Museu de Arte Popular da Paraíba terá o espetáculo “Dois poetas falando de Patativa” com entrada gratuita
Neste sábado (8), às 19h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, receberá o espetáculo de poesia “Dois poetas falando de Patativa”. Compõem a exibição, Luis Carlos Rolim de Castro (Lucarocas) e Marcus Fernandes, escritores que conviveram com o bardo nascido no Assaré (CE). A entrada é franca.
Como não poderia deixar de ser, a oportunidade terá como foco a declamação, versando sobre a vida e a obra de Patativa. Nesse sentido, os dois poetas farão, ainda, um recorte dos momentos em que estiveram com o bardo, destacando em rimas como a influência dele foi forte e permaneceu na criação artística de ambos.
Luis Carlos Rolim de Castro é professor e poeta. Na área de cordel, tem mais de 300 títulos publicados. Entre eles figuram “O Povo sem Patativa”, “O Santo Jesus Agreste”, “O Mistério do Ovo Quadrado” e “Desocupado”. Já Marcus Fernandes, além de escritor, é dentista e advogado. Atualmente é presidente da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF). Uma de suas últimas publicações foi o livro “Vinte e Dois Contos de Severino”.
O Assaré e a Sorbonne
Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré [1909-2002], poeta e repentista brasileiro, é um dos mais celebrados representantes da arte popular nordestina do século XX. Dono de uma biografia marcante – aos 6 anos, perdeu a visão do olho direito em consequência do sarampo e, aos 8, órfão de pai, precisou trabalhar no cultivo da terra, junto do irmão mais velho, para ajudar no sustento da família – Patativa frequentou a escola por apenas quatro meses.
Ele tinha 12 anos, aprendeu um pouco a ler e, encantado com a poesia, passou a fazer pequenos versos. Era só o começo. No meio do caminho, veio o apelido (de Patativa) porque, de tão bonitas, compararam suas poesias ao canto dessa ave, oriunda da Chapada do Araripe (que é próxima do Assaré); Luiz Gonzaga, que musicou um de seus poemas, “Triste Partida”; a alcunha de “poeta social” e a perseguição durante a Ditadura Militar.
Os livros de Patativa foram traduzidos para vários idiomas, tendo ele, inclusive, sido tema de estudos na cadeira de Literatura Popular Universal da Universidade Sorbonne, na França. E, no MAPP, ele já foi homenageado diversas vezes pela Curadoria de Cordel, que está realizando a iniciativa. O evento também conta com o apoio da Edilual – Editora Lucarocas Artes e Letras. Outras informações podem ser adquiridas pelo telefone (85) 99985-7789.
Texto: Oziella Inocêncio
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