Feira Agroecológica retoma atividade presencial e reúne comunidade acadêmica com vendas de produtos saudáveis
Após dois anos suspensa devido à pandemia da covid-19, a Feira Agroecológica da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) retomou de forma presencial nesta quinta-feira (5), hall da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, no Câmpus de Campina Grande. O reencontro dos agricultores com a comunidade universitária foi marcado por forró, ao som do grupo do Centro Artístico Cultural, poesia, um café coletivo solidário e venda de produtos sem agrotóxicos.
Com saudade da feira, muitos professores, técnicos e estudantes da UEPB não perderam tempo e fizeram cedo as compras dos produtos cultivados do solo fértil do brejo e agreste paraibano. Das sete barracas que tradicionalmente são montadas na feira, quatro funcionaram no primeiro dia do evento, comercializando produtos hortifrutigranjeiros da roça, como jerimum, beterraba, batatinha, tomate, alface, coentro, pimenta, goma de mandioca, entre outros plantados e colhidos ecologicamente correto. A alegria dos agricultores com o reencontro do público da UEPB era visível.
Eles não escondiam a ansiedade com a volta da feira, implantada em 2018, com a finalidade de incentivar a agricultura familiar e a produção agrícola sem a utilização de insumos químicos. A procura pelos produtos no primeiro dia superou as expectativas dos produtores. “A nossa ansiedade era grande. E a dos consumidores também. O movimento nesse primeiro dia foi muito bom. Muita gente procurou para comprar nossos produtos”, disse a produtora Marlene Pereira, residente em Lagoa Seca.
Além de Marlene Pereira, participaram da feira neste primeiro dia os comerciantes Diógenes Fernandes Pereira, de São Sebastião de Lagoa de Roça; Cristina Moreira, de Alagoa Nova; e Alberto Nascimento Silva, de Lagoa Seca. Uma das novidades foi a participação do projeto Bazar de Livros e Promoção do Bem-Estar Animal da UEPB (CDBEA), coordenado pela professora Telma Dias, que funcionou paralelamente à feira.
O coordenador do projeto de extensão que presta assistência aos agricultores, professor Simão Lindoso de Souza, não escondia a alegria pela volta presencial da feira agroecológica. Ele observou que mesmo com o retorno, o projeto continua incentivando os agricultores a manter as entregas via o sistema delivery. Durante a pandemia, a coordenação do projeto procurou elaborar uma estratégia que garantisse a comercialização dos produtos, especialmente para o público da Universidade. O trabalho dos estudantes extensionistas do curso de Biologia, junto aos produtores, também foi retomado com o acompanhamento dos produtores em suas propriedades.
“A feira é uma aula de cidadania, de Geografia, de História e Agroecologia. Estamos felizes por esse momento. A integração também é importante, já que se trata de um projeto que tem agregado outras iniciativas”, destacou.
Representante da Associação Eco Borborema, Diógenes Fernandes Pereira disse que a volta da feira é fundamental para os agricultores que produzem de forma agroecológica e comercializam os seus produtos. Ele lembrou que durante os últimos dois anos, os produtores se articularam e passaram a fazer as entregas das cestas nas casas dos consumidores que fazem os pedidos via Whatsapp. A EcoBorborema hoje comporta 16 municípios, desde Solânea, passando por Campina Grande, Queimadas e Juazeirinho.
O primeiro dia do evento, neste recomeço presencial, terminou no final da manhã em clima de forró. A Feira Agroecológica que funciona em parceria com a Associação EcoBorborema, é também uma oportunidade para troca de saberes e conhecimentos dos estudantes da Instituição, contribuindo na formação, pesquisa e extensão. Realizada sempre às quintas-feiras, a Feira iniciou seus trabalhos na Praça de Alimentação do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), no Câmpus de Bodocongó, e desde 2019 foi transferida para a Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, tendo sido interrompida devido a pandemia da covid-19.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Luan Gomes
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