Vernissage: Exposição fotográfica “A quarta parede” é aberta no Museu de Arte Popular da Paraíba

26 de setembro de 2025

Na última quinta-feira (25), houve o vernissage da exposição “A quarta parede”, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. São oito fotografias, assinadas pelo artista português Rodrigo Bettencourt da Câmara, sendo a curadora Bruna Alves Lobo.

À mesa de abertura, estavam o diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva; o coordenador de Comunicação da UEPB, Hipólito Lucena, na ocasião representando a reitora, professora Célia Regina Diniz; Rodrigo Bettencourt da Câmara; e o artista visual João Lobo. A mestre de cerimônias da noite foi Cassandra Bizai.

Durante a ocasião, Rodrigo detalhou para o público um pouco do seu ambiente profissional e fazer criativo, bem como os equipamentos utilizados por ele na composição das fotografias. “‘A quarta parede’ é um projeto que acontece entre artistas e tem a ver, igualmente, com minhas áreas de atuação no campo do restauro e conservação, conferindo um determinado sentido, diferenciado, ao meu ofício do dia a dia. Tudo começou em 2004, compondo esse trabalho, digamos, ‘ilegal’, com algumas obras, fotografias ‘roubadas’, que ganham outra perspectiva. Às vezes, trabalhando com curadores e coleções, noutras, só com artistas, mas sempre mostrando imagens que nos fazem refletir”, explicou.

Outro ponto enfatizado por Bettencourt foi o porquê do interesse dele pelos bastidores, mais especificamente a razão de os bastidores também se configurarem como arte. “Acontece, eventualmente, de criando coisas de certa maneira, conseguirmos que elas entrem nessa categoria de artístico. É uma tentativa. É arte quando nós atingimos fins específicos e podemos ver uma obra e sentir, a respeito dela, mais do que propriamente falar. O grande desafio, além disso, é conseguirmos trabalhar com o que está à nossa volta e dar um sentido modificado a isso. No meu caso, o mais corriqueiro se refere às montagens e desmontagens de exposições. Há artistas que viajam o mundo, procuram lugares exóticos e distantes, estão tentando encontrar a arte. Para mim, a arte está ao nosso redor. Sim, podemos viajar, mas também podemos simplesmente olhar para o lado, a questão é de que jeito vamos materializar isso”, pontuou.

Em sua explanação, João Lobo destacou de que modo surgiu a ideia de trazer “A quarta parede” para o MAPP. “Foi no gabinete da reitora Célia Regina Diniz, a partir de um encontro com o professor Pereira, então, em Lisboa, Rodrigo e eu conversamos. Nosso intento, era aproveitar a visita de Teresa Palma Rodrigues e dele à Paraíba, para mostrar o trabalho do artista. Já Teresa, está com a exposição ‘Ad Ventum’, em João Pessoa. Vale lembrar que ‘A quarta parede’ é itinerante e em breve estará em Nova York,”, informou.
Participaram do evento, entre outros, Vanderley de Brito, do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG); a servidora do MAPP, Guia Matos; os artistas Teresa Palma Rodrigues, Bruna Sindel, Dilson Rocha e Arnilson Montenegro; Gleydson Virgulino, idealizador do Cangerê; o pesquisador e jornalista Xico Nóbrega; a produtora cultural Moema Vilar; e a coordenadora geral de Arte e Cultura da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Luciene de Melo Paz.

Primavera dos Museus – Em sua fala, o coordenador de Comunicação ressaltou a relevância do trabalho de Rodrigo Bettencourt da Câmara. “É um artista amplamente reconhecido, um nome muito respeitado no contexto criativo contemporâneo. Trazer ‘A Quarta Parede’ para o MAPP representa uma oportunidade de mostrar ao público paraibano essa produção e, mais uma vez, integrar o Museu a uma programação artística internacional. Este ano, inclusive, já tivemos uma exposição bem interessante nesse sentido, que foi a da francesa Hélène Albaladejo”, lembrou.

O diretor do MAPP endossou as palavras de Hipólito, acrescentando que a exposição faz parte da programação da 19ª edição da Primavera dos Museus – iniciativa nacional promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). “Em ‘A Quarta Parede’, Rodrigo questiona os limites entre arte e espaço. Traz à tona especialmente a necessidade de percebemos o que está próximo de nós e como nos relacionamos com o que costuma passar despercebido. É uma honra receber uma exposição que dialoga com tantos níveis de interpretação e experiência crítica”, pontuou. Inseridos na Primavera dos Museus figuram, ainda, o Palco do Choro, homenageando Fernando Alves, e o 20º Encontro de Capoeira, Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas, que realiza uma aulão, no MAPP, na manhã deste sábado (27).

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Julio Cezar Peres