Encontro de Genética do Nordeste é realizado pela UEPB em celebração aos 70 anos da estrutura do DNA
Do reconhecimento de doenças hereditárias, evolução de diagnóstico e tratamentos medicamentosos, ao aprimoramento animal e vegetal, que permite o controle de pragas nas plantações e a seleção de animais para melhorar a produção pecuária, são diversas as aplicações da genética para a melhoria das condições de bem-estar e sobrevivência das populações. Diante desse potencial, o Nordeste tem desenvolvido pesquisas de referência em genética e, entre os dias 12 e 15 de novembro, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, sedia o maior encontro regional da área no Brasil: o 24º Encontro de Genética do Nordeste (ENGENE).
Promovida pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em parceria com a Sociedade Brasileira de Genética Regional Nordeste (SBG-NE) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), esta edição do ENGENE reúne aproximadamente 500 inscritos, 300 trabalhos, 54 atividades e 75 palestrantes norteados pela temática “70 anos da estrutura do DNA: impactos na região Nordeste”.
A abertura do Evento, realizada neste domingo (12), contou com a presença do pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa, representando a reitora da UEPB, professora Célia Regina Diniz, e membro da Comissão de Avaliação da Capes, professor Francisco Jaime Mendonça Júnior; do representante do governador do Estado da Paraíba, João Azevêdo, o diretor superintendente da Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) Arimatheus Reis; do presidente da Comissão Organizadora do ENGENE e coordenador de pesquisa da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, professor Carlos Henrique Meneses; da representante da Sociedade Brasileira de Genética (SBG) e docente da UFPE, professora Ana Maria Benko Iseppon e dos membros da Comissão Organizadora, professora Brigida Lucena, da UEPB; e professor Sávio Farias, da UFPB. A cerimônia de abertura também contou com uma apresentação do quinteto de sopro do Programa de Inclusão Através da Música (PRIMA) do Governo do Estado da Paraíba.
Na oportunidade, o professor Francisco Jaime relembrou que o ENGENE havia sido realizado anteriormente na Paraíba, que volta a sediar esse Evento de relevância para pesquisadores de genética e áreas afins. “É com muita satisfação que a UEPB recebe a 24′ edição do ENGENE, depois de quase 40 anos do primeiro ENGENE que também aconteceu aqui na Cidade de João Pessoa. É um enorme evento de Genética, com mais de 500 inscritos de todos os Estados do Nordeste, com a participação de mais de 70 palestrantes de todas as regiões do país, que discutirão ao longo de três dias os avanços da genética em diversas áreas do conhecimento”, avalia.
A professora Ana Maria Iseppon destacou a importância do ENGENE para fortalecer os estudos na área de genética já empreendidos na região Nordeste. “Esse evento é importante porque descentraliza a genética, a SBG tem preocupação que a genética vá às diversas regiões do Brasil, e nesse caso, estamos diante do maior de todos os eventos regionais. Temos um Evento robusto em termos de conteúdo de palestras, simpósios de genética humana e clínica, de genética forense, minicursos, que acho importante para que os alunos de graduação e pós-graduação tenham a chance de apreciar a genética nos seus vários níveis, aplicações da genética no dia a dia. A programação está forte, rica, abrangendo todas as áreas da genética, microorganismos, plantas, animais, humanos, mutagênese, genotoxidade, entre outras. E ainda tem a questão de não ser um Evento só do Nordeste porque vem pessoas de outras regiões do Brasil”, explica.
O professor Carlos Meneses recorda que esta edição do ENGENE vem sendo idealizada desde a pandemia de covid-19 e, após uma cuidadosa avaliação, foi decidido que em 2023 o ENGENE poderia ser realizado presencialmente de forma segura. “Esperamos que nestes dias todos os participantes, que são o futuro da genética na região Nordeste, possam dialogar e trocar ideias para fortalecer a nossa área”, conclui.
Na conferência magna do ENGENE, intitulada “70 anos do DNA: da ciência básica ao impacto social!”, ministrada pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Frederico Martins Menck, foram apresentados avanços históricos nos 70 anos do DNA que proporcionaram grandes descobertas para a humanidade a partir do trabalho despretensioso de pesquisadores. “Todas as grandes descobertas da engenharia genética, de sequenciamento de genoma, até a vacina de RNA, tudo começou com experimentos em laboratórios de ciência básica, locais em que ninguém estava pensando em criar grandes produtos. Então acho importante mostrar a importância destas pesquisas e de eventos como esse para fortalecer essas iniciativas que podem gerar grandes resultados para a sociedade”, avalia.
A programação desta edição do evento reúne palestras, conferências, mesas-redondas e minicursos, além de apresentações de trabalhos orais e em sessões de painéis nas áreas de genética quantitativa, genética molecular e de microrganismos, genética vegetal, genética animal, genética humana, médica, farmacogenética, genética evolutiva, mutagênese, ensino de genética, genética forense, ômicas e bioinformática.
Paralelamente à programação do 24º ENGENE, ocorrerão reuniões adicionais tradicionalmente abrigadas pelo evento, incluindo o “6º Simpósio de Genética Humana e Médica do Nordeste”, o “5º Simpósio de Genética Forense do Nordeste” e o “4º Fórum de Pesquisa e Pós-graduação em Genética do Nordeste”. Haverá também programação especial do “Genética na Praça”, incluindo exposições, oficinas e palestras destinadas aos alunos e educadores que atuam no Ensino de Biologia, além da comunidade em geral.
Texto e fotos: Juliana Marques
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