Exposição itinerante “Jackson é Pop” ganha tour virtual pelas dependências do Congresso Nacional
A exposição itinerante “Jackson é Pop”, do Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), pertencente à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ganhou um tour virtual. A iniciativa pode ser conferida AQUI. Criada pelo staff do Museu em homenagem ao Rei do Ritmo, a exposição que iniciou em Campina Grande, passou por Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e São Paulo (SP), agora vai até o visitante. A produção é da “Forró World Union”, associação cultural sediada na Itália, cujo objetivo é valorizar e difundir o gênero no mundo e conectar empreendimentos culturais internacionais.
O projeto de realidade virtual foi feito pelo estúdio “Jacke & Costin” da arquiteta ítalo-brasileira Jessica Jackebed e do maestro ítalo-brasileiro Lucio Constantini. As imagens e a composição delas ficaram a cargo da empresa Tour Virtual 360. Como base utilizou-se a exposição ocorrida no Salão Negro do Senado e pelo Centro Cultural da Câmara dos Deputados. A visita é guiada por um dos curadores da exposição, Sandrinho Dupan, e os textos estão em italiano, português e inglês.
Conforme Sandrinho, a montagem na internet manteve-se totalmente fiel à exposição. Assim, o visitante contemplará a linha do tempo da vida de Jackson desde o dia de seu nascimento até a morte de sua mãe, por exemplo, percorrendo igualmente a ida para João Pessoa, Recife e Rio de Janeiro, o encontro com Luiz Gonzaga no programa de Adelzon Alves, além de períodos turbulentos, como quando quebrou os dois braços. “A ação é de fundamental importância, sobretudo tendo em vista a pandemia e a necessidade de isolamento social”, pontuou Sandrinho.
Figuram também documentos, revistas, contratos, fotos históricas, capas de discos, cordéis e uma variedade de utensílios que fizeram parte do cotidiano, seja da vida pessoal ou profissional, daquela que foi a estrela máxima de Alagoa Grande, a exemplo do pandeiro com que se apresentava. É possível ver, ainda, o primeiro disco gravado de Jackson, com o nome completo do autor e, em um desenho, ele deitado numa rede amarrada em dois coqueiros. O compacto trouxe um sucesso retumbante, à época e nos dias de hoje: Sebastiana.
Além disso, o visitante terá acesso não somente às músicas gravadas, mas a canções autorais, como “Côco do Jacaré”, samba do compositor carioca Geraldo Babão, dedicado a Jackson, e “Estrela do mar”, de Jackson e Nivaldo Lima, canções estas que não entraram no repertório do Rei do Ritmo e consequentemente são desconhecidas do grande público. “Jackson é Pop” tem curadoria de Joseilda Diniz, Chico Pereira, Fernando Moura, Angelo Rafael e Sandrinho Dupan.
O que é o Forró?
Não só a exposição a respeito de Jackson segue em alta, mas também o Forró em si. Prova disso é que a cartilha “O que é o Forró?”, de autoria de Sandrinho e do pesquisador Ivan Dias, saída em 2017, pelo Selo Latus da UEPB, alcançou recentemente uma marca que excede os 20 mil downloads, sendo 14 mil deles oriundos de fora do Brasil.
A publicação conta um pouco sobre a origem, os significados da palavra forró, seus principais ritmos, passos básicos da dança, a evolução abrangendo os anos de 1940 e a trajetória na contemporaneidade, bem como os principais artistas do gênero. A revisão e apresentação é de Fernando Moura, a supervisão técnica é de Astier Basílio, a diagramação é efetivada por Talitta Uchôa, a revisão de partitura é de Pedro Miguel e a capa é do “Forró em Vinil”.
Desde sua primeira edição, a cartilha, que dispõe de uma versão em inglês, conquistou notoriedade e transcendeu limites geográficos, atingindo principalmente leitores europeus e americanos. Segundo Sandrinho, a ideia de fazê-la surgiu durante uma viagem que ele e Ivan fizeram pela Europa, integrando a turnê do campinense Roninho do Acordeon, no final de 2016. Na oportunidade, eles ministraram aulas sobre o forró em cidades da Alemanha, Suíça e Itália.
A cartilha pode ser baixada AQUI, no portal “Forró em Vinil”. Concebido por Ivan Dias, desde 2007 o site reúne uma comunidade de músicos e colecionadores que fomenta e compartilha discos de Forró.
Texto: Oziella Inocêncio