Grupo de Extensão auxilia comunidade campinense a gerenciar sua produção de lixo e cuidar do meio ambiente
Apesar de ser uma das grandes problemáticas do século, no nosso dia a dia nunca paramos para pensar na quantidade de lixo que produzimos e como o descartamos. De acordo com um levantamento realizado em 2021 pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana, o brasileiro produz, em média, cerca de 1kg de lixo por dia. Ao final de um ano, a soma é de aproximadamente 343 quilos por pessoa. Juntando todo o país, temos o valor final de 80 milhões de toneladas de resíduos produzidos anualmente.
Quando nos deparamos com números como esses é que conseguimos dimensionar a diferença que projetos como o Laboratório do Grupo de Extensão e Pesquisa em Educação Ambiental, coordenado pela professora de Ciências Biológicas da UEPB, Adrianne Teixeira, fazem na sociedade.
A professora conta que o projeto surgiu através da vontade de contribuir com a comunidade. “A ideia por trás desse projeto sempre foi o de levar em consideração todos os resíduos que estavam sendo produzidos durante o período de pandemia, em que as pessoas tiveram uma maior produção de lixo por estarem mais em casa. E percebendo a quantidade de resíduos que elas estavam produzindo diariamente, começamos a apontar estratégias de utilizar processos como reciclagem, reutilização, compostagem, dentre outros. E, a partir desse ano, começamos a fazer intervenções em escolas, eventos dentro da própria universidade e ações juntamente aos catadores,” afirmou a professora Adrianne.
O Laboratório atua junto a associações de reciclagem em Campina Grande, sendo uma delas a ARENSA (Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Comunidade Nossa Senhora Aparecida). A presidente da associação, Maria José da Silva, afirma que a Universidade teve um importante papel na fundação da ARENSA.
“A gente já tinha essa parceria com a UEPB há um tempo. E foi com a orientação de professores da UEPB, que iam atrás dos catadores soltos, que a ARENSA acabou sendo formada. Então, é de uma importância muito grande,” diz Maria José.
Para Maria, o trabalho na associação é, além de uma forma de preservar o meio ambiente, o sustento de muitos. “O resíduo é de uma grande importância pra gente porque é desse resíduo que a gente tem nosso sustento e a reciclagem é nossa forma de limpar o meio ambiente”, afirma a presidente.
Além de ser um meio de divulgação de informações, o Laboratório também é o espaço para muitos alunos terem seu primeiro contato com a docência. É o caso do bolsista, Lucas Nunes, que se envolveu no projeto justamente por gostar da área da educação. “A professora quem me indicou esse projeto pra trabalhar com o gerenciamento de resíduos sólidos, e eu consegui me encontrar e aprender muitas coisas durante esse quase um ano que estou nele”, disse. O que Lucas também percebeu foi que levar uma vida mais sustentável e consciente não é algo complicado.
“O mais importante é saber o básico. As pessoas, às vezes, não têm a iniciativa de separar os resíduos para o descarte correto por achar complexo demais o processo e estar fora da realidade cotidiana e apressada da maioria das pessoas. Mas o mais importante é saber que isso pode ser algo simples, como ter duas lixeiras para os resíduos, uma para os secos e outra para os resíduos úmidos, por exemplo”, explica Lucas.
Além dessa dica dada por Lucas, a professora Adrianne ainda nos listou algumas ações simples que podemos adotar em nosso dia a dia e que fazem a diferença. “A gente sempre pode se basear nos famosos R´s da sustentabilidade, que seriam o reduzir, o repensar, o reutilizar, o reciclar. Dentre nossas ações, estão coisas que a gente pode fazer diariamente, como: realizar a compostagem caseira, ou seja, reaproveitar os resíduos orgânico ou até mesmo utilizá-los em receitas a partir de cascas de frutas ou vegetais que possam ser consumidas de uma outra forma. Utilizar embalagens que possam ser reutilizadas, principalmente levando em consideração o uso de refis que já ajudam você não ter que comprar sempre embalagens novas. É importante também que a gente possa repensar nossas atitudes nesse consumismo, observar se é necessário comprar tantos itens. Além disso, dispensem sacolas plásticas, canudos, façam substituições conscientes, façam economia da energia, não deixando tantas lâmpadas acesas em casa ao mesmo tempo, imprimir menos em papel, desembalar menos, ou seja, procurar por uma alimentação mais saudável, onde você utilize menos pacotes, menos plástico e você descasque mais. Enfim, são muitas as possibilidades” ensina a professora.
Para acompanhar as ações do projeto e obter mais informações sobre o gerenciamento de resíduos e o descarte correto dos mesmos, é só conferir o Instagram do Laboratório: @ggeauepb.
Texto: Maria Beatriz Santos de Oliveira (estagiária da Codecom)
Fotos: Lucas Nunes Araújo (bolsista do projeto)
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