popular.

“Nossa extensão conseguiu, ao longo desse período, dar respostas à nossa sociedade. Sem dúvida alguma, o grande desafio que enfrentamos é criar condições para que a extensão seja efetivamente reconhecida e consagrada como experiência curricular e fundamental na formação dos sujeitos. Esse é um momento de celebração”, destacou Rangel.

O pró-reitor adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa, professor Cidoval Morais, considerou a abertura do 4º SEMEX como histórica e disse que o evento traduz a resistência da UEPB e, ao mesmo tempo, faz o enfrentamento da realidade que estamos vivendo, não apenas trazendo a possibilidade de leituras, mas oferecendo alternativas para superar a crise causada pela pandemia. “A pandemia tem uma pedagogia extremamente cruel. Mas, ao mesmo tempo, paradoxalmente, o vírus que nos aproxima da morte traz um sentido de esperança e energias que nos motivam a construir soluções”, observou, acrescentando que muitos elementos que surgiram ao longo da pandemia são visíveis na extensão.

Após a abertura oficial, aconteceu a conferência da professora Adriana dos Santos Marmori. Em sua palestra, a professora lembrou que o tema traz a perspectiva para o pós-pandemia, visto que a sociedade está se reinventando em decorrência da Covid-19. Antes de aprofundar o tema, ela citou alguns dos movimentos das últimas três décadas que reconheceram o valor da extensão universitária como o que a tornou indissociável do ensino e da pesquisa. A pesquisadora fez um relato da pandemia e mostrou que os vínculos criados pelas universidades com a sociedade, antes da crise, não foram quebrados, mas conseguiram desenvolver uma extensão ancorada nos meios digitais de comunicação.

As universidades, segundo ela, estão construindo uma nova extensão e se reinventando na reconstrução dos fazeres pedagógicos, bem como replanejando ações institucionais. Mesmo de forma remota, as instituições têm acompanhado as demandas e promovido articulação com o poder público. Diante desse cenário, ela disse que as universidades não podem deixar de pensar no impacto de todas essas relações na formação dos estudantes extensionistas. Um dos desafios da extensão apontados por ela é garantir que as ações transformem socialmente o contexto da sociedade. Para a pesquisadora, as trocas de saberes são fundamentais para reconstruir esse novo caminhar com os alunos protagonistas.

Em relação aos desafios pós-pandemia, a professora destacou a necessidade das universidades potencializarem o uso das tecnologias digitais de comunicação como instrumento fundamental para manter a educação em funcionamento. O ensino híbrido, focado no uso das tecnologias, inevitavelmente estará presente nas instituições, com a ressignificação do próprio fazer acadêmico, com a necessidade do ensino remoto. “As práticas e fazeres acadêmicos estão se colocando numa nova dinâmica e em um novo formato do ensino superior”, frisou.

Para Adriana Santos, o grande desafio ainda será a inserção da extensão nos currículos de graduação. Ela lembrou que, nesse novo tempo, a extensão precisa ser revista numa nova perspectiva e ser desenvolvida em espaços diferentes, de forma virtual. Ela também lembrou que a extensão universitária não é apenas a transmissão do saber, mas uma mão dupla, visto que o conhecimento produzido também é científico.

Em sua quarta edição, o SEMEX segue nesta quinta-feira (10), com mesas redondas, debates culturais e minicursos, contemplando as áreas temáticas do seminário, que são: “Comunicação”, “Cultura”, “Direitos Humanos e Justiça”, “Educação”, “Meio Ambiente”, “Saúde”, “Tecnologia e Produção” e “Trabalho. O seminário deste ano tem como objetivo discutir os efeitos da pandemia da Covid-19 no contexto das universidades públicas brasileiras e as alternativas encontradas como forma de enfrentamento.

Texto: Severino Lopes
Imagens: Reprodução Canal Rede UEPB