Memórias, depoimentos e valorização da história marcam abertura do 9º Seminário de Maturidade e Cidadania

Memórias, depoimentos e valorização da história marcam abertura do 9º Seminário de Maturidade e Cidadania
23 de outubro de 2024

As rugas no rosto e os cabeços brancos retratam experiências e uma longa estrada percorrida. Os passos lentos de hoje mostram que o tempo passou. Mas, o encanto da vida não. Os sorrisos, abraços e entusiasmo revelaram que envelhecer de forma saudável e feliz é possível. Com esse clima de valorização de cada história de vida, teve início nesta quarta-feira (23), o 9º Seminário Interdisciplinar de Maturidade e Cidadania (SIMAC) da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA), pertencente à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Este ano, o evento promovido pela Comissão Institucional Especial para a Formação Aberta à Maturidade (CIEFAM), acontece no Auditório 2 e no hall da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, no Câmpus I, dentro das comemorações dos 15 anos da UAMA. O primeiro dia do Seminário foi marcado por depoimentos, rememoração afetiva e valorição dos principais momentos que marcaram a história da UAMA, desde a turma pioneira em 2009.

Com a presença de representantes de todas as 21 turmas que passaram pela UAMA, o seminário foi aberto pelo idealizador do projeto e coordenador da Universidade Aberta à Maturidade, professor Manoel Freire. A solenidade também contou com a presença do chefe de Gabinete da Reitoria, professor Luciano Albino; o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), professor, psicólogo e ex-reitor da UEPB, Antonio Guedes Rangel Junior; a prefeita de Lagoa Seca, Dalva Lucena; além de vários(as) professores(as) que atuaram nas turmas do curso de Educação para o Envelhecimento Humano.

Ao todo, nove estudantes da turma pioneira participaram do evento, a exemplo da aposentada Raimunda de Paula, de 86 anos, para quem a UAMA teve um papel importante em sua vida tendo ajudado a envelhecer saudável e feliz, segundo ela. O Seminário foi aberto de forma festiva com a apresentação do grupo “Fusuê”, formado por estudantes da turma atual da UAMA. A valorização histórica começou a ser feita pelo professor Manoel Freire.

Visivelmente emocionado, o docente relatou algumas das ricas etapas da Universidade Aberta à Maturidade, que segundo ele, nasceu na perspectiva de promover a transformação de vida. Ele aproveitou para relembrar os primeiros passos que culminaram com a criação da UAMA na UEPB em 2009, desde a sua ida para a Espanha, em meio aos estudos de mestrado. Mano procurou rememorar o projeto e fez questão de citar todas as turmas que já vivenciaram a experiência da iniciativa.

“Esse primeiro dia do seminário é especial porque conseguimos relembrar as várias turmas da UAMA de 2009 até agora. Eu costumo dizer que a UAMA é um processo de transformação. Muitos idosos chegam aqui com várias perspectivas, desde crise de ansiedade, depressão e querendo aprender em uma nova perspectiva de qualidade de vida”, destacou. Para ele, a UAMA tem ajudado a favorecer a melhora da de vida dos(as) idosos(as), promovendo conhecimento, auto-estima, empoderamento e resiliência, por meio das atividades de sala de aula e os momentos de lazer e de cunho cultural. Manoel Freire também manifestou a sua gratidão aos professores(as) e técnicos(as) administrativos(as) que com dedicação, zelo, ajudaram a quebrar paradigmas e transformar vidas.

Representante da reitora Celia Regina Diniz no evento, o professor Luciano Albino parabenizou a UAMA pelos 15 anos, e como sociólogo destacou a importância das pessoas viverem bem e de forma intensa cada fase da vida com alegria. Luciano Albino lembrou que historicamente na UEPB tudo foi conquistado com muita luta e dificuldade, o que a torna uma Instituição diferenciada. Nesse sentido, ressaltou que a UEPB pode não estar no topo das 10 melhores do país, mas, seguramente, realiza coisas que nenhuma outra instituição do mundo faz.

“Na UEPB nada é fácil. Essa Universidade existe em função da luta, do empenho e da crença de cada estudante, que cada servidor e servidora, e docente que tem de fazer que ela se torne uma universidade importante e de destaque”, afirmou.

