Lançamento do livro “Angústia Existencial em Contos Brasileiros no Século XXI” acontece no MAPP

20 de fevereiro de 2025

Neste sábado (22), a partir das 19h, será lançado no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, o livro “Angústia Existencial em Contos Brasileiros no Século XXI”, de Johnny Glaydson. A entrada é franca.

Participarão do evento as professoras Karyne Soares Duarte Silveira (UEPB) e Solange Diniz de Oliveira (Fust University). A publicação sai pela Editora Dialética e dispõe de 100 páginas. Nela, são abordados os contos “Sabedoria das Águas”, de Daniel Munduruku, “Dramaturga Hermética”, de Natália Polesso, e “Beijo na Face”, de Conceição Evaristo.

Johnny informou que a obra resulta da dissertação de mestrado dele, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Passei dois anos estudando o assunto e ao concluir o trabalho participei de um concurso da Editora Dialética. Fiquei em segundo lugar na premiação, quando foram selecionadas três obras no Brasil todo, para que fossem transformadas em livro”, disse.

“Angústia Existencial em Contos Brasileiros no Século XXI” parte de Søren Kierkegaard, Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre e, conforme o autor, isso aconteceu não apenas por eles serem indispensáveis e influentes para o pensamento de outrora e da atualidade acerca do tema, mas também porque, em suas obras, enfatizam palavras importantes para a pesquisa, como possibilidade, liberdade, autenticidade. “E elas foram utilizadas como fio condutor, por isso a divisão do livro em alguns tópicos, a exemplo de ‘Angústia existencial em Kierkegaard e sua abertura à possibilidade’, ‘Angústia existencial em Martin Heidegger frente à existência autêntica’ e ‘Angústia existencial em Jean-Paul Sartre frente à liberdade’”, apontou Johnny.

Ele acrescentou que um dos pontos-chave da obra é ressaltar a criação literária, nesse cenário. “Trago estes filósofos em contraponto às narrativas apresentadas, mostrando também a independência da literatura em si, ao falar a respeito do assunto com autoridade, muitas vezes sem lançar mão de conceitos filosóficos. A filosofia conceitua, principalmente com o propósito de tornar mais claro, mas na literatura isso está ali nas entrelinhas e é o que o livro expressa de uma forma introdutória”, revelou.

A origem da Angústia
No prefácio, o professor David Pessoa de Lira destaca que a obra traz novos olhares e perspectivas para a literatura, especialmente aos escritos étnico-raciais, produzidos em solo brasileiro. “O leitor tem em mãos um trabalho precioso. Johnny é um pesquisador nato e apresenta essas perspectivas de forma clara e objetiva, justamente porque abordar a angústia não é algo tão simples. Já começamos a lidar com a complexidade na própria origem da palavra. A palavra latina angustĭa significa escassez, carestia. Daí vem a angústia em língua portuguesa. Mas, no latim, angustĭa no plural, a saber angustiae, quer dizer algo a mais: dificuldades, desfiladeiro, estreito, estreiteza, brevidade. Não é por acaso que a expressão latina ‘in angustiis esse’ significa estar em situação difícil”, pontua.

Segundo David, a obra, ao explorar as várias facetas da angústia, busca não somente entender as suas raízes filosóficas e psicológicas, mas também oferecer caminhos para que seja perscrutada a sensação de desamparo, a autenticidade e a coragem, afinal, talvez a angústia se revele, paradoxalmente, como uma das chaves para a liberdade humana, uma força que nos impulsiona a criar, agir e encontrar sentido em uma existência que não oferece garantias. “O sentimento de estar lançado no mundo, sem respostas definitivas sobre o propósito da vida, faz com que o ser humano se depare com a sua própria vulnerabilidade e o peso de suas escolhas. A angústia existencial pode ser vista como um ponto de partida para o autoconhecimento e para a criação de uma vida autêntica, em que o indivíduo constrói seu próprio sentido, rompendo com as convenções e expectativas impostas”, conclui.

Johnny Glaydson é graduado em Letras-Inglês pela UEPB e atualmente é professor desse curso tanto na Instituição, como na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). É doutorando em Letras (Estudos Literários) pela UFPE. Atuou como docente na rede pública de ensino do Estado da Paraíba e professor de Língua Estrangeira-Inglês, em instituições privadas. Foi, igualmente, professor-tutor do Conexão Mundo — projeto integrado às políticas públicas do Programa de Internacionalização/Intercâmbio Gira Mundo do Estado da Paraíba. De acordo com ele, é não apenas um estudioso, mas, sobretudo, um apreciador de Teoria Literária, Literatura Comparada, Linguagem e Sociedade, Artes e Cultura.

Texto: Oziella Inocêncio