Homenagens, depoimentos e importância dos 50 anos do curso de Jornalismo marcam abertura do 18º Folkcom
Uma celebração aos elementos que compõem as raízes nordestina e a valorização da religiosidade e manifestações populares. Com tema “As manifestações da religiosidade popular”, foi aberto, oficialmente, na manhã desta quinta-feira (1º), a 18ª edição Folkcomunicação. Realizado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pela Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação, o evento mais uma vez abre espaço para aprofundar o debate em torno e cultura regional e abrir espaço para os novos pesquisadores da área.
A abertura da edição 2023 do evento aconteceu no Auditório III da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, Câmpus I, em Campina Grande, e reuniu estudantes, a maioria do curso de Jornalismo, professores e pesquisadores. Este ano, o Folkcomunicação acontece dentro do contexto das comemorações dos 50 anos do curso de Jornalismo da UEPB.
Homenagens, depoimentos, reconhecimentos ao cinquentenário do curso de Jornalismo, marcaram a cerimônia de abertura. As boas-vindas aos participantes foram dadas pelo professor e coordenador geral do seminário, professor Luiz Custódio, e pelo professor Luciano Albino, chefe de Gabinete da Reitoria, e que na oportunidade representou a reitora Celia Regina Diniz no ato.
O professor Luciano Albino destacou a importância da Folkcomunicação e a combinação de esforço da UEPB para a realização de eventos dessa magnitude. “Nós estamos felizes por mais uma edição do Folkcomunicação e conectados com o evento. Queremos que, assim como este, os próximos tenham a mesma desenvoltura. Este evento, que representa realmente aquilo que a UEPB é. Realizado em um curso de Comunicação que se debruça sobre as nossas manifestações culturais e aquilo que de fato somos”, disse o professor e sociólogo Luciano Albino.
Fundador e coordenador geral do seminário, Luiz Custódio, também acolheu os participantes e lembrou que desde a sua origem, o Seminário Folkcomunicação sempre teve uma relação muito estreita com o Nordeste, com a comunicação e as manifestações populares. Às vésperas do Jubileu do curso de Jornalismo da UEPB, o professor também aproveitou a abertura do evento para tecer alguns comentários sobre a relevância do curso.
Ele destacou que o curso de Jornalismo tem uma grande relevância para a UEPB e para a formação de jornalistas não só da Paraíba, mas de vários estados do Brasil. “Nós estamos completando 50 anos de trabalho, muita luta e muita dedicação. E toda uma construção voltada para o ensino de jornalismo, o ensino das estratégias de comunicação atualizando todas essas questões, a partir dos novos focos, das novas teorias e concepções”, observou.
O professor também enfatizou a temática escolhida para este ano e lembrou que as manifestações religiosas chamam a atenção por abrir perspectivas para muitas reflexões que impulsionam para a vida. Ao se debruçar sobre o tema, Luiz Custódio destacou a qualidade dos trabalhos que estão sendo realizados por pesquisadores e estudiosos identificados com a área, principalmente na produção audiovisual. Com base em um documentário sobre Juazeiro do Padre Cícero, o professor Custódio observou como o povo nordestino se relaciona com a cultura popular e com a religiosidade.
Discursaram ainda na abertura o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão Andrade; o diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), professor Rômulo Azevedo; o coordenador do curso de Jornalismo, professor Orlando Ângelo da Silva; e a representante do Centro Acadêmico Wladimir Herzog, Sabrina Maracajá. De forma unânime, todos fizeram menção aos 50 anos do curso de Jornalismo e lembraram aspectos da história do curso que começou como Comunicação Social.
Após as falas de abertura, o professor Luiz Custódio seguiu na mesa para prestar uma homenagem a pesquisadores que contribuíram para a criação do Folkcomunicação. A homenagem póstuma foi feita aos pesquisadores Luiz Beltrão, Roberto Benjamim e José Marques de Melo. Em sua fala, professor Custódio destacou o legado, a obra e a trajetória acadêmica dos homenageados. Ele lembrou que teve pouco contato com Luiz Beltrão, mas mergulhou profundamente na literatura do autor conhecido como o precursor da pedagogia do jornalismo.
“O meu diálogo com o professor Beltrão foi muito em função dos livros, dos artigos e da produção científica, tanto na Folkcomunicação quanto no Jornalismo. Os textos do Beltrão são riquíssimos, primorosos que ajudam a entender a trajetória do Jornalismo no Brasil” disse lembrando ainda que Luiz Beltrão era uma pessoa religiosa e por isso teve um olhar especial para a Folkcomunicação.
O professor também destacou a obra e o legado de Roberto Benjamin e a sua importância no evento, principalmente o incentivo sobre as cantorias de violeiros no rádio. Sobre José Marques de Melo, o professor Custódio lembrou que ele foi um dos pesquisadores da história do São João de Campina Grande, e conhecia bem os festejos juninos. Ao fazer memória de José Marques, Custódio lembrou que o professor ajudou a aprofundar as discussões da Folkcomunicação no contexto regional.
“José Marques de Melo tinha uma extraordinária competência que era a produção científica. Ele produzia muito. Era uma verdadeira fábrica de produção de textos, artigos e livros. Esses três autores precisam ser reverenciados devido a sua relevância”, observou.
Início das atividades
A primeira mesa do evento contou com a participação de representantes das religiões de matiz afro-brasileira. Integraram a mesa, que teve o tema “Fockcomunicação, Cultura e Religiosidade Popular”, os pesquisadores David Eduardo Gomes, Moisés Sátiro, Radamés Alves Rocha da Silva, e da estudante Deise Barbosa de Araújo. A mesa foi mediada pela professora Robéria Najda Araújo Nascimento. Na oportunidade foram tratadas questões específicas da religiosidade popular, com foco na valorização e a riqueza das religiões de matriz afro-brasileira.
A 18ª Folkcomunicação seguiu à tarde com uma mesa sobre os 50 anos do curso de Jornalismo, com a participação de vários professores e jornalistas formados pela UEPB.
O evento será encerrado nesta sexta-feira (2), abordando a temática central através de palestras, mesas-redondas, oficinas, lançamentos de livros, mostras audiovisuais e apresentações artístico-culturais.
O objetivo, conforme destacou o professor Roberto Faustino, um dos organizadores da edição deste ano, é contemplar o máximo possível a diversidade das expressões religiosas, espirituais e culturais do povo brasileiro, desde aquelas herdadas e ressignificadas ao longo do processo de colonização até aquelas construídas durante toda uma trajetória de resistência e emancipação.
Promovida pela UEPB e a Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação (Rede Folkcom), com apoio do Departamento de Comunicação Social, curso de Jornalismo, Centro Acadêmico Wladimir Herzog, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, reitoria e pró-reitorias da UEPB, a 18ª edição do Folkcom abordará como tema central as manifestações da religiosidade popular.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Rede UEPB
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