Dia da Enfermagem: profissional e estudante refletem sobre os desafios e conquistas da profissão
O que seria do mundo sem aquelas pessoas que, segundo a fundadora da Enfermagem moderna Florence Nightingale, optaram por servir ao próximo porque sabiam que todos um dia precisariam de ajuda e escolheram a enfermagem por amor e respeito à vida? Como superar a pandemia de Covid-19 sem o trabalho dedicado e incansável de enfermeiras e enfermeiros? Neste 12 de maio, data em que mundialmente é celebrado o Dia da Enfermagem, em homenagem à enfermeira Florence Nightingale, uma profissional e uma estudante do curso de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) apresentam relatos e vivências sobre os desafios e conquistas cotidianas deste campo técnico, científico e humano.
Proveniente de escola pública, sendo a primeira da família a fazer curso de Ensino Superior, a estudante do 7º período de Enfermagem da UEPB, Renata Marculino, avalia que escolheu este curso como uma forma de fazer a diferença na vida do próximo, e atualmente, a graduanda fala da profissão escolheu com amor.
“Quando você se depara com um curso que tem a sua base voltada para a ciência e o cuidado com o outro, a cada aula, a cada período vencido, a cada paciente atendido nos estágios, a cada ensinamento adquirido com os professores e com as vivências dos pacientes, percebemos que a enfermagem se torna parte de nós. Agradeço a Deus pela oportunidade de ter escolhido esta profissão, da dadiva de poder oferecer o melhor para cada paciente. Digo ainda que a gente presta todo esse cuidado ao paciente, mas, recebemos também muito amor e acolhimento. A experiência de ver um sorriso no rosto de cada paciente após a assistência prestada é algo extremante gratificante. Espero que no meu percurso profissional eu possa dedicar todos esses conhecimentos adquiridos para prestar uma assistência humanizada ao paciente, sempre respaldada por evidências, mas, também com empatia”, declara Renata.
Egressa do curso de Enfermagem da UEPB a técnica administrativa da Instituição, Carla Carolina Freitas, que integra a equipe da Clínica Escola de Enfermagem, onde funciona a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Professora Odete Leandro Oliveira, relata com carinho as principais vivências do seu campo profissional. Doutoranda em Enfermagem no Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Carla Freitas fez o curso técnico de Enfermagem antes de ingressar na graduação da UEPB e ser aprovada no concurso público para atuar profissionalmente na Instituição, e reitera que todos esses passos são a realização de um sonho que é concretizado na sua atuação cotidiana.
“Sou extremamente realizada com minha profissão e por estar na UEPB, que é a Instituição que me acolheu enquanto estudante e hoje me possibilita exercer meu ofício. Mas, eu entendo que todos os dias precisamos enfrentar diversos desafios para proporcionar conforto e atender às necessidades dos nossos pacientes, o que exige muita dedicação física e psicológica. Por outro lado, vivenciar a melhoria na qualidade de vida das pessoas, acompanhar a evolução nos quadros de saúde, é uma grande alegria para nós. Essa são as alegrias possíveis em momentos tão difíceis”, avalia Carla.
A estudante Renata Marculino aponta alguns desafios a serem vencidos para a atuação profissional, alguns destes evidenciados com a alta demanda de trabalho decorrente da pandemia de Covid-19, tais como: a falta de condições de trabalho e desvalorização salarial. A enfermeira Carla Freitas lembra que há uma reivindicação de classe por piso salarial justo e uma carga horária limitada.
Atualmente está em tramitação no Senado o Projeto de Lei 2295/2000 que prevê a limitação da carga horária de trabalho dos profissionais da Enfermagem para 30h semanais. Atualmente não há um limite à jornada de trabalho. Também está tramitando o PL 2564/2020, que pretende definir um piso salarial para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, além de parteiras da rede pública e privada.
No entanto, apesar das dificuldades, Carla Freitas reconhece que o cenário pandêmico também permitiu uma maior visibilidade e reconhecimento por parte da sociedade. “Hoje por conta da pandemia, acredito que a população tem outro olhar para a Enfermagem, o público nos reconhece como profissionais que estão do seu lado, que se dedicam, que oferecem a mão e o conforto. Diante de tanta tristeza desse período, ter essa valorização perante a comunidade é uma satisfação. Hoje mais do que nunca a Enfermagem mostra o cuidado incondicional, sorrir com os olhos e transmitir amor com as mãos”, reflete Carla.
Enfermagem na UEPB
O Curso de Enfermagem da Universidade Estadual da Paraíba teve seu início no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Regional do Nordeste (URNe), mantida pela Fundação Regional do Nordeste (FURNe), com sede na cidade de Campina Grande, Estado da Paraíba. O Curso foi pensado desde 1973, com início de funcionamento em 04 de março de 1974, legalmente instituído pela Resolução CONSEPE nº 07/74, de 18 de janeiro de 1974, e denominado Curso de Licenciatura em Enfermagem. O reconhecimento do curso ocorreu por meio da expedição do Decreto Presidencial nº 82.373, de 4 outubro de 1978.
Em 1988, através da Resolução/URNe/CONSUNI/001/88, foi criada a Licenciatura Plena em Enfermagem, como modalidade do Curso de Enfermagem e Obstetrícia, cujo currículo foi reestruturado e aprovado pela Resolução/URNe/CONSEPE/003/88.
A partir do semestre 96/1, conforme o Art. 1° do Parecer 314/94 o curso passou a denominar-se: Curso de Graduação em Enfermagem, substituindo a anterior denominação de Curso de Enfermagem e Obstetrícia. A reforma curricular do Curso de Enfermagem (Resolução/UEPB/CONSEPE/25/99) aprovada em 1999, no Art. 2º deste documento estabeleceu que o Curso de Graduação conferiria graus de Bacharel e Licenciado aos alunos que cumprissem o constante da resolução, estabelecendo a Licenciatura como habilitação eletiva. O curso passou a ter a duração mínima de 5 (cinco) e máxima de 7 (sete) anos.
Atualmente, além da graduação a UEPB conta com um Programa de Pós-graduação que oferta mestrado e doutorado desenvolvidos na área de concentração: Enfermagem em Promoção à Saúde.
Além disso, a Clínica de Enfermagem onde funciona a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Professora Odete Leandro já conta com cerca de mil pessoas cadastradas. A equipe tem médico, enfermeira, técnico de Enfermagem, técnico em Farmácia, assistente social, recepcionista e auxiliar de serviços gerais, a maioria dos profissionais disponibilizada pela Secretaria de Saúde e outros da UEPB. O espaço também serve à realização de atividades práticas de estudantes concluintes do curso de Enfermagem da UEPB e desenvolvimento de atividades de pesquisa.
O espaço conta com consultório médico, sala de curativos, recepção, sala de vacina, consultório de enfermagem, almoxarifado, sala de reunião, entre outros ambientes. Entre os serviços oferecidos estão consulta de Enfermagem, consulta médica, consulta de Odontologia e assistência à saúde da mulher, saúde do adulto, saúde do idoso e demais serviços que uma UBSF dispõe.
Texto: Juliana Marques
Foto: Divulgação
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