Museu de Arte Popular da Paraíba reabre suas portas com exposição que retrata a feira de Campina Grande
É junho na Rainha da Borborema e, como propaga uma das mais famosas músicas de Luiz Gonzaga, o céu está de novo em festa, porque o Maior São João do Mundo retoma suas práticas presenciais, depois de cancelado por dois anos, devido à pandemia da covid-19. Seguindo o rastro de alegria que o período enseja, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), reabre suas portas à visitação pública, nesta quinta-feira (9), com a abertura da exposição “A Feira de Campina Grande: poéticas e imaginários”. O evento acontece às 19h, com entrada franca.
O diretor do MAPP e pró-reitor adjunto de Cultura, professor José Pereira da Silva, pontuou que neste momento de recomeço e reencontro com a maior expressão da tradição artística nordestina – o São João – o Museu evoca a feira como elemento primordial, trazendo à cena todo referencial simbólico por ela contemplado. Ele acrescentou que durante as comemorações relacionadas ao Maior São João do Mundo, o MAPP também contará com uma projeção mapeada, na fachada do Museu, de forma a “colorir” os três pandeiros, a partir de imagens contendo as exposições já efetuadas, ao longo da existência daquele equipamento cultural. “Assim, teremos exibidos na projeção, trabalhos que celebraram, por exemplo, a arte de Elba Ramalho, Marinês, João Gonçalves e Jackson do Pandeiro”, citou Pereira.
A atividade, conforme o diretor, soma-se às ações que o MAPP desenvolverá este mês, como o projeto denominado “São João dos 3 Pandeiros”, que acontece de quinta a domingo, às 15h, com o autêntico forró pé de serra ecoando ao vivo, na área externa do Museu. A iniciativa é idealizada por Sussa de Monteiro e Alfranque Amaral, com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT) da UEPB e do Fórum Forró de Raiz (PB).
Nestes últimos dois anos, o Museu permaneceu fechado à visitação pública, em razão da pandemia. Mesmo assim, tomando as medidas sanitárias que o contexto exigia, vários eventos ocorreram no MAPP, a exemplo de exibições musicais, feiras de caráter cultural e lançamentos de cordéis e livros. Foram realizadas, ainda, algumas pequenas exposições, como “Genival Lacerda: vida e obra”, “Nise da Silveira: uma vida para nosso tempo”, e “Cenas e poemas”.
“Essas ações tiveram o objetivo de manter acesas no Museu a criatividade e a vivacidade dos nossos artistas populares, bem como prosseguir com o diálogo junto a eles. Além disso, tínhamos como propósito continuar atraindo a população para as práticas culturais, fortalecendo o MAPP como um espaço onde florescem nossos valores e costumes, e, como tal, constituinte e guardião da nossa identidade”, finalizou Pereira.
Texto: Oziella Inocêncio