Museu de Arte Popular da Paraíba recebe edição do projeto “Tarde Literária”, nesta sexta-feira (3)
Nesta sexta-feira (3), a partir das 17h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, receberá o evento “Tarde Literária”. Realizada pelo Governo do Estado da Paraíba, por meio da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), a atividade prevê o lançamento de vários livros, contando com os escritores que colaboraram neles, bem como com homenageados, autoridades e integrantes da equipe da EPC.
Na programação figuram as obras “Antologia do Teatro Paraibano” (volume 1), “Paraíba na Literatura – IV” e as segundas edições de “Paraíba na Literatura” partes I, II e III, além de “Obra Poética”, de Félix Araújo. O evento dá prosseguimento à “Noite da Literatura Paraibana”, cuja primeira edição aconteceu em março de 2022, na Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa, objetivando reunir escritores e leitores. Com o sucesso da celebração, surgiu a necessidade de novas edições, inclusive em outros municípios do Estado. Neste processo de descentralização, Campina será a primeira contemplada com a expansão da iniciativa que, posteriormente, acontecerá em Patos, Sousa e Cajazeiras.
De acordo com a assessoria do evento, a coleção denominada “Paraíba na Literatura”, já está consolidada na cena cultural do Estado, como um registro do legado dos grandes nomes das nossas letras, em diferentes épocas. Assim, o projeto chega ao quarto volume, primando pelo conteúdo, inovando na qualidade editorial e conferindo novos elementos à parte gráfica: tudo para proporcionar ao leitor uma experiência ainda mais agradável.
A coleção objetiva garantir, especialmente às novas gerações, o acesso ao conhecimento da produção literária paraibana, evidenciando o trabalho dos nossos autores e autoras, em variados períodos e contextos históricos. A cada volume, são publicados 20 perfis, feitos por pesquisadores, escritores, jornalistas e professores, que se debruçam sobre a trajetória das pessoas envolvidas e suas obras.
Os livros estarão à venda no local do lançamento e podem ser comprados também na Livraria A União, localizada nas dependências do Espaço Cultural José Lins do Rego (Funesc), em João Pessoa, como também na versão virtual da Livraria, no endereço eletrônico.
Participantes do quarto volume
O quarto volume da coleção é apresentado pelo governador João Azevêdo e tem como autores e autoras, entre outros, Anayde Beiriz, Félix Araújo, Débora Ferraz, Juca Pontes, Pedro Américo e Irene Dias. Esses são alguns dos perfis registrados na obra que, além de rememorar os clássicos, traz escritores da nova geração. Somados a esses nomes, figuram ainda Ângela Bezerra de Castro, Clotilde Tavares, Olivina Olívia, Figueiredo Agra, Geraldo Maciel, Francisco Gil Messias, Hélder Moura, Janice Japiassu, Adhemar Dantas, Lenilde Freitas, Maria das Neves Batista Pimentel, Natanael Alves e Pereira da Silva.
Os homenageados desta edição foram perfilados por intelectuais de diferentes áreas, são eles: Diógenes Maciel, Valeska Asfora, Marília Arnaud, Thélio Farias, Astier Basílio, Ailton Elisário, José Edmilson Rodrigues, Cleanto Gomes Pereira, Regina Behar, José Mário da Silva, Aléssio Toni, Carlos Newton Júnior, Ana Adelaide Peixoto, André Ricardo Aguiar, Elisabeth Baltar, Agnaldo Almeida, Ana Coutinho, Madalena Zaccara, Rogério Fialho e José Mota Victor.
Edições revistas e ampliadas
Como a coleção “Paraíba na Literatura” alcançou grande sucesso em suas três primeiras edições, foi percebida a necessidade de publicar uma versão comercial, uma vez que a publicação originária tem um perfil institucional destinado a divulgar a cultura paraibana, neste caso, a literatura, mas dispõe, como público-alvo, de autoridades de outros estados e até mesmo de outros países, em passagem pela Paraíba.
Nesse sentido, este ano, a coleção ganha uma segunda edição, revista e ampliada, disponível para comercialização. O objetivo é garantir o acesso de um maior número de pessoas às informações registradas nas obras, fazendo com que a memória daqueles que marcaram a literatura paraibana seja preservada e disseminada, especialmente, entre os estudantes.
As edições revistas e ampliadas apresentam-se no formato 14x21cm, com as artes semelhantes às das edições equivalentes, com capas coloridas e miolos em preto e branco. Os textos sobre os homenageados trazem algumas complementações como novos desenhos, fotos dos autores e das capas das suas respectivas obras, além de fotos e informações sobre os envolvidos em cada projeto. Houve, igualmente, o acréscimo de dados acerca dos azulejos de prédios históricos que ornam as capas da coleção, com informações cedidas pela pesquisadora Maria da Consolação Policarpo.
“Antologia do Teatro Paraibano” (1968-1981)
O livro Antologia do Teatro Paraibano (1968-1981), publicado pela Editora A União, foi organizado por Diógenes Maciel, Monalisa Colaço e Suzy Lopes e produzido através de uma parceria entre a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) e a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), reunindo cinco obras que marcaram o teatro paraibano, entre os anos de 1968 e 1981, constituindo-se como importante referência na literatura que versa sobre a arte teatral do estado, destacando as peças e os responsáveis por sua construção. A publicação traz, inclusive, registros fotográficos que enriquecem a experiência do leitor, fazendo uma ode à memória.
Neste volume, temos os seguintes espetáculos:
• Paraí-bê-a-bá (1968), de Paulo Pontes, contou, em seu elenco, com a participação de Ednaldo do Egypto, Jomar Souto, Marcia Guedes Pereira, Roosevelt Sampaio, Sergio Tavares, Socorro Albino e Walderedo Paiva;
• O mundo louco do poeta Zé Limeira (1973), de José Bezerra Filho, encenado por: Ednaldo do Egypto, José Bezerra Filho, Lucy Camelo, Afrânio Ramalho, Adauto Cavalcanti, Sebastião Oliveira e Marlene Macedo;
• Coiteiros (1977), texto de José Américo de Almeida adaptado, para o teatro, por Altimar Pimentel, Elpídio Navarro e Pedro Santos. Participaram do quadro de atores: Afrânio Ramalho, Mirócene Amorim, Osvaldo Travassos, Ednaldo do Egypto, Fernando Teixeira, Eleonora Montenegro, Lucy Camelo e Zezita Matos;
• Cemitério das Juremas (1978), de Altimar Pimentel, numa produção do Teatro Experimental de Cabedelo (TECA). Fizeram parte dessa montagem: Antônio Martim, Cleide Rocha, Ronaldo Pedro, João Torquato, Lúcia, Alexandre, Socorro Rocha, Maria Célia, Evilásia, Lucinha, Francisco Figueiredo, Maria das Graças e Jeasí Vale;
• Beiço de estrada (1981), de Eliézer Rolim, uma produção do Grupo Terra de Teatro. Marcélia Cartaxo, Lincoln Rolim, Soia Lira, Suely Tavares, Suzana Gomes, Nanego Lira, Josemar Mendonça, Wilma Albuquerque, Paula Lira, Leide Pereira, Domingos Sávio Lira e Linduarte Gomes compuseram o elenco.
“Obra poética”, de Félix Araújo
A terceira edição do livro “Obra Poética”, de Félix Araújo, publicado numa parceria entre a Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) e a Editora A União, traz os selos Latus e Lourdes Ramalho, e se constitui como um apanhado de textos literários do intelectual paraibano.
Prefaciada por Josué Silvestre e com apresentação de Elpídio Ameida, “Obra Poética” é uma coletânea que reúne, ao longo das suas 282 páginas, cinco livros de Félix Araújo (Tamar, Dor, Fraternidade, Folhas Soltas e Crônicas) e, por ser assim, apresenta grande importância para a literatura paraibana.
A publicação oportuniza ao público um contato mais verticalizado com a escrita do autor, uma vez que é composta por gêneros variados, indo da poesia à crônica. Por essa configuração, “Obra Poética” pode ser considerada um desenho da arquitetura literária de Félix Araújo, construindo a memória de suas letras.
O homenageado
Considerado pelos críticos como um escritor de olhar sensível, poético, reflexivo e filosófico, Félix de Souza Araújo escreveu uma história forte, ligada à cultura e à política locais. Nasceu na cidade de Cabaceiras, no Cariri paraibano, em 22 de dezembro de 1922. Instalou-se em Campina, onde estudou e foi vereador, foi poeta e um elogiado orador. Ocupou outras funções na Rainha da Borborema, foi aluno da Faculdade de Direito do Recife, em 1949, e orador de sua turma. Ainda como vereador, foi assassinado por razões políticas, pouco antes de concluir a faculdade, em 27 de julho de 1953.