Estudantes da UEPB recebem convite da Universidade de Honduras para formação no Programa Jovens pela Paz
Pobreza, intolerância, preconceito, violência, são faces do mundo contemporâneo que têm desafiado líderes mundiais, pesquisadores e a sociedade em geral a empreender esforços direcionados a um questionamento: como superar tais problemáticas? Na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) um grupo de pesquisadores do curso de Relações Internacionais tem desenvolvido iniciativas, em parceria com estudiosos da América Latina, para promover uma cultura de paz que possibilite o empoderamento e a compreensão sobre questões relacionadas à liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade enquanto caminho para superar as dificuldades características da atualidade.
Neste sentido, a partir do trabalho realizado pelo professor Paulo Kuhlmann, junto ao Grupo de Estudos de Paz e Segurança Mundial da Universidade Estadual da Paraíba (GEPASM/UEPB), diversas ações foram empreendidas e a UEPB passou a ser parceira de outras instituições latino-americanas que atuam na promoção de uma cultura de paz. Com essa perspectiva, surgiu o convite para que os estudantes da UEPB possam participar da seleção de participantes do Programa de Formação de Jovens Voluntários pela Paz, que será realizado pela Universidade de Honduras.
Além dos estudantes da UEPB, podem participar da seleção, jovens matriculados na Universidad Nacional Autónoma de Honduras, Universidad Externado de Colombia, Universidad Intercultural de los Pueblos de Colombia, Universidad Católica del Ecuador, Universidad San Pablo de Tucumán, da Argentina, Universidad de San Carlos de Guatemala e Universidad Pedagógica Nacional de México. As atividades serão realizadas remotamente de forma síncrona e o programa terá 10 meses de duração com um total de 37,5 horas de carga de trabalho. As sessões estão previstas para ocorrer aos sábados a partir das 16h (horário do Brasil). Os estudantes interessados devem realizar a inscrição na página do programa.
O objetivo principal desse programa é formar jovens estudantes como promotores de paz, com conhecimentos teóricos e práticos que lhes permitam contribuir com o impulsionamento de processos de construção de paz transformadora. De acordo com o professor Paulo Kuhlmann, que será um dos ministrantes das atividades, com as temáticas “educação para a paz” e “arte e paz”, o aperfeiçoamento é importante para que os estudantes conheçam as visões latino-americanas, criem relações de amizade internacionais e tenham um aprofundamento teórico sobre a temática.
“Discutiremos como capacitar professores, alunos e a comunidade para aprenderem e ensinarem ferramentas para a paz. Iniciativas que possibilitem emancipação individual e coletiva. Como trabalhar com a arte para possibilitar expressões da identidade, principalmente nos lugares onde isso é negado. E como usar a arte como agente construtora da paz”, explica o professor Paulo.
O professor Paulo Kuhlmann também tem promovido outras iniciativas voltadas à promoção da paz e relações não violentas, a exemplo do GEPASM, que foi criado em 2013 e é liderado pelo docente da UEPB e pelo professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Marcos Alan Ferreira. O grupo conta com 22 estudantes de graduação, mestrado e doutorado que desenvolvem estudos de paz, com ênfase na construção da paz positiva. Recentemente o estudo “O ingresso de crianças e adolescentes salvadorenhos em pandillas – resultado da vulnerabilidade social de El Salvador”, desenvolvido pelo professor do curso de Relações Internacionais Paulo Kuhlmann e pela estudante da graduação em Relações Internacionais Laura Beatriz Vieira, que integra o GEPASM, foi o primeiro colocado na área de humanas no 27º Encontro de Iniciação Científica (ENIC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Também foi lançado recentemente o livro “Estudos para a paz: conceitos e debates”, com a organização dos pesquisadores Paulo Kuhlmann, Marcos Alan Ferreira e Roberta Maschietto, e produção em parceria com acadêmicos do Brasil, Portugal, Moçambique e Estados Unidos. A obra teve o objetivo de atender a uma demanda por literatura em língua portuguesa na área de estudos para a paz.
Outra iniciativa do grupo de pesquisadores do GEPASM, em parceria com estudiosos latino-americanos, foi a produção do manifesto “Uma nova normalidade”, uma campanha de comunicação para a paz, impulsionada pelo Conselho Latino-americano de Investigação para a Paz (CLAIP), cuja finalidade é gerar uma corrente de opinião crítica sobre a normalidade antes do início da pandemia da Covid-19. Esta campanha pretende estimular o compromisso do cidadão com a construção participativa de uma nova normalidade, justa e necessária, por meio da conscientização e reflexão coletiva.
A campanha apresenta reflexões sobre temas como consumo irresponsável, desigualdade social, exclusão, relações de ódio, pobreza, precariedade dos sistemas de saúde, exploração dos bens naturais, violência, entre outras. A ação está sendo desenvolvida desde 2020 nas principais redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram, utilizando o slogan “Uma nova normalidade é possível e necessária” e a hastag #UmaNovaNormalidade.
No âmbito da extensão, o grupo da UEPB tem desenvolvido desde 2011 o Projeto Universidade em Ação (PUA) que atua com atividades de alfabetização e letramento; círculos de diálogo em escolas públicas; fortalecimento dos artistas locais por meio de criação, divulgação de eventos, e de apoio ao planejamento de carreira; e clown, com palhaços desenvolvendo atividades lúdicas na comunidade, buscando diminuir animosidades e criar interações positivas. Tais iniciativas já foram realizadas em presídios, asilos, creches e escolas públicas.
Texto: Juliana Marques
Imagem: Divulgação
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