Nesta sexta-feira: Museu de Arte Popular da Paraíba entra na rota do 1º Festival de Choro da Paraíba

24 de abril de 2025

O Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), em Campina Grande, entra na rota do 1º Festival de Choro da Paraíba, nesta sexta-feira (25), às 19h30, com entrada franca. O evento é uma iniciativa do Grupo Chorata e almeja fortalecer e divulgar o Chorinho, na perspectiva da formação de novos músicos e plateias, ampliando o gosto por esta expressão artística.

Um dos componentes do Grupo, André Farias explicou que como de costume a noite será conduzida pelo Chorata e seus convidados: desta feita, Jorge Cardoso, ao bandolim, e Bozó 7 Cordas, ao violão. “O público pode esperar um repertório bastante variado, incluindo clássicos e músicas autorais. Jorge Cardoso, por exemplo, apresentará algumas de suas composições, como ‘Gingando no Choro e ‘Uma rosa para ela”, detalhou.

Naturalmente, Bozó 7 Cordas recebeu esta alcunha por seu primoroso trabalho com o violão de sete cordas. Ele conta mais de três décadas de carreira, dispondo de relevante influência na música pernambucana. Nascido no Recife, em 1962, além de tocar e compor, dedica-se à produção musical, acompanhando artistas e elaborando arranjos — durante muito tempo acompanhou, por exemplo, o renomado bandolinista Rossini Ferreira [1919-2001].

O artista se apresenta constantemente no Recife e na atualidade é um dos organizadores da “Roda Infinito”, que reúne diversos músicos de Pernambuco, a partir do propósito de interpretar uma grande variedade de choros. É, ainda, professor no Conservatório Pernambucano de Música (CPM).

Nascido em 1969, em Fortaleza, Jorge Cardoso iniciou sua trajetória de forma autodidata e posteriormente estudou bandolim com Elismar Pontes [1933-2004], Marco César e Ugo Orlandi. É compositor e estudioso da música brasileira instrumental.

Gravou vários CDs, como “Pernambuco’s Music”, com o grupo Oficina de Cordas de Pernambuco (1993); “Viagem Musical pelo Nordeste do Brasil” (pela gravadora francesa Alvidis, 1994); “Som de Bandolim” (1996), CD solo que foi indicado ao prêmio Sharp, na categoria Revelação Instrumental; “Os Bambas do Bandolim” (1998, coletânea Kuarup Discos); “Chorando no Rio” (2002); “Bandolim do Brasil” (2007); e “Um Bandolim que Chora” (2009). Participou em CDs e shows de inúmeros artistas da Música Popular Brasileira, a exemplo de Hermeto Pascoal, Raimundo Fagner e Beth Carvalho.

Fazendo um passeio pelos destaques de sua carreira, pode-se ressaltar que foi professor de cavaquinho na Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello (de 1998 a 2001) e professor de bandolim popular brasileiro na Escola de Música de Brasília (2002-2004 e 2009-2010); e venceu o 1° lugar no Festival de Choro do Rio de Janeiro (2001), promovido pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (MIS), com a composição de sua autoria denominada “Balançadinho”, escrita para bandolim e conjunto regional.

De 2004 a 2008, estudou Bandolim Erudito, na Itália, formando-se no Conservatório Giuseppe Verdi de Milão, com uma bolsa de estudos concedida pelo governo italiano. Participou como bandolinista da Orquestra de Bandolins e Violões da cidade de Brescia, sob a direção dos maestros Ugo Orlandi e Claudio Mandonico, tendo realizado vários concertos na Itália, França e Alemanha. Em 2011, concluiu mestrado na Universidade de Brasília (UnB), figurando sua linha de pesquisa na área de musicologia. No ano seguinte, transferiu-se para Fortaleza, desenvolvendo atividades como músico e arquiteto dos Correios. Em 2014, foi publicada em livro sua dissertação de mestrado “Tradição e inovação na prática do bandolim brasileiro”, por meio da editora Novas Edições Acadêmicas. Em 2015, recebeu o Título de Cidadão de Fortaleza da Câmara Municipal daquele município. Já em 2017, concluiu doutorado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

O 1º Festival de Choro da Paraíba segue até o fim de abril e contempla cidades como Areia, Cabaceiras e Patos. A programação é composta por palestras e apresentações musicais, além de muitas rodas de choro. A abertura da iniciativa se deu no Teatro Municipal Severino Cabral (TMSC), na noite da última quarta-feira (23), quando se celebrou em grande estilo o Dia Nacional do Choro.

Texto: Oziella Inocêncio