Mesa-redonda aborda questões sobre formação docente e aprendizado em sala de aula com uso de tecnologia digital
Em um mundo com aparelhos eletrônicos cada vez mais sofisticados é impossível pensar uma formação docente e o aprendizado em sala de aula sem o uso da tecnologia digital. O emprego desses recursos e as novas formas de transmissão do ensino e do saber, serviram de base para uma mesa-redonda realizada na manhã desta terça-feira (7), dentro da programação do 3º Congresso Universitário da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Com tema “Multiletramentos e Formação Docente”, a atividade foi realizada no Auditório III da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, no Câmpous I, em Campina Grande, tendo sido abordada pela professora Maria Lúcia Serafim, da UEPB, e pelo professor Manassés Morais Xavier, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Estudantes dos cursos de Letras e Pedagogia acompanharam o debate que foi mediado pelo servidor da Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), Alberto Lima de Oliveira.
Ao longo de sua explanação a professora Maria Lúcia Serafim destacou a importância do uso das tecnologias no processo de aprendizado, mas também chamou a atenção dos educadores para estarem atentos aos desafios que inevitavelmente surgem em sala de aula com o advento da era digital. “Ao tratarmos dos multiletramentos e formação docente dentro de um congresso com essa magnitude, realizado de forma híbrida e que congrega os pilares do Ensino, Pesquisa e Extensão, é cada vez mais adensar a necessidade do protagonismo do professor e do estudante no processo de aprender em tempos de redes digitais e tecnologias contemporâneas que fazem parte do cotidiano e como tal, precisam estar presentes na sala de aula, na extensão e na pesquisa”, enfatizou a professora.
Maria Lúcia Serafim classificou como um desafio para as escolas públicas e até para a universidade, utilizar esses meios tecnológicos, visto que em muitos casos, o ensino ainda está atrelado a métodos ultrapassados. “É preciso superar esses desafios e cada vez mais usarmos as tecnologias móveis, compreendendo que estamos inseridos em uma sociedade em movimentos digitais e como tal, não podemos mais ficar naquele pensamento de que a tecnologia é boa ou má. Precisamos procurar possibilidades de confluências de mídias que a cada tempo estamos a conviver e a produzir principalmente as novas tecnologias”, observou.
Participante da mesa-redonda, o professor Manassés Morais Xavier classificou como necessária o aprofundamento do debate sofre o multiletramento e a necessidade de se investir em práticas de formação que incluam as tecnologias digitais dentro de uma perspectiva do cotidiano capaz de formar sujeitos críticos a partir desses recursos. “As tecnologias estão presentes no cotidiano e nas práticas. Nem tem motivo para que a educação se prive dessa necessidade”, observou.
Minicurso debate aplicação de procedimentos éticos nas pesquisas que envolvem grupos vulneráveis
O segundo dia do 3º Congresso Universitário da UEPB teve a realização do minicurso “Como proceder nas pesquisas que envolvem grupos vulneráveis para o desenvolvimento de políticas de inclusão”. A atividade organizada pela Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PRPGP) também foi realizada no Auditório III e teve como mediadora a professora Aline Machado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Ao longo de sua fala, a professora Aline Machado fez uma abordagem em torno da coleta de informações de forma correta e ética junto às populações vulneráveis. “Nós vamos propor um debate sobre como a ética em pesquisa está implicada quando falamos das populações vulneráveis. A gente precisa considerar os métodos nas suas multiplicidades e as implicações éticas”, frisou.
No entendimento da professora, os pesquisadores precisam repensar os processos e métodos de pesquisa que beneficiem o participante da pesquisa. A ética, segundo ela, é um princípio que deve nortear o trabalho dos pesquisadores, tendo o cuidado devido para não extrapolar os seus limites na coleta de informações, que vão dar sustentação a pesquisa. “Esses métodos envolvem todo um conjunto de arcabouço teórico e metodológico. É ético, por exemplo, fazer uma pesquisa que coloque pessoas que cometeram um tipo de delito em determinado local ou determinada área?”, indagou a professora Aline Machado.
Em sua 3ª edição o Congresso Universitário segue com outras atividades no hall da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, a exemplo da feira literária e dos saberes, e a continuação das Mostras de Extensão do 7º Seminário de Extensão.
Texto e fotos: Severino Lopes
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