No dia internacional da pessoa idosa Universidade Estadual evidencia ações voltadas a esse público
Maturidade, definida como uma condição de plenitude em arte, saber ou habilidade adquirida, é também, de forma dicotômica, um período da vida em que as pessoas têm de reafirmar direitos e enfrentar muitas as formas de preconceito que atingem a população de pessoas idosas. E para dar visibilidade a esse público e às causas a ele relacionadas, em 14 de dezembro de 1990, as Nações Unidas declararam o dia 1º de outubro, como o dia dos idosos. O objetivo da data seria aumentar a conscientização sobre os problemas que afetam as pessoas idosas, bem como possibilita o desenvolvimento de ações para promover um envelhecimento com dignidade e saúde. Em 2021, a ONU apresentou, como tema para comemoração do dia, a proposta de realização de ações com foco na temática: equidade digital para todas as idades.
No âmbito da Universidade Estadual da Paraíba algumas iniciativas têm sido desenvolvidas como parte das ações de ensino, pesquisa e extensão direcionadas à inclusão social e digital da pessoa idosa. Pioneira nas regiões Norte e Nordeste com a implementação, em 2009, da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA), que atende idosos com idade entre 60 e 95 anos, o setor conseguiu prosseguir com as atividades mesmo durante a pandemia.
De acordo com o coordenador da UAMA, professor Mano Freire, com a chegada de covid-19 que fez com que as atividades presenciais da UEPB fossem suspensas e migrassem para o formato remoto, a equipe envolvida na iniciativa precisou readequar suas ações e atuar no sentido de proporcionar aos estudantes o aperfeiçoamento para lidar com as tecnologias e a assistência necessária.
“No início do ano letivo, após a suspensão das atividades presenciais tivemos um mês de treinamento para o uso do Google Meet, e embora alguns dos idosos não tenham se adaptado ao novo formato e tenha ocorrido o afastamento de parte deles, consideramos que somos vitoriosos, porque diante de uma situação tão difícil conseguimos reunir cerca de 20 a 30 alunos por turma, ajudamos alguns a superar a solidão do isolamento, depressão. Nosso retorno, mesmo remoto foi marcado por muita emoção”, avalia o professor Mano.
Segundo o professor Mano Freire o planejamento agora é que haja o retorno das aulas presenciais em 2022, e os alunos que não se adaptaram às aulas remotas devem contar com um intensivo que será preparado pela equipe da UAMA com os conteúdos ministrados durante a pandemia.
Norteada por eixos temáticos nas áreas de “Saúde e Qualidade de Vida”, “Educação e Sociedade”, “Cultura e Cidadania” e “Arte e Lazer”, a UAMA atua não apenas incluindo essa parcela da sociedade no processo educacional e social, mas, rompendo estereótipos relacionados aos idosos auxiliando-os a trilhar o caminho da inclusão social e digital e direcionando as atividades com foco no envelhecimento humano. Para formular o currículo da UAMA foi pensado em tomar por referência a experiência da Universidade de Granada de promover todas as tarefas típicas de qualquer centro universitário: ensino, pesquisa e serviços à sociