Museu de Arte Popular da Paraíba abre Semana Nacional dos Museus com nova exposição
Na noite desta quarta-feira (15), o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, abriu oficialmente a Semana Nacional de Museus, promovida anualmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Apesar da chuva intensa que precedeu a iniciativa, ela foi bastante prestigiada pela comunidade local.
O mestre de cerimônias da noite foi o servidor da Pró-reitoria de Cultura (PROCULT), Alberto Alves. O evento iniciou com uma apresentação de voz e violão, capitaneada por Chico Lima. Em seguida, houve a abertura da exposição “Pincéis e Paixão, a Arte das Mulheres no Maior São João do Mundo”. Oriunda do Coletivo Mulheres da Arte Naif PB, ela tem curadoria de llson Moraes.
Compondo a mesa da solenidade, figuravam o diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva, e as artistas do Coletivo, Lu Maia, Val Margarida e Analice Uchôa. Em seguida, as outras artistas presentes à exposição, Ana Lima, Célia Gondim, Letícia Lucena, Manu da Pazz, Márcia Margarida, Patrícia Lucena e Waleska Silveira, falaram um pouco de sua vida e obra. O evento foi finalizado com uma exibição da Banda de Pife, de Zé do Pife.
Integrando a oportunidade, entre outros, estavam o coordenador de comunicação da UEPB, Hipólito Lucena; a assessora de Comunicação do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Amazile Vieira; a artista visual Rebeca Souza; a diretora do Centro Artístico Cultural (CAC), Patrícia Lucena; o poeta e pró-reitor adjunto de Gestão de Pessoas, Josenildo Maria de Lima (Jota Lima); a representante da Secretaria de Educação (SEDUC) da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), Giovanna Aquino; e o documentarista Hélio Costa.
Ave, São João!
“No mês mais animado do Nordeste, as cidades se preparam para as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro e se vestem de bandeirinhas e balões coloridos, enquanto as fogueiras ardem no terreiro ao som do forró. É justamente essa atmosfera de alegria e vivacidade que a exposição quer transmitir”, disse Lu Maia. São 29 obras, que segundo o curador, Ilson Moraes, expressam amor à identidade e às tradições regionais, capturando momentos memoráveis, como os casamentos juninos, o entusiasmo das danças e a reverência aos santos da época.
Um dos destaques da exposição, conforme Ilson, é a homenagem ao tradicional “Trem do Forró”, que transporta pessoas de Campina para o município de Galante, em junho. A réplica é confeccionada em caixas de papelão reciclado, coberta de cartolina e pintada com motivos juninos, sendo que cada artista ficou responsável por um vagão, como explicou Lu.
Em sua fala, Val Margarida externou o quanto a UEPB é uma instituição diferenciada. “Quem me conhece sabe o quanto sou fã do Museu, da estrutura dele, de como ele é aconchegante e organizado. A Universidade nos recebeu muitíssimo bem e ela realmente tem essa sensibilidade de olhar para o que é da gente e honrar a nossa produção, a cultura popular e os artistas. Enquanto Coletivo, também nos sentimos acolhidas pelo nosso trabalho ganhar mais projeção, ainda mais no período junino que se aproxima”, assinalou.
Analice Uchôa concordou com Val, pontuando o quanto é difícil a arte feita por mulheres ser devidamente valorizada e remunerada. “Se formos acompanhar a própria história da arte, vamos entender que os homens sempre tiveram mais oportunidades, mais tempo, sobretudo, e que por essa razão as mulheres continuamente foram prejudicadas. O Coletivo existe como resposta a esse cenário. Aprendemos muito juntas e crescemos artisticamente, partilhando nossas experiências. Podermos mostrar aqui o nosso trabalho, é uma coroação disso”, afirmou.
Já o professor Pereira enfatizou que há algum tempo havia o interesse de que “Pincéis e Paixão, a Arte das Mulheres no Maior São João do Mundo” ocupasse uma das galerias do MAPP, e que vinham sendo realizadas tratativas nesse sentido. “A exposição é um convite para celebramos a cultura nordestina. Em cores vibrantes e traços singulares, ela retrata fielmente essa alegria que vivemos todos os anos, é impossível não se identificar. Temos em vista, também, que é essencial a sociedade incentivar a igualdade de gênero para que melhorias reais possam acontecer. Para o Museu, é fundamental colaborar nesse contexto, ampliando a visibilidade para a arte feminina”, concluiu.
O diretor do MAPP destacou, ainda, o papel desempenhado pelo Museu em relação ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão. “A Semana é muito afim ao MAPP e à UEPB, dado que ela levanta o tema ‘Museus, Educação e Pesquisa’. Idealizamos uma programação bastante diversificada até o domingo (19), contemplando o que foi proposto pelo Ibram”, endossou Pereira.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Filipe Chaves (Divulgação)
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