Editora da Universidade Estadual aprova primeiros projetos da campanha “Cultive um livro e colha mudança”
Lançada em 14 de fevereiro, data em que se celebra o Dia Internacional da Doação de Livros, a Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) acaba da divulgar os primeiros projetos que participaram da campanha “Cultive um livro e colha mudança”. A iniciativa é um convite a instituições, grupos, redes, organizações e movimentos sociais que apresentassem propostas de criação e desenvolvimento de espaços coletivos de leitura, crítica e discussão sobre livros.
Assim, nesta quarta-feira (27), foram conhecidos os seis primeiros projetos que receberão de forma gratuita uma série de livros que servirão para fortalecer as iniciativas educacionais em diversos espaços de saberes na Paraíba. As doações acontecerão a partir do dia 10 de maio, e os contemplados devem se dirigir à EDUEPB, localizada no prédio administrativo da UEPB, no Câmpus I, em Campina Grande, para assinar os termos da doação.
Com essa iniciativa a EDUEPB pretende doar mais de mil livros a comunidades paraibanas que serão contempladas por apresentarem propostas de ações de extensão com vínculos comunitários, projetos de educação popular, coletivos, entre outros exemplos de territórios de cidadania. O diretor da Editora, professor Cidoval Morais, ressaltou que “por meio da doação destes livros a EDUEPB contribuirá para a efetivação do direito à Educação. É tanto um direito humano em si, como um meio indispensável para a realização de outros direitos, fazendo parte de um amplo processo social que tem sua importância maior quando conduzida para o pleno desenvolvimento humano e para as suas potencialidades”, disse.
Os primeiros projetos selecionados são os seguintes:
1) Projeto “Gelateca na escola: doe livros, faça histórias”: proposto por um grupo de professores de Língua Portuguesa que concluiu o curso de Letras na Universidade Estadual da Paraíba em 2001, representados pela professora Jacklaine Almeida, que resolveu desenvolver um projeto social em sua área de trabalho: a leitura. O objetivo é o de durante 12 meses organizar e doar 12 gelatecas (bibliotecas em geladeiras) para 12 escolas carentes no que tange à leitura da cidade de Campina Grande, homenageando, em cada uma delas, um professor da UEPB. O projeto tem recebido doações de geladeiras usadas e, em parceria com a FLIC, vem arrecadando livros de literatura e paradidáticos para compor o acervo das bibliotecas, que contarão, também, com livros da própria unidade de ensino. Para a escolha da instituição beneficiada os proponentes estabeleceram alguns critérios: a escola precisa ser pública (estadual ou municipal); carente de biblioteca; desenvolver um projeto de leitura para ser apresentado na FLIC, em 2022; e ter um professor efetivo responsável, de modo que a leitura se torne uma atividade permanente na escola. Através desta iniciativa, os professores proponentes pretendem, para além de suas atividades diárias em sala de aula, deixar um legado de leitura na cidade e eternizar aqueles que foram seus mestres.
2) Projeto apresentado pelo historiador Valtécio Rufino da Silva que pretende uma contrapartida social através do incentivo à leitura para jovens e adultos, sejam eles da zona urbana e/ou da zona rural do município de Taperoá, descentralizando assim o acesso ao conhecimento, uma vez que, como aponta o proponente, são poucos os pontos onde são ofertados material de leitura no referido município.
3) Proposta encaminhada pela Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz, em parceria com a Academia de Cordel do Vale do Paraíba, que mantém o projeto Biblioteca Viva, de troca de livros, com estantes na sede da Justiça Federal, em João Pessoa, na Secretaria de Cultura e Turismo de Itabaiana, e em Bananeiras, na Quitanda Cantinho do Vale, além de funcionar também na cidade de Solânea, no Empório da Terra e brevemente na sede da Academia Solanense de Letras. O projeto, que vem sendo mantido há mais de cinco anos e mantido através de doações, de acordo com Maria das Dores Soares Martins, proponente e presidente da Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz, consiste na manutenção de livros para troca, sem formalidades, visando promover acesso democrático ao livro e ao mesmo tempo fomentar e incentivar o gosto pela leitura, através da disseminação de uma rede que possibilite a circulação de obras literárias.
