Legislação voltada à educação antirracista é tema de Seminário promovido pelo NEABI-Guarabira
Com a participação de estudantes de graduação, pós-graduação, professores e professoras da educação básica e superior, foi realizada a 7ª edição do Seminário Construindo Metodologias de Ensino com foco nas Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, promovido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), do Centro de Humanidades (CH), Câmpus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado em Guarabira.
No turno da manhã, foi realizada a roda de conversa na qual os participantes puderem expor as experiências de sala de aula e de pesquisa com a temática afro-brasileira e indígena. À tarde, houve uma mesa-redonda sobre as políticas públicas para as comunidades quilombolas e a educação escolar quilombola. A programação contou com a apresentação do Grupo Ideal de Capoeira, da cidade de Belém e do coletivo cultural Caiana dos Crioulos, da comunidade quilombola Caiana dos Crioulos, da cidade de Alagoa Grande. Também foi realizada uma feira de artes com produtos e obras produzidas por estudantes do CH e as comunidades quilombolas.
À noite, foi realizada a mesa-redonda sobre políticas públicas para negros na educação básica e superior, na qual a vice-reitora da UEPB, professora Ivonildes Fonseca, encerrou a programação expondo a política de cotas raciais para negros no ensino superior e destacou o caso da UEPB, cujas cotas contemplam os vários segmentos sociais considerados vulneráveis, como pessoas indígenas, ciganas, negras, quilombolas, pessoas com deficiência, com vulnerabilidade socioeconômica, transgênero, travestis, transexuais e egressos de escolas públicas.
O evento organizado pelo NEABI-Guarabira, em parceria com os Centros Acadêmicos dos cursos de Geografia, Direito e História, buscou dialogar sobre as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que completam 20 anos e estabelecem a obrigatoriedade de oferta do conteúdo de história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo das escolas básicas, o que ainda não é realidade em 70% dos municípios brasileiros.
De acordo com a organização do evento, a implementação desses conteúdos representa a efetivação dessas Leis e a transformação das práticas pedagógicas cotidianamente desenvolvidas por professores em sala de aula. Discutir uma educação antirracista é urgente, de modo que sejam desenvolvidas em sala de aula práticas educativas que formem cidadãos capazes de conviver e respeitar as pessoas negras e indígenas e suas práticas culturais, enfrentando assim o racismo.
Texto: Juliana Marques
Fotos: Divulgação
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