Ministério e Secretaria de Saúde do Estado visitam Laboratório de Análise de Peçonhas e Toxinas da UEPB

A visita de representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde a Campina Grande foi iniciada ainda não manhã desta terça-feira (7). Começou no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes e seguiu para o Laboratório de Análise de Peçonhas e Toxinas (LABTOX) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
A vinda de tais representantes já estava agendada, contudo, com o aumento nacional de casos de intoxicação por metanol e o anúncio da identificação facilitada da substância em bebidas por pesquisadores(as) da UEPB, o assunto também entrou na pauta.
Estiveram presentes na visita Sayonara Lia Fook, professora do Departamento de Farmácia e coordenadora do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande (CIATOX); Rodrigo Galvão, biólogo e técnico do LABTOX; Priscilla Farias, gerente operacional da Rede de Atenção às Urgências e Emergências da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba; e Bárbara Rahn, representante do Ministério da Saúde, consultora técnica da Coordenação Geral de Urgência do Departamento de Atenção Hospitalar de Urgência Domiciliar, da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde.
A professora Sayonara Lia Fook representou a UEPB nesta visita e a avaliou positivamente. “Essa união de forças vem trazer o fortalecimento de centros de informação e assistência toxicológica da Paraíba. Já estamos há algum tempo em conversas para que isso se concretizasse. A Secretaria do Estado e o Ministério da Saúde vêm dando muito apoio aos centros da Paraíba”, disse.
Dado ao atual aumento de casos de intoxicação, o metanol foi um dos temas. “O Ministério da Saúde já emitiu um fluxograma e todo este manejo foi discutido com a Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica do Brasil, com a Associação Brasileira de Medicina de Urgência e com a Sociedade Brasileira de Toxicologia. O Ministério enxergou a qualidade do serviço dos centros e os chamou para trabalhar junto. Nessa reunião, foi apresentado todo este trabalho”, explicou a professora Sayonara. Priscilla Farias, representante da Secretaria da Saúde do Estado, ratificou a cooperação e fortalecimento.
LABTOX
O biólogo Rodrigo Galvão explicou que o laboratório trabalha em parceria com o Hospital de Trauma de Campina Grande, por meio do CIATOX, lidando com animais peçonhentos, “Capturamos estes animais, geralmente sem vida, e trazemos ao laboratório. Fazemos uma triagem, colocamos na coleção científica e os preparamos para material didático. Preservamos tais animais, ainda que sem vida, pois podemos preservar seu DNA. Temos um banco genético dos animais peçonhentos da Paraíba”, disse.
O CIATOX trabalha 24 horas, em regime de plantão. Quando necessário, entra-se em contato com o LABTOX para a identificação correta do animal e o devido tratamento. Sobre a visita, Rodrigo relatou que alguns não conheciam a natureza do trabalho, a importância que tem para a sociedade e o trabalho que a UEPB presta, por meio do laboratório, à população em geral. “Não sabiam da preservação e banco de dados dos animais, do trabalho de promoção da saúde pública, por meio da apresentação dos animais e prevenção, em escolas, por exemplo”, explicou o técnico.
Ele apontou que nem todo CIATOX tem este serviço atrelado, como o que presta o LABTOX. “Outros centros do país trabalham em caráter não presencial. Somos um dos poucos no Brasil com equipe multidisciplinar para prestar este atendimento. Muitos centros trabalham apenas em regime remoto”, afirmou.
Bárbara Rahn, representante do Ministério da Saúde explicou que a visita foi articulada em conjunto com a Rede de Urgência e Emergência do Estado. “A gente tem conhecido alguns centros no país. Foi uma oportunidade conhecer o CIATOX de Campina Grande. O objetivo é entender qual o papel do centro, como tem sido o trabalho desenvolvido”, disse.
“Sabemos que é um trabalho historicamente competente, tem uma equipe engajada. Estamos nesse esforço de articular o serviço do CIATOX em conjunto com a Rede de Urgência e Emergência, saber como tem sido essa articulação com os restantes dos hospitais, a UPA, o Samu, que têm profissionais capacitados para orientar o diagnóstico, tratamento e prognóstico em casos de intoxicação e envenenamento”, relatou Bárbara.
Sobre o assunto em voga, intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, a representante disse que o fluxograma do manejo nos casos de intoxicação por metanol lançado pelo Ministério foi discutido. “Conversamos como articular todos os pontos de atenção, entendemos o CIATOX como este ponto central de articulação, de apoio a profissionais de saúde, para que eles façam o diagnóstico correto, utilizem o antídoto de forma adequada e todo outro tratamento que precise ser feito”, declarou.
Texto: Juliana Rosas
Fotos: Erivaldo Laurindo
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