4) Proposta submetida pelo professor Vinícius Batista Campos (IFPB – Campus Princesa Isabel), que objetiva receber a doação de livros por parte da EDUEPB para serem disponibilizados à comunidade do município e adjacências através dos projetos mantidos pela Instituição. Conforme o proponente o mencionado Campus possui 04 (quatro) núcleos de extensão que desenvolvem projetos junto a comunidades rurais e tradicionais (quilombolas) em Princesa Isabel, Manaíra, São José de Princesa e Flores-PE. Dentre esses projetos destacam-se o de Literatura desenvolvido na comunidade Cavalhada (Flores-PE) e o intitulado CLIC (Círculo de Leitura, Imaginação e Cultura “Leitura que Liberta” IFPB – Campus Princesa Isabel), em parceria com estudante de pós-doutorado da UFCG. Além destes, no Campus do IFPB de Princesa Isabel também foi implantado um NEABI (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas), que, conforme o proponente, também fará uso dos livros a serem doados em suas ações.
5) Projeto de construção e manutenção da Escola Popular da Ocupação “Luiz Gomes”, situada no Bairro Jardim Paulistano, de Campina Grande, desenvolvido pelo Comitê Sanitário de Defesa Popular de Campina Grande, com colaborações individuais e também de outros coletivos que atuam junto à Ocupação, visando atender 180 famílias. Estas se encontram em situação de vulnerabilidade decorrente da pandemia causada pelo novo Corona vírus, vulnerabilidade esta identificada a partir das suas condições econômicas (subempregadas ou desempregadas), de moradia (barracos de madeira, papelão e lona) e de saúde (contágio de covid-19, dentre outros adoecimentos). O comitê sanitário de defesa popular de campina grande, instaurado em março de 2020, é um espaço coletivo composto por profissionais da educação e estudantes de várias universidades e de lideranças populares de campina grande, cujo principal objetivo é o de fornecer suporte às pessoas campinenses, periféricas e vulnerabilizadas socioeconomicamente a partir do contexto de pandemia decorrente da covid-19. Sendo assim, o Comitê pretende receber a doação de livros por parte da EDUEPB para que estes possam fazer parte do acervo da biblioteca da Escola Popular da Ocupação “Luiz Gomes”, o qual será disponibilizado em um espaço da sala de aula principal e utilizado tanto nas propostas de ensino que estão sendo pensadas para serem executadas ali, como também será utilizado mediante empréstimos à comunidade escolar.
6) Proposta encaminhada pela Associação dos Servidores Públicos Municipais da Educação de Aroeiras – PB (ASPMEA), entidade sem fins lucrativos e que tem como principal escopo o desenvolvimento de atividades proporcionadoras da valorização, da conscientização dos deveres do servidor público municipal, bem como a manutenção e a ampliação de direitos capazes de somar, tanto na evolução pessoal como profissional de seus servidores. Tal associação apresenta atualmente setenta associados, em sua maioria, professores da rede pública municipal da cidade de Aroeiras, e que tem, em relação à UEPB, consequentemente com a EDUEPB, uma relação de parceria de longa data. Na medida em que a sede da entidade serve como ponto de apoio para os servidores que, vindos de outras localidades de residência, chegam a Aroeiras para trabalhar e aí precisam de um local não só agradável como também produtivo para aguardar o tempo de retorno ao trabalho e/ou ao local de moradia, a associação então objetiva receber a doação de livros por parte da EDUEPB para proporcionar a estes servidores um acervo para consulta e pesquisa de modo a proporcionar o ato da leitura tanto como lazer quanto como meio de aprimoramento do trabalho docente destes servidores.
Texto: Givaldo Cavalcanti