Em clima festivo e de júbilo, o presidente da Fapesq, professor Rangel Junior, também parabenizou a UAMA por mais um aniversário e lembrou de momentos marcantes do projeto que ficaram eternizados nas mentes e corações dos(as) discentes. “Com certeza esse é um momento de muitas memórias e lembranças marcantes desse projeto. Eu que tive oportunidade de participar de forma indireta da norma que criou a UAMA, e vejo esse projeto com muita alegria”, observou.

UAMA transformando vidas

Estudante da turma atual e membro do grupo Fusuê, o agricultor Severino Barbosa de Oliveira não escondia o contentamento em fazer parte do projeto. Emocionado destacou a importância da UAMA em sua vida. “A UAMA tem sido uma experiência maravilhosa e um dos pilares de sustentação de minha vida”, disse.

Emocionante e cheio de ternura, experiência e sabedoria, foi o depoimento da aposentada Antonia Marcelino, 87 anos. Em sua fala, ela destacou alguns dos momentos vivenciados da UAMA e que se tornaram inesquecíveis. Em outro momento, uma das professoras da turma, Maria do Carmo Eulálio, também fez um depoimento emocionado, como forma de expressar o sentimento das demais professoras que ministraram aulas no curso.

Após os depoimentos aconteceu uma apresentação cultural com a banda de pífano, comandada por Zé do Pife, um dos estudantes da turma atual da UAMA. Os(As) professores(as) do curso também foram homenageados(as) e receberam brindes como gratidão pela dedicação e transmissão do conhecimento.

A programação continuou no hall da Central de Intgegração Acadêmica Paulo Freire com a exposição de banners, memoriais e materiais da Universidade Aberta à Maturidade. Na sexta-feira (25), acontece a exposição com o tema “Aprendizado ao longo da vida”, com o professor Antonio Guedes Rangel Junior; e a professora e neurocientista, Kelly Soares. Em seguida, a temática é “Bem-estar no envelhecimento”, ministrada pela professora e fisioterapeuta, Vitória Regina.

UAMA na história

Em 15 anos de existência, 1.110 estudantes passaram pela UAMA em 21 turmas distribuídas nos câmpus de Campina Grande, Guarabira e Lagoa Seca. Mais de 80 professores(as) ministraram aulas no curso e em diversas atividades do projeto voltado para o envelhecimento saudável. Atualmente, 80 discentes estão matriculados no curso, em duas turmas do Câmpus I.

A UAMA foi idealizada pelo professor do Departamento de Educação Física, Manoel Freire, após experiência com estudantes idosos participantes de suas pesquisas de mestrado e doutorado em Atividade Física e Saúde, na Espanha. A primeira turma foi formada em agosto de 2009, com 50 estudantes idosos inscritos. O projeto cresceu e se expandiu para Lagoa Seca onde foram formadas quatro turmas, e em Guarabira, que teve uma turma concluída.

Vinculada à UEPB como uma das experiências inéditas na América Latina, a UAMA tem o objetivo de possibilitar aos(as) idosos(as) aulas de formação especial, aprofundando seus conhecimentos em diversas áreas relacionadas ao envelhecimento e qualidade de vida, como também proporcionar aos(as) estudantes, pesquisadores(as) e demais interessados(as) na temática do envelhecimento um espaço de desenvolvimento de projetos de pesquisa, extensão e ensino, incluindo também estágios supervisionados.

Em maio de 2012 o Conselho Universitário (Consuni), por meio da Resolução UEPB/CONSUNI/021/2012, resolve converter o PROUFATI em Comissão Institucional Especial para a Formação Aberta à Maturidade (CIEFAM), a qual encampa a UAMA, com o curso de Educação para o Envelhecimento Humano e todos os programas especiais voltados exclusivamente para o idoso. Em maio de 2012, o Conselho Universitário (Consuni), por meio da Resolução UEPB/CONSUNI/021/2012, resolve converter o PROUFATI em Comissão Institucional Especial para a Formação Aberta à Maturidade (CIEFAM), a qual encampa a UAMA, com o curso de Educação para o Envelhecimento Humano e todos os programas especiais voltados exclusivamente para o idoso.

Posteriormente, esta Comissão se transformou em uma Coordenadoria voltada ao atendimento do público idoso e demais questões relacionadas ao envelhecimento. Em 15 anos, o curso de Educação para o Envelhecimento Humano e todos os programas especiais voltados exclusivamente para os(as) idoso(as), tem sido um suporte na vida dos(as) estudantes com mais de 65 anos que chegaram à terceira idade e ainda têm sonhos e vontade de viver bem e feliz.

Texto: Severino Lopes
Fotos: Paizinha Lemos