Curso de Jornalismo completa 50 anos com projetos de destaque desenvolvidos ao longo desse período
Com 50 anos de criação, o curso de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) tem se destacado ao longo desse tempo não apenas na formação de graduação com excelência para profissionais da área, mas também por meio dos projetos de pesquisa, extensão e eventos realizados. Este ano, três projetos vinculados ao curso completam 18 anos na ativa: o Festival Audiovisual de Campina Grande – Comunicurtas, Repórter Junino e Folkcom (Seminário Os festejos juninos no contexto da folkcomunicação e da cultura popular)
Idealizado pelo professor Fernando Firmino, o projeto Repórter Junino surgiu na sua própria turma de Novas Tecnologias da Informação e Comunicação em 2005, quando, diante da proximidade do São João, foi proposta uma atividade prática – um site para cobertura da festa junina, como atividade deste componente curricular com caráter eminentemente teórico. O professor Fernando Firmino, coordenador do projeto, lembra que o sucesso foi imediato e foram realizadas demais edições nos anos seguintes contando com participação dos alunos. O referido projeto tornou-se um espaço de laboratório para formação em jornalismo digital e cobertura do São João e da Cultura Popular, além de ter reconhecimento da imprensa.
“A cada edição é muito comum os alunos entrarem nos seus primeiros espaços nas organizações jornalísticas de Campina Grande e do estado. Uma boa parte dos profissionais que estão no mercado e atuando em TV, portais, assessoria de imprensa ou até mesmo em pós-graduação tiveram suas primeiras experiências no Repórter Junino. O projeto funciona como se fosse uma redação e em dois ritmos: factual e reportagens especiais. Além disso, temos treinamento da equipe e experimentação em outros formatos, como documentários, realidade virtual, jornalismo móvel, fotografia. Enfim, é um ambiente também de inovação que agrega aos alunos e futuros profissionais. Mas gosto de destacar que um dos objetivos do projeto é a cobertura especializada em cultura popular, em resgate das manifestações culturais genuinas como quadrilhas, repentistas, artesanato, culinária regional. O projeto hoje é conhecido não só em Campina Grande, mas no Brasil, porque teve um edital do MEC e reconhecimento em mapeamentos como o do Itaú Cultural e tem sido apresentado em eventos nacionais e internacionais”, relata Fernando Firmino.
A estudante do 5º período de Jornalismo e bolsista do Projeto Repórter Junino, Beatriz Virgínia, evidencia a importância da oportunidade de viver coisas que na faculdade na maioria das vezes dificilmente ocorrem. “Na minha perspectiva, os projetos do curso são essenciais para todos os estudantes e, a meu ver, todos deveriam passar por essa experiência. Justamente porque eu acredito que quando se vê as coisas não apenas na teoria, muda a perspectiva. E quando você participa, você reafirma seu lugar enquanto profissional. tem sido incrível”, avalia.
Outro projeto importante do curso de Jornalismo é o Comunicurtas, um festival audiovisual da UEPB que acontece anualmente desde 2006 como um espaço para a exibição de filmes de curta metragem e cinema independente. O festival é voltado a democratizar os espaços de produção e distribuição do audiovisual. Com entrada totalmente gratuita, o evento possibilita que a população tenha acesso às artes apreciando filmes locais e regionais. A 1° edição do festival aconteceu no Museu Assis Chateaubriand, onde 360 pessoas assistiram a exibição de 10 curtas nacionais.
“Nesse percurso de tempo do Comunicurtas nas 18 edições, ele cumpriu o seu papel desde as suas objetivações para sua criação. Então permanece, e se fortalece a cada ano. Particularmente, acredito que a gente tem contribuído muito na formação de tantos alunos e temos aprendido bastante nesse processo de gestão, para fazer o festival acontecer apesar das dificuldades. Este ano, temos muita expectativa de produção, de ação e terão muitos recursos de estudantes para suas produções audiovisuais”, afirma o coordenador do projeto, Hipólito Lucena.
Para a estudante do 8º período de Jornalismo, Relata Laura Almeida, que atua no projeto desde o início da graduação, a iniciativa é importante para possibilitar a experiência de atuação profissional jornalística aos alunos. “Minha primeira entrevista foi com Paulo Vieira, um dramaturgo paraibano, para o portal do Comunicurtas, e eu tenho uma foto desse momento que alguém da equipe registrou e até hoje tenho as perguntas que fiz a ele, porque ao mesmo tempo que estava nervosa, eu me sentia realizada de, logo no início do curso, estar participando de um projeto de cultura. Foi um marco pra mim, algo que ficou em meu coração e em minha memória. Após 2019, participei do projeto em 2021 e 2022 e, por conta dessa experiência tão boa, em 2019, continuei no portal nos anos seguintes, mas assumi a função de coordenação da equipe de portal”, relembra.
Também realizado no âmbito das festas juninas, o 18º Seminário Os Festejos Juninos no Contexto da Folkcomunicação e da Cultura Popular, realiza a edição deste ano em homenagem aos 50 anos do curso de Jornalismo da UEPB, e uma das temáticas a serem trabalhadas é a religiosidade popular. Folkcom é uma rede que busca o desenvolvimento de estudos e pesquisas científicas ligadas à Folkcomunicação. Todo ano a rede promove seminários de nível nacional, internacional e regional, evento anual sediado na UEPB, em Campina Grande-PB, que já contou e conta com grandes nomes do jornalismo paraibano. Após três anos de edições em formato remoto, devido à pandemia, o evento tende a se assumir, possivelmente, de forma híbrida.
O coordenador do projeto, professor Roberto Faustino, ressalta a importância do Folkcom para a formação dos estudantes. “É uma oportunidade única, seja para atuar no evento na prática ou como ouvinte, o aluno tem de alcançar uma bagagem de conhecimentos e avançar muito mais. Muitas vezes, ao longo das edições, percebemos os resultados através das salas de aulas, uma perspectiva diferente do olhar do aluno, até mesmo inovações no campo jornalístico, sobretudo uma experiência engajada e protagonista”, relata.
Para a estudante de Jornalismo Alberta Figueirêdo, que participou do evento em 2020 e foi monitora de palestras, foi uma experiência muito diferente, momento único para todos os envolvidos. A estudante fez parte da equipe de assessoria, produção de textos para as redes sociais, releases e assim por diante.
“Termos um evento de folkcomunicação na nossa Universidade agrega muito nossa cultura, nos permite conhecer sobre o folclore nos meios de comunicação. E isso é bastante importante, tanto para nossa formação acadêmica como pessoal”, comenta Alberta.
Texto: Louyz Rodrigues (estagiária)
Fotos: Alberta Figueirêdo, Arquivo Repórter Junino, Arquivo Comunicurtas
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