NAPPES completa 20 anos de atividades auxiliando o aprendizado teórico e prático de estudantes do CCSA
Nos primeiros meses de 2021, o Núcleo de Assistência em Projetos e Pesquisas Empresariais e Sociais (NAPPES) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) já havia assumido 17 projetos. Três membros conseguiram estágio ou emprego em suas respectivas áreas e foram bem cotados pelos seus conhecimentos adquiridos dentro da empresa júnior. A agência já tinha conseguido atingir as metas planejadas e superado em mais de 60% o faturamento do ano passado.
Tais resultados seriam impressionantes em qualquer empresa em situação corriqueira. Mas, é ainda mais surpreendente em uma empresa júnior ligada a uma universidade, conduzida por aprendizes e num ano de pandemia, quando diversos lugares enfrentam recessão. E há 20 anos nascia essa ideia no Centro de Ciências Sociais (CCSA) da UEPB, cujo principal objetivo é desenvolver as habilidades dos participantes utilizando o conhecimento adquirido em sala de aula. O NAPPES atua como agência de consultoria nas áreas de marketing e finanças, abarcando projetos que necessitam de aptidões desenvolvidas em todos os cursos do Centro.
Os quatro cursos que compõem o CCSA são: Administração, Ciências Contábeis, Jornalismo e Serviço Social. Tradicionalmente, os estudantes do curso de Administração compuseram o maior grupo dentro da empresa júnior. Hoje, segundo a professora e orientadora do NAPPES, Ana Maria Paixão, Administração e Ciências Contábeis têm participação equilibrada, com cada vez mais participação dos outros cursos, tendo os estudantes de Jornalismo demostrado cada vez mais interesse.
Alunos de Administração e Contabilidade envolvem-se em projetos que, entre outros, tratam de gestão financeira, mercado e serviços contábeis. Já os de Jornalismo podem desenvolver projetos em marketing de conteúdo, audiovisual e comunicação institucional; e graduandos de Serviço Social, em gestão de pessoas e projetos de ação social.
Ana Maria Paixão é docente do Departamento de Contabilidade e por muito tempo também ministrou aulas no Departamento de Administração. A partir de 2016, o NAPPES passou por uma reestruturação, orientada por ela. A professora explica que a reformulação foi realizada por exigências de novas diretrizes da Instituição, por meio da Coordenadoria de Empreendedorismo da Agência de Inovação Tecnológica (Inovatec/UEPB), que institucionalizou o Núcleo e assim passou a ser mais reconhecido pelos estudantes.
A Inovatec é o setor regulador das empresas juniores na UEPB e, em algumas ações, como implantação de projeto de extensão, teve participação da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX). “Essa participação dos estudantes é mais efetiva recentemente por conta de todo um arcabouço que foi instituído pela UEPB e foi seguido por mim e pelos estudantes para o NAPPES”, comentou Ana Maria.
A empresa é responsabilidade dos estudantes
Empresas juniores são uma ótima oportunidade para aliar teoria e prática em uma graduação. Nelas, é possível vivenciar o mercado, desenvolver habilidades, ampliar a rede de contatos e proporcionar crescimento pessoal e profissional. O NAPPES desenvolve práticas típicas do mercado de trabalho, o que proporciona grande aprendizado na vida dos participantes.
João Pedro Gomes Barbosa, estudante do 7º período de Ciências Contábeis é o membro mais antigo da empresa júnior. Participa desde 2018 e encerra seu período no Núcleo neste mês de junho. “Eu pude experimentar praticamente de tudo nesses três anos. Sou o membro mais antigo e estou saindo depois de ter passado por três áreas da empresa: administrativo-financeiro, presidência e projetos. A prática do NAPPES te ensina a ser proativo, a assumir riscos e responsabilidades. Na empresa júnior, os alunos são os ‘donos’ dela”, afirmou João.
