Documentário dirigido por egressa de Jornalismo sobre barbárie de Queimadas vence prêmio Expocom Nacional
Um documentário produzido pela jornalista egressa do curso de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Ana Carolina Diógenes Magalhães, retratando a “barbárie de Queimadas”, conquistou o primeiro lugar no prêmio Expocom Nacional. Para chegar a etapa nacional, a jornalista teve que vencer as etapas estadual e regional.
O documentário “A Década em que nada mudou”, venceu na categoria Jornalismo/ Documentário jornalístico e grande reportagem em vídeo e televisão. A produção teve orientação da professora da UEPB, Michele Wadja, e foi o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da então discente. Em 2020, ela também venceu, junto ao estudante Gabriel Heitor Alves, o Expocom Nordeste e o Expocom Nacional, com a reportagem em telejornalismo intitulada “Aquela que serve”.
A cerimônia de premiação do prêmio Expocom Nacional aconteceu entre os dias 5 e 8 de setembro, na PUC Minas, em Belo Horizonte. Feliz pela conquista, a jornalista fez questão de reconhecer a importância do curso de Jornalismo da UEPB na sua formação. “Eu fui para a premiação representando o Nordeste, e concorri com trabalhos de jornalistas do Sul, Sudeste, Norte e as outras regiões do País”, explicou.
O documentário mostrou a visão dos profissionais que trabalharam na apuração do crime e como o lado humano dos personagens se relacionou com a função que exerciam, a exemplo de policiais, juízes que atuaram no caso. A investigação buscou também entender como a interação entre as instituições – imprensa, polícia e poder judiciário – aconteceu e compreender como o estreitamento das relações entre elas garantiu a agilidade na apuração e penalização dos suspeitos.
Para produzir o documentário, a jornalista fez diversas visitas à cidade de Queimadas, onde entrevistou autoridades e pessoas envolvidas na barbárie. Na primeira vez que foi à cidade, ela fez a leitura do processo de mais de mil páginas. A produção inteira do documentário levou cerca de 7 meses. Ela conta que no documentário procurou mostrar novas perspectivas, mostrando como os jornalistas e policiais, delegados e promotores se sentiram ao atuar na cobertura e investigação de um crime estarrecedor.
O crime, de grande repercussão, aconteceu em 2012, na cidade de Queimadas, e foi um grande abalo na história da cidade, da Paraíba e do país no que diz respeito à violência contra a mulher. O documentário tem a intenção de homenagear a memória das vítimas e levantar o debate sobre as atualizações ao longo do tempo, contando também com auxílio de reportagens feitas durante a década, que auxiliaram a dar ênfase à divulgação do delito.
Estudante na época das gravações e hoje formada em Jornalismo pela UEPB, Carol explica que a ideia para o documentário surgiu ainda em 2021, já visando um lado que não tinha sido abordado ainda: o ponto de vista dos profissionais que trabalharam na tragédia, seja na cobertura jornalística, seja na investigação policial. No aniversário de uma década do ocorrido, programas jornalísticos lembraram a tragédia, porém, desde o início a autora tinha a abordagem profissional em mente.
A jornalista lançou oficialmente o documentário “A década em que nada mudou” em maio deste ano e participou de debates no Cine São José e a convite da OAB Subseção Campina Grande. A produção participou ainda de editais que exigem seu ineditismo em plataformas.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Divulgação
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