Exposição Armorial 50 é aberta no Museu de Arte Popular da Paraíba com presença de grande público
O Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, abriu, oficialmente, na noite desta quarta-feira (17), a exposição Movimento Armorial 50 Anos, com a presença de muitas autoridades e convidados. Uma data que entra para a história da Instituição e marca, emblematicamente, a retomada das atividades do MAPP, após um intervalo para que o prédio fosse submetido a uma série de adaptações, objetivando receber esse grande evento.
O patrocínio é da Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura, que selecionou o projeto por edital, viabilizando a vinda não só da exposição, mas da Mostra inteira, que também conta com eventos musicais e rodas de conversa. Mais de 250 mil pessoas já visitaram a exposição em quatro cidades – Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Chegou, enfim, a vez da Paraíba.
A abertura foi marcada por várias atividades. Houve uma visita guiada pelas três galerias do MAPP, comandada pela premiada curadora, Denise Mattar. Obra por obra, fase por fase, ela conduziu o público pelo universo mágico, plural e multicolorido do Movimento Armorial. Apresentou, igualmente, aos convidados, o melhor da obra de Ariano Suassuna, idealizador do Movimento, em 1970, bem como o trabalho de outros grandes artistas, a exemplo de Samico, Miguel dos Santos e Zélia Suassuna. A programação dispôs também de uma exibição da arte da xilogravura, com o artista Bacaro Borges, filho do famoso xilógrafo J.Borges.
A solenidade foi prestigiada por artistas da cidade, professores e diversos representantes do segmento cultural tanto do município, como do Estado. Além de Denise Mattar, Regina Godoy (idealizadora e produtora do evento) também recepcionou os convidados, ao lado do artista plástico e filho de Ariano Suassuna, Manuel Dantas Suassuna, da reitora da UEPB, professora Célia Regina Diniz, do diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva e do pró-reitor de Cultura da UEPB, professor José Cristóvão de Andrade.
Para a reitora, o evento foi uma verdadeira celebração da cultura nordestina e desse Movimento que com maestria espelha a essência da região. “É um marco para a Universidade, trazer essa exposição para o nosso Museu, para Campina Grande, uma cidade criativa, uma cidade forte na cultura, ainda mais quando estamos prestes a iniciar as festividades juninas no município, isso é fantástico, é muito significativo. É uma honra estar aqui hoje para abrir a exposição Armorial 50”, enfatizou.
Em sua fala, Celia Regina também mencionou o quanto o MAPP é um lugar especial para a Rainha da Borborema, não apenas pela sua beleza arquitetônica e a assinatura de Oscar Niemeyer, mas por todo simbolismo que carrega, referente à valorização e preservação da identidade artística local.
O pró-reitor de Cultura afirmou que a UEPB receber as obras do Armorial, em comemoração aos 50 anos do Movimento, carrega um significado sobremodo importante para a Instituição. “Por isso, temos dito que essa exposição é um presente. Além de ser fabulosa pelas suas inúmeras peças retratando a arte nordestina, com ela, a o MAPP se fortalece no cenário dos museus, mostra sua excelência. A iniciativa se configura, ainda, como um ponto de pesquisa para aqueles que buscam saber mais sobre o gênio de Ariano, o que ele criou, a quem ele inspirou, motivou a criar, exibindo seus conceitos de um jeito bastante lúdico e atraente. Então a exposição abrange várias perspectivas, sendo todas elas maravilhosas para quem a visitar”, disse Andrade.
O professor José Pereira da Silva ressaltou o quanto a exposição combinou com o MAPP e os propósitos do local, que foi inaugurado em 13 de dezembro de 2012. “Para Campina, o Museu é um espaço que realça a beleza do já consagrado cartão postal da cidade, vindo contribuir para a preservação da cultura nordestina, através do artesanato, dos cordéis e da música. Ver o MAPP imerso na riqueza estética de Ariano e do Armorial é uma emoção para nós. A exposição ‘vestiu’ o Museu perfeitamente, porque ambos se coadunam, conversam muito bem. Agradecemos, sobretudo, à produtora Regina Rosa de Godoy, à curadora Denise Mattar e à Petrobras por essa iniciativa, que é valiosa para a UEPB e para o Estado”, finalizou o diretor.
Uma exposição inesquecível
Já o coordenador de patrocínios culturais da Petrobras, Milton Bittencourt, assinalou a importância da Mostra e a relevância do Programa Petrobras Cultural, realizado há mais de 20 anos ininterruptamente. A Mostra Movimento Armorial 50 Anos foi selecionada, segundo ele, na chamada “múltiplas expressões”, que priorizou propostas que valorizassem a cultura brasileira e acontecessem em diversos lugares pelo país. “Estou muito feliz de estar aqui”, endossou, antes de criar um clima de expectativa, entre os convidados, para o que iriam encontrar depois de cruzar as portas das galerias, que abrigam 140 obras: “Preparem-se, porque a exposição é inesquecível”, avisou.
Manuel Dantas Suassuna – que divide com o professor Carlos Newton Júnior a consultoria da exposição e tem peças no acervo selecionado pela curadora Denise Mattar – falou da íntima relação que tem com a Paraíba, desde muito cedo, por influência do pai, e da emoção de ver a Mostra desembarcar no Nordeste e em Campina Grande. “A gente sempre parava na cidade antes de seguir para Taperoá. Aqui tem rua e aeroporto com o nome do meu avô, João Suassuna. E tinha uma lanchonete, que também era ponto de parada, que exibia na parede uma foto dele. Meu pai sempre comentava. São muitas lembranças”, recordou.
Denise Mattar lembrou um traço da personalidade de Ariano Suassuna. “Ele era um homem de ideias marcantes, mas fazia valer suas posições de um jeito leve, divertido. Ariano era uma pessoa que não gostava de confronto. Em uma época tão polarizada, como a que vivemos hoje, a postura dele é um exemplo porque conseguia tudo o que queria, sem criar confronto”, destacou, acrescentando que o visitante vai poder conferir tudo no MAPP, gratuitamente, de 18 de maio a 20 de agosto.
Entre os presentes à solenidade foi registrado: o secretário executivo de Estado da Cultura, Cicinho Lima; a secretária de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), Larissa Almeida; o professor Chico Pereira, ex-diretor do MAPP, representando a Academia Paraibana de Letras (APL).
E mais: o presidente da Academia Campinense de Letras (ACL), Thelio Farias; a presidente de honra do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG), Maria Ida Steinmüller; o pró-reitor de Gestão Administrativa, Ricardo Soares; o artista plástico Josafá de Oroz; os curadores da sala de Cordel do MAPP, professora Joseilda Diniz e poeta Alfrânio de Brito; a pró-reitora de Extensão, Socorro Barbosa; a cordelista Claudete Gomes; uma das curadoras da exposição anterior do Museu, denominada “A Feira de Campina Grande: Poéticas e Imaginários”, Rebeca Souza; o fotógrafo e idealizador do Salão de Artes Visuais de Caicó, Clóvis Aladim.
O evento contou, ainda, com a apresentação da Companhia Raízes, trazendo um espetáculo de dança que brindou a plateia com beleza e animação. Já no período da tarde, houve um evento especial para imprensa e comunicadores, também com visita guiada por Denise Mattar e atividades interativas.
Texto: Oziella Inocêncio (com informações de Capibaribe Conteúdo)
Fotos: Paizinha Lemos
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