Maynara Martins é aluna do 3º período de Administração e está na equipe desde maio, na atividade de assessoria de marketing. Por ainda estarmos em meio à pandemia de Covid-19 e com restrição de algumas atividades presenciais, Maynara já começou seu trabalho remotamente. Mas por seu trabalho estar ligado à internet e redes sociais, realizar o trabalho on-line foi tranquilo, segundo a estudante. Ela ressalta o trabalho em equipe que é realizado na empresa e que, para estudantes, nada melhor do que “pôr a mão na massa”.
“Estou há pouco tempo, mas estou achando o trabalho muito enriquecedor. Descobrimos assuntos que não vemos em sala, colocamos em prática o que aprendemos. Creio que a vivência em empresas juniores é ainda mais completa do que um estágio. Sempre tem reunião semanal, vemos o que podemos melhorar, sempre em conjunto, costumamos sempre levar em consideração a opinião do outro”, afirma.
Trabalhando na editoria de marketing da agência há dois meses, Bruna Mirelly Barbosa da Silva, aluna de Jornalismo do 7º período, faz coro aos colegas sobre a união entre conteúdos teóricos, práticos e riqueza da vivência. “Estou há pouco tempo na empresa, mas parece que já faz bastante tempo, pelas experiências já vividas e conhecimentos obtidos”, apontou.
O processo seletivo do NAPPES é norteado pela professora Ana Maria Paixão, porém, organizado e operacionalizado pelos próprios alunos que compões o Núcleo. “No próprio processo seletivo os estudantes identificam o perfil do candidato para ocupar a função que está vaga. Como a empresa júnior é do CCSA e envolve os quatro cursos, a observação do professor está em não permitir que um estudante de um curso desenvolva atividade que é atribuição de outro curso”, explicou a docente.
O NAPPES em 2021: crescimento e boas experiências mesmo na pandemia
Sobre o sucesso, crescimento e superação de metas, Ana Maria Paixão deve o feito ao dedicado grupo de estudantes, todos compromissados na função que exercem. Além disso, ela explica que em 2020 o Núcleo associou-se à Federação Paraibana de Empresas Juniores (PB Júnior), órgão responsável pela representação das empresas juniores no estado.
A docente relata: “Isto significa que o NAPPES atendeu às exigências e, para permanecer federado, precisa vencer algumas metas. Neste sentido, os próprios estudantes se jogam no mercado para prospectar empresas, e assim estão fazendo. Todo o mérito é deles. Os estudantes vivenciam experiências de aprendizado na prática, que nenhuma teoria por si é capaz e proporcionar”, destacou.
A estudante do 2º período de Serviço Social, Tainy Soares, compartilha do mesmo sentimento da professora Ana Maria. Segundo ela o crescimento e metas se devem “sem dúvidas ao empenho dos alunos e da orientadora. Todos têm uma força de vontade, uma garra de fazer e acontecer que já contagia a gente antes de adentrarmos na empresa, e isso foi o que me motivou a permanecer no processo seletivo. Os olhos de todo mundo brilha quando fala no Nappes e esse amor pelo Núcleo faz com que tudo seja feito com excelência e as metas sejam alcançadas”, complementou.
Ela está na agência desde abril e atua na parte de gestão de pessoas. Sua vivência até o momento superou suas expectativas. “É bem melhor do que eu esperava. Você tem contato direto com situações que com toda certeza acontecerão quando você for um profissional. O NAPPES é um misto de aprendizados e isso é o mais legal. Ao mesmo tempo que eu consigo enxergar e assimilar aquilo que eu vejo na sala de aula e entender como aquilo pode ir para a prática, eu também aprendo várias coisas de outros cursos que em algum momento podem também ser bastante útil”, disse.
O NAPPES deverá lançar um novo edital para processo seletivo no segundo semestre de 2021. Para saber mais sobre a agência, visite o perfil do Núcleo no Instagram.
Texto: Juliana Rosas
Foto: Reprodução/Reunião Sala Virtual
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