Curadora de Cordel do Museu de Arte Popular da Paraíba participa de live da Biblioteca Nacional de Brasília
Nesta sexta-feira (18), às 15h, a consultora de Cultura e curadora da Sala de Cordel do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), professora Joseilda Diniz, participa da live “Curadorias Ilustrando Vidas – Arte e Empatias”. A atividade encerra um ciclo de transmissões ao vivo, pela Internet, do artista Jô Oliveira, configurando-se como contrapartida ao Prêmio Culturas Populares – Edição Teixeirinha, com que foi contemplado em 2019. A iniciativa é da Biblioteca Nacional de Brasília, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, e da Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo, ambos do Governo Federal.
Conforme Joseilda, a live abordará vários temas, a exemplo de como começou a parceria de Jô com o MAPP. Desde 2015, ele é ilustrador de algumas exposições do Museu, tendo colaborações, inclusive, nas mostras que trataram de Leandro Gomes de Barros e Lourdes Ramalho. Jô também contribuiu em trabalhos que homenagearam Manoel Monteiro, Zé Laurentino, Toinho da Mulatinha e Jackson do Pandeiro, entre outros.
Para Joseilda, a arte de Jô Oliveira traduz e enriquece a herança cultural do Nordeste. “A partir de seu universo gráfico, distinto, colorido e cheio de detalhes, ele dá uma maior visibilidade às poéticas envolvidas em nossa criatividade regional, tornando-as ainda mais vivas e atraentes. Jô é um artista do mundo que veio ampliar a voz dos artistas locais”, explanou.
Outro tópico abordado pela docente será a importância das bibliotecas, notadamente a Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida. Patrimônio da UEPB, ela é considerada a maior coleção de Literatura de Cordel da América Latina. “Tanto os museus como as bibliotecas têm essa característica de guardar tesouros. Claro, são espaços de proteção e preservação, mas, principalmente, de diálogo, abertura e convite, de trazer as pessoas para ver quão bonito é o conhecimento e inspirá-las, então faremos essa reflexão”, disse.
A live, que pode ser acessada AQUI, terá como mediadora a diretora substituta da Biblioteca Nacional de Brasília, Marmenha Rosário. A equipe técnica responsável é composta por Geraldo Araújo e Aparecida Moura.
Mais sobre Jô Oliveira
Pernambucano da Ilha de Itamaracá, Jô passou boa parte da infância na Rainha da Borborema e não é por casualidade que sua obra é repleta de referências ao cordel e à xilogravura das capas dos folhetos: ele se define como um apaixonado pela cultura popular brasileira.
Foi aluno da Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e morou em Budapeste, na Hungria, por seis anos. Frequentou a Academia Húngara de Artes Aplicadas, onde concluiu o curso de Artes Gráficas. Os primeiros trabalhos do artista foram impressos nos anos 70, na Itália. Publicou, igualmente, livros na França e na Alemanha. Já as histórias em quadrinhos tiveram edições na Espanha, Itália, Grécia, Sérvia, Dinamarca, Argentina e Brasil. Também participou em exposições de ilustração em diversas partes do mundo.
Pelo livro de imagens de sua autoria, “Os Donos da Bola”, recebeu a indicação de “Altamente Recomendável”. Seu primeiro livro publicado na Itália, “Compare Gatto Impara La Lezione” (Compadre Gato Aprende a Lição), fez parte do catálogo e da exposição oficial da Feira do Livro de Bolonha.
Desenhista de selos postais, criou mais de 50 peças filatélicas para os Correios, tendo ganhado quatro vezes a medalha “Olho de Boi”, pela criação do melhor selo brasileiro. Por duas vezes recebeu o troféu do melhor selo do mundo, na cidade de Asiago, na Itália. Foi agraciado com o Prêmio Tucuxí de Ilustração, o Troféu Carlos Estevão de Humor e o Troféu de Grande Mestre dos Quadrinhos, que lhe foi entregue durante o Festival Internacional HQ-Mix, em São Paulo, em 2004.
Texto: Oziella Inocêncio
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