Coordenadoria de Relações Internacionais realiza convênio e oferece intercâmbio virtual para docentes da UEPB
Ações de intercâmbio virtual entre instituições, docentes e discentes deverão se tornar tendência no período pós-pandemia. Com isso em mente, a Coordenadoria de Relações Internacionais (CoRI) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) promoveu algumas experiências do tipo em 2021, além de estudar novos convênios e planejar outras ações do gênero para o próximo semestre.
Desde o início da pandemia de Covid-19, decretada em março de 2020, a maioria das escolas e universidades do mundo passaram a ter aulas de modo remoto e virtual. Após quase dois anos, com a melhora dos índices da doença e o avanço da imunização, aulas presenciais deverão retornar. Contudo, estudiosos do campo educacional afirmam que algumas tendências deverão se manter e algumas práticas sofrerão modificações.
O professor Cláudio Lucena, coordenador de Relações Internacionais e docente do curso de Direito do Câmpus I, afirma que maiores aproximações de modo virtual entre universidades de todo o mundo serão uma tendência no pós-pandemia. “É importante frisar que a UEPB tem investido muito em internacionalização nos últimos anos. Mas, por mais que se invista, há um limite para a internacionalização física. É bastante caro este tipo de mobilidade, uma vez que envolve passagens, hospedagens, burocracias, tudo em moeda estrangeira e mais valorizada”, comentou Cláudio Lucena.
Uma vez que a CoRI já vinha pensando sobre melhorar os índices de internacionalização da UEPB, foi elaborado um novo projeto para ações de intercâmbio virtual. Para isso, reuniu professores que já tinham tido ou pretendiam ter algum tipo de experiência de troca com universidades estrangeiras. Até o momento, o cadastro conta com 19 docentes da Instituição, que ainda pode ser expandido. “Decidimos transformar essas experiências em uma iniciativa institucional, reunir docentes interessados e fechar parcerias”, relatou o professor Cláudio.
Em uma de suas disciplinas ministradas este ano no curso de Direito, o professor Cláudio Lucena realizou um laboratório de intercâmbio virtual, bem como outros docentes da UEPB fizeram ações de modo experimental. Após a institucionalização do processo, planeja-se firmar parcerias formais para o próximo semestre letivo na UEPB.
A professora do curso de Letras/Espanhol, Thays Keylla de Albuquerque, foi uma das docentes cadastradas para a nova ação da CoRI e, em agosto deste ano, recebeu uma resposta da professora Alejandra Bagnoli, da Universidad Nacional de Rosario, na Argentina, que buscava docentes do curso de Letras para uma parceria Brasil-Argentina. Após contatos mediados pela Coordenadoria por e-mails e reuniões virtuais de como concretizar a parceria, decidiram por promover um intercâmbio de aulas.
“Ela se comprometeu a preparar o material e uma aula para a disciplina de Literatura Hispânica Contemporânea, enquanto eu me comprometi a preparar material e uma aula para a disciplina de Português I”, relatou Thays. Em setembro, a professora ministrou uma aula para os estudantes da universidade argentina sobre particularidades do Nordeste Brasileiro, em que apresentou autores como Manuel Bandeira e Clarice Lispector, além de conversar sobre a cultura do Carnaval de Recife, e do São João de Campina Grande para a turma de Português I dos cursos de Licenciatura em Serviço Social (Trabajo Social) e Licenciatura em Turismo.
No dia seguinte à aula da professora Thays Albuquerque, a professora Alejandra Bagnoli ministrou uma aula, também remota, sobre o escritor Martin Rejtman e seu conto “Rapado” para a turma de Literatura Hispânica Contemporânea, de Licenciatura em Letras/Espanhol da UEPB. “Ambas as atividades duraram cerca de uma hora e vinte minutos e foram muito proveitosas para os discentes, que se sentiram estimulados em falar com uma nativa da língua estrangeira que estudam, além do aprofundamento no conhecimento teórico”, afirmou Thays Albuquerque.
Depois das aulas, as professoras trocaram e-mails e pensaram na possibilidade de continuar a parceria no próximo semestre. A docente disse que a experiência de cooperação internacional permitiu uma vivência diferenciada para os estudantes e para as docentes das duas universidades e percebeu que é fundamental poder ter contato com falantes nativos da língua em estudo. “Poder, como professora, proporcionar isso aos estudantes da UEPB e ao mesmo tempo poder levar a língua portuguesa e a cultura nordestina para outro país é de um valor imensurável. Minha esperança é que outras ações como essa possam ser feitas e de forma mais frequente na UEPB, como uma maneira de construir uma formação mais rica e sólida aos nossos estudantes”, concluiu a docente.
Texto: Juliana Rosas