Jardim Botânico aprova parceria internacional para conservação de espécie da Caatinga ameaçada de extinção
O Jardim Botânico Professor Ivan Coelho Dantas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) aprovou sua primeira parceria internacional. A acordo institucional foi com o Botanic Gardens Conservation International (BGCI), que é uma organização não-governamental que promove a conservação da flora, da biodiversidade e a educação ambiental, com sede em Londres, na Inglaterra, e que atua em cerca de 800 jardins botânicos de 120 países.
O projeto intitulado “Conservação de Amburana Cearensis (en) no Bioma Caatinga da Paraíba”, visa criar uma iniciativa para a conservação desta espécie, conhecida popularmente como Cumaru. Pertencente à flora nativa do Bioma Caatinga, a Cumaru é considerada em nível vulnerável de extinção, pois durante anos foi alvo do extrativismo e outras formas de exploração no seu habitat. Segundo o diretor do Jardim Botânico, Arnaldo Bezerra de Menezes, o projeto terá duração de três anos e contará com ações de pesquisa e extensão, além de iniciativas de educação ambiental.
A pesquisa será realizada na Serra da Flecha, localizada entre os municípios de Pedra Lavrada e São Vicente do Seridó. A primeira etapa do trabalho começou com o mapeamento da área onde o estudo será realizado. A próxima etapa será o gerenciamento de matrizes para iniciar os estudos. Para realizar a pesquisa, a direção do Jardim Botânico pretende abrir edital para estagiários com direito a bolsas.
Ao longo do estudo serão realizadas as etapas de identificação e registro de matrizes, coletas de sementes, monitoramento da produção de mudas, plantio assistido em áreas potenciais para o desenvolvimento da espécie alvo e cursos e oficinas de capacitação da população local, ampliando desta forma o número de indivíduos e buscando assim garantir a conservação dessa espécie em seu habite.
O investimento feito neste projeto soma £30,000 libras esterlinas e será disponibilizado em etapas ao longo do seu desenvolvimento. O Jardim Botânico da UEPB já recebeu a primeira parcela do recurso para dar início as atividades, as quais envolvem capacitação da equipe, visitas técnicas e um trabalho de educação ambiental junto às comunidades do entorno das áreas de localização das matrizes, bem como das áreas onde serão plantadas as novas mudas para garantir que elas cresçam protegidas e cuidadas.
Texto: Severino Lopes