Feira Agroecológica da UEPB funciona como espaço de produção de alimentos saudáveis e respeito ao meio ambiente
Desde 2018, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) é o cenário de um projeto de extensão que tem feito a diferença na vida de vários produtores agroecológicos do Estado: a feira agroecológica da UEPB, promovida pelo Departamento de Biologia da Instituição. A iniciativa reúne alunos, professores e famílias produtoras, que encontram nesse espaço de partilha uma ótima oportunidade para divulgar e negociar os produtos por um preço justo.
A feira da UEPB faz parte da EcoBorborema, uma associação de rede de feiras agroecológicas que difere das feiras convencionais por vender apenas alimentos produzidos sem nenhum tipo de agrotóxico, que vai desde a plantação até a colheita, com total respeito ao meio ambiente. Segundo o coordenador do projeto e professor do departamento de Biologia, Simão Lindoso, outra questão fundamental é o acompanhamento do processo de produção até chegar à exposição e venda dos produtos.
“Geralmente, as feiras convencionais são promovidas por pessoas que são comerciantes, não são, necessariamente, as pessoas que produzem. Nas feiras agroecológicas, as pessoas não são necessariamente feirantes, são agricultores, são eles que produzem, são eles que cultivam, são eles que criam e levam para a feira, para as feiras agroecológicas, nesse caso”, explica o professor.
A produtora agroecológica do município de Lagoa Seca, Marlene Pereira está no projeto desde o início ao lado da família. Para ela, uma das principais diferenças é não precisar da figura do atravessador para escoar a sua produção. “Essa feira é muito importante pra gente, porque além de ser uma feira agroecológica, nos livra do atravessador”, ressalta.
O atravessador é uma figura controversa na cadeia produtiva, já que, geralmente, é ele quem mais lucra no processo de venda dos produtos. Para o professor Simão Lindoso, a autonomia que é dada às famílias produtoras é algo fundamental, por venderem seus produtos sem a necessidade de um intermediário: “A feira agroecológica é uma forma de dar autonomia e independência das famílias agricultoras de produção de base agroecológica, de produzirem seus alimentos e poderem comercializar seus alimentos a preço justo,” destaca o docente.
Segundo a professora do Departamento de Física da UEPB e cliente da feira, Ana Paula Bispo, os produtos da feira agroecológica também têm o sabor como diferencial. “Não tem nem comparação um alimento que é produzido agroecologicamente e aquele que você sabe que tem uma série de venenos. Ele é muito mais bonito por fora, mas é cheio de agrotóxico, em termos de sabor, nada se compara ao produto agroecológico”, destaca.
As feiras agroecológicas são apontadas como ótimas alternativas para quem busca uma alimentação mais saudável, pois oferecem benefícios tanto para quem consome, quanto para o meio ambiente. Além disso, possibilitam o contato direto do consumidor com as famílias produtoras, permitindo que a universidade torne-se espaço para a partilha de sabores e saberes. “É realmente um espaço de troca de conhecimento, de troca de cultura, de troca de informações, uma ambiente muito saudável. É isso que a gente espera de uma universidade”, enfatiza o professor Simão Lindoso.
A produtora do Município de Massaranduba, Geruza da Silva Marques, faz parte do projeto de extensão há quase dois anos, com seu esposo José e a filha Fernanda. Para ela, é gratificante saber que está oferecendo um produto de qualidade para os seus clientes. “É um incentivo para que a gente, do campo, continue fazendo agroecologia, continue cuidando da terra, cuidando da natureza. Enfim, é uma importância muito grande. Na verdade uma satisfação enorme pra gente que faz essa feira”, avalia.
A feira durante a pandemia
Devido a pandemia, com a suspensão das atividades presenciais na Universidade, a feira agroecológica que acontecia todas as manhãs de quinta-feira na Central de Integração Acadêmica, está sendo feita de modo remoto. No Instagram do projeto (@feiraagrocologiauepb), as pessoas têm acesso às listas com os produtos que estão sendo comercializados e ao contato das famílias produtoras. A partir disso, podem fazer os seus pedidos e combinar a entrega.
A produtora Marlene Pereira de início ficou um pouco preocupada em como poderia realizar suas vendas. Para ela, a tecnologia e as mídias sociais têm sido suas aliadas nesse momento. “Nós, do campo, precisamos estar atualizados. A internet foi um ponto principal pra a gente. Estarmos conectados com Whatsapp, Instagram e outras conexões que são importantes porque tivemos o apoio de pessoas, de alunos, da própria de UEPB, de professores, para divulgar os nossos trabalhos as nossas culturas”, explica.
Outras informações sobre a feira, bem como a lista de produtos e forma de entrega estão disponíveis no perfil do projeto no Instagram.
Texto: Sara Albuquerque (Estagiária)
Fotos: Codecom (Arquivo, antes da pandemia)/Divulgação
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