Desenvolvimento de bioprodutos é tema de workshop promovido pela Pós em Ciências Farmacêuticas
As plantas medicinais são produtos importantes para o desenvolvimento de pesquisas que visam o melhoramento da saúde coletiva. O uso delas no tratamento e na cura de enfermidades contribuem não apenas no acesso da população a remédios eficazes, mas, sobretudo, com pesquisas desenvolvidas em universidades que prestam serviço no estudo clínico da biodiversidade. E para ampliar o debate sobre essas questões, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), deu início, nesta terça-feira (3), ao 2º Workshop Produtos naturais: Química, Farmacologia e Desenvolvimento de Bioprodutos, no Auditório do Departamento de Psicologa, no Câmpus de Bodocongó.
Uma das palestras que problematizou o assunto foi a da professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Terezinha Gonçalves da Silva, que destacou desde o cenário amplo dos estudos das plantas medicinais, até as relações de mercado que são necessárias para que as pesquisas possam chegar de maneira mais efetiva na sociedade. “Temos um estudo de produtos naturais muito amplo no Brasil no que diz respeito às plantas medicinais. Entretanto, há um paradoxo onde, ao mesmo tempo que temos a maior biodiversidade do mundo, ainda encontramos muitas dificuldades para colocar os produtos sob o alcance das pessoas”, disse a professora.
Ainda de acordo com Teresinha, muitos estudos de plantas ficam pelo caminho devido às falhas dos modelos em testes desenvolvidos ao longo da pesquisa, o que leva o estudo pré-clínico em muitas espécies a não chegar na fase de testes em pacientes. “Nós precisamos ter uma visão maior do poder desses estudos, desde as técnicas desenvolvidas nas pesquisas, bem como a nossa aproximação com as empresas farmacêuticas que podem levar os remédios naturais ao mercado”, acrescentou.
A coordenadora do workshop, professora Vanda Lúcia dos Santos, destacou que as questões que estão sendo tratadas no evento são fundamentais para o desenvolvimento de pesquisas, uma vez que as abordagens científicas passam pelas áreas da Farmacologia, Química, além do desenvolvimento de bioprodutos. “Nossa proposta é integrar os alunos da graduação e da pós-graduação para que eles tenham um panorama do que essa área oferece em termos de pesquisa. Nossas atividades chamam atenção porque elas abordam experiências não só do campo da Farmácia no Brasil, mas também em outras partes do mundo”, pontuou.
Essa integração com outras realidades no campo de pesquisas na área de Farmácia aconteceu na palestra “Alcalóides de Rutaceae: drogas multipropósito?”, ministradas pelo professor Fábio Boylan, da School of Pharmacy, Trinity College Dublin, Universidade de Dublin, no turno da manhã. Durante sua explanação, o professor apresentou os estudos que são feitos em laboratórios na Irlanda, evidenciando semelhanças e diferenças de abordagens nos estudos fármacos. Também durante a manhã foi ministrada a palestra “Produtos Naturais com potencial para proteção de integridade da mucosa em doença de refluxo gastroesofágico”, com o professor Francisco José Batista Júnior.
À tarde, também foram realizadas as palestras “Inovação e Tecnologia Farmacêutica no Desenvolvimento de Medicamentos”, com o professor Pedro José Rolim Neto, e “Parceria Universidade – Indústria como foco em P&D de produtos naturais”, sob o comando do professor Ádley Antonini Neves de Lima. À noite aconteceu a mesa redonda “Linha de pesquisas do PPGCF”, com docentes do Programa. Nesta quarta-feira (4) as atividades continuam com a mesa redonda “Empreendedorismo e patentes no PPGCF: as patentes da UEPB como agentes promotores da inovação regional” e as palestras “Isolamento e identificação de metabólitos secundários oriundos de plantas medicinais e organismos marinhos”, “Atividade cardiovascular de plantas medicinais do semiárido: perspectivas e inovações”, “Sistema Ecoprodutivo de Fitoprodutos com Plantas Medicinais Nativas do Bioma Caatinga” e “Da planta ao medicamento – A ‘nova’ terapêutica dos fitoterápicos”.
Texto: Givaldo Cavalcanti
Fotos: Givaldo Cavalcanti e Paizinha Lemos
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