Feras do curso de Farmácia participam de trote solidário por meio de doação de sangue em Campina Grande
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Trotes universitários já tiveram fama de violentos. Com o tempo, este tipo de atitude foi sendo punida e substituída pelo chamado “trote solidário”, uma ação que visa ajudar o próximo. Na tarde desta sexta-feira (25) um grupo de estudantes do curso de Farmácia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) estiveram presentes no Hemocentro de Campina Grande para realizar seu trote solidário por meio de doação de sangue.
O grupo de 11 estudantes do 1º período de Farmácia participaram da ação, acompanhados da coordenadora e coordenadora adjunta do curso, as professoras Socorro Rocha e Zilka Nanes. Todos foram recebidos por funcionários do Hemocentro, que desejaram boas-vindas e agradecerem pelo ato de solidariedade. Eles também receberam da assistente social, Socorro Ferreira, algumas explicações a respeito do processo de triagem e da coleta sanguínea, entre outras dúvidas.
A professora Socorro Rocha relatou que sua coordenação recebeu o oficio do Governo do Estado da Paraíba para que instituições públicas estaduais participassem do Selo Sangue Solidário. “Nós, do curso de Farmácia, abraçamos a ideia e a lançamos para os(as) estudantes ingressantes. Explicamos que o ato de doar sangue é altruísta e voluntário. Ademais, a Agência Transfusional é um campo de atuação do farmacêutico. Então, unimos essas duas frentes, do ato solidário e conhecimento profissional”, disse a docente.
Dentre os(as) discentes, alguns(mas) estavam doando sangue pela primeira vez, como Vivian Bezerra, que resolveu participar do trote solidário por querer ajudar as pessoas. “Acho que é muito importante esta iniciativa, até porque um dia a gente precise ou alguém que a gente ame, precise”, disse a “fera” de Farmácia. Ela confessou seu nervosismo por ser a primeira vez ao doar sangue, mas, estava conseguindo se acalmar e realizou sua doação tranquilamente.
Marina Beatriz Bernardo já é doadora voluntária há dois anos e o trote solidário foi uma oportunidade de ajudar mais pessoas. “Minha mãe é da área de saúde e ela sempre me incentivou a fazer o bem para as pessoas, assim como doar sangue. Doar sangue ajuda a salvar vidas e pode nos ajudar também. A gente faz exames e é uma oportunidade de saber se sua saúde está em dia. Acho que fazer um curso de saúde não é só escolher ser da área de saúde, mas também ter ações para pessoas que precisam”, comentou a estudante.
Além de doadora assídua, outra curiosidade sobre Marina é seu tipo sanguíneo, que é O- (Tipo O e fator RH negativo), considerado doador universal e bastante requisitado por hospitais. No entanto, é relativamente raro. Apenas 9% dos brasileiros têm sangue do tipo O negativo.
“Sempre fui curiosa e, ao fazer alguns exames de sangue, quando adoeci, acabei descobrindo que meu sangue é raro. Para mim, foi mais uma razão para ajudar ainda mais pessoas que precisam deste sangue. Sempre que minha saúde está bem, eu procuro doar, porque me coloco no lugar do outro. Imagina só você estar precisando de um sangue raro não ter ninguém para ajuda”, relatou Marina, revelando seu lado altruísta.
Sangue solidário
A Lei Nº 13.552 foi sancionada pelo governador da Paraíba, João Azevêdo, em janeiro deste ano. A iniciativa institui o Selo Sangue Solidário, que será concedido a instituições de ensino superior que realizarem campanhas de doação de sangue em parceria com o Hemocentro da Paraíba.
As campanhas devem ser incentivadas por meio do trote solidário, uma ferramenta para engajar estudantes na doação de sangue. Para conquistar o selo, válido por um ano, universidades, centros universitários e faculdades deverão promover ações semestrais ou anuais e atender às exigências legais. A renovação da certificação dependerá da comprovação do cumprimento desses requisitos.
Além de fomentar a solidariedade, o selo poderá ser utilizado pelas instituições em suas estratégias de comunicação, destacando o compromisso social e o impacto positivo das campanhas de doação de sangue.
Critérios básicos para doação
Ter idade entre 16 e 69 anos, apresentar documento de identificação com foto, pesar no mínimo 50 kg, ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas, estar alimentado e evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, aguardar duas horas. Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas, não estar gripado, resfriado ou em processo alérgico, não ter tomado antibiótico nos últimos 15 dias, não ter diabetes.
Outras dúvidas podem ser dirimidas em hemocentros ou com profissionais da saúde.
Texto e fotos: Juliana Rosas
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