Germinando Paz e Arte: projeto realiza ações em escola de João Pessoa com atenção voltada à emancipação social
Pelas palavras do dramaturgo Augusto Boal, “cidadão não é aquele que vive em sociedade, mas, aquele que a transforma”. Talvez, esse seja o princípio que mobiliza uma equipe da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), com o apoio da Organização Não Governamental Palhaços Sem Fronteiras Brasil (PSFB), que desenvolve o projeto “Germinando Paz e Arte”, na Escola Municipal João Monteiro da Franca, em João Pessoa.
A iniciativa conta com a coordenação geral do professor do curso de Relações Internacionais, Paulo Kuhlmann; do egresso da UEPB e doutorando em Sociologia; Luís Eduardo, que é responsável pela coordenação artística do projeto, e pela egressa da UEPB, mestre em Relações Internacionais, Suerda Gabriela Araújo, responsável pela gestão da vertente de cultura de paz. Todos são oriundos do Projeto Universidade em Ação (PUA), desenvolvido no Câmpus V desde 2013, e são membros da PSFB, que tem realizado ações para descentralizar suas atividades a partir da iniciativa denominada Projeto Em-Baixa-Dores PSFB.
Com previsão de três meses de duração, de agosto a outubro de 2022, o projeto visa estimular o encantamento e a emancipação na localidade escolar atendida para criar espaços seguros de diálogos e movimentos culturais e artísticos. Nesse sentido, busca-se gerar um movimento de cuidado e preservação da praça e das áreas adjacentes à escola de forma que a comunidade se sinta mais conectada, participante e beneficiada. A iniciativa também procura apresentar e desenvolver a arte na escola, de forma que os alunos tenham a capacidade de expressão estética, e demonstrar os caminhos para a construção de uma cultura de paz escolar para que os professores iniciem o tratamento de conflitos e o desenvolvimento da escuta e do diálogo. Diante desses objetivos, são realizadas oficinas de circo, cultura de paz, fantoches, moda e maquiagem, que atendem estudantes professores e a comunidade local.
De acordo com o professor Paulo Kuhlmann, a escolha do local onde estão sendo realizadas as oficinas considera o contato realizado previamente com a gestora da unidade escolar, Sandra Moraes Tavares de Melo, que já entende a importância da cultura de paz para ressignificar ambientes escolares permeados por conflitos e dificuldades de ordens diversas, que é o caso da Escola atendida.
“A escola está situada numa região de vulnerabilidade social e enfrenta problemas em relação à estrutura física, que é bem precária, então, pensamos em desenvolver ações que possam, por meio do diálogo e dos movimentos artísticos e culturais, criar possibilidades para essa comunidade. Isso é o que me motiva nesse projeto, executar uma inundação, um alagamento na Escola gerando uma série de atividades que proporcionem alegria e criatividade para as crianças ou adolescentes e para os professores também. E eu fico extremamente feliz em ver o rosto deles terminando um boneco, as professoras se emocionando nos círculos de diálogo, pra mim isso é o que me motiva”, avalia o professor Paulo.
Além dos coordenadores do projeto, a iniciativa conta com a colaboração das estudantes de Relações Internacionais, Larissa Sherman, ministrante da oficina de Moda; Anne Elisa Alves, que ministra a oficina de Maquiagem e toda a equipe voluntária do PUA. Este projeto conta com o financiamento da ONG sueca ForumCiv, que é parceira do PSFB e atua em mais de 70 países com ações voltadas à defesa da democracia, dos direitos humanos e da participação popular.
Essa ação está articulada às diversas iniciativas já desenvolvidas no âmbito do “Projeto Universidade em Ação (PUA): fortalecendo identidades, emancipando pela arte e construindo cultura e paz” e do Grupo de Estudos de Paz e Segurança Mundial (GEPASM/UEPB), que se dedicam, por meio da teoria e prática, a conhecer, aperfeiçoar e praticar as ferramentas preventivas de construção de paz (círculo de diálogo, emancipação por meio da arte e da cultura, dentre outras) e as ferramentas de resolução e transformação de conflitos (mediação, justiça restaurativa), por meio de projetos, simulações e ações na comunidade.
O trabalho desenvolvido pelo PUA e GEPASM possibilita a integração entre os três pilares da universidade pública: a promoção de ensino de qualidade, combinada com pesquisas acadêmicas de impacto social e, a partir destes, a construção do terceiro pilar: a extensão, que aproxima Universidade e sociedade possibilitando a atuação prática de uma ciência libertadora.
Texto: Juliana Marques
Fotos: Divulgação
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