Mulheres palestinas: Câmpus V sedia conferência que marca dois anos do genocídio contra o povo palestino

10 de outubro de 2025

Diante do conflito e das graves crises humanitárias vividas pelo povo palestino, especialmente pelas mulheres que enfrentam cotidianamente os efeitos da ocupação e da guerra, o Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em João Pessoa, sediou, nesta quinta-feira (9), às 15h, a conferência “Mulheres Palestinas contra o genocídio”.

O evento, promovido pelo Grupo de Pesquisa sobre o Oriente Médio (GUPOM), em parceria com o Comitê Paraibano de Solidariedade ao Povo Palestino (COMPAPAL) e o Centro de Estudos Avançados de Políticas Públicas e Governança (CEAPPG), reuniu pesquisadoras, estudantes e representantes de movimentos sociais no Auditório Pioneiros para debater o papel das mulheres palestinas, a luta por direitos humanos e os desafios enfrentados diante do prolongado cenário de ocupação e deslocamento forçado.

A mesa de abertura contou com a participação da estudante do curso de Relações Internacionais, bolsista de PIBIC e integrante do GUPOM, Ana Beatriz Lima; da representante do COMPAPAL, Elisa Lima; e do representante do CEAPPG, professor Filipe Reis. Para o docente, esse evento é uma demonstração de solidariedade diante da situação vivenciada pelo povo palestino, além de ser uma forma de contrapor o discurso da mídia hegemônica.

“Quando falamos sobre o genocídio cometido contra o povo palestino o sentimento toma conta de nós é de muita tristeza e injustiça. Porque era um povo que vivia naquela terra e foi expulso, que não tem direito ao retorno à sua terra natal. Isso gera um sentimento de injustiça e as pessoas que tem esse sentimento de solidariedade, de humanidade normalmente reconhecem essa questão. De forma geral, a população brasileira não está bem informada sobre essa situação, visto que os grandes meios de comunicação, que são aqueles que têm as maiores audiências, informam de forma muito deficitária sobre o que acontece na Palestina. Esse tipo de evento tenta quebrar um pouco essa narrativa de que os palestinos são os culpados e prestar nossa solidariedade”, avalia.

Em sua fala, Ana Beatriz destacou que a falta de resolução para o holocausto vivido pelo povo palestino motiva ações como essa, que buscam mobilizar e denunciar a violência, especialmente contra as mulheres. A partir dessa questão, a conferência contou com a participação remota de três convidadas, duas delas palestinas: a jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh, mestre e doutora em Estudos Árabes pela Universidade de São Paulo (USP), autora dos livros “Al Nakba – um estudo sobre a catástrofe palestina” e “Uma história das mulheres palestinas – dos salons aos primórdios da literatura de resistência”; e a cineasta e ativista Rawa Alsagheer, palestina nascida na Síria e radicada no Brasil há dez anos, coordenadora de Samidoun, rede de solidariedade aos prisioneiros palestinos nas prisões da ocupação israelense e membro no movimento Caminho Palestino Revolucionário Alternativo e o movimento Alkaramah para as mulheres palestinas. O debate também contou com a participação da fotógrafa documental e internacionalista brasileira Karine Garcez.

Transmitido também pelo canal do CEAPPG no YouTube, o evento reafirmou o compromisso da universidade e dos grupos de pesquisa envolvidos com a defesa dos direitos humanos, do Direito Internacional e da vida, fortalecendo a solidariedade entre povos e destacando o protagonismo das mulheres palestinas na resistência.

Texto e foto: Juliana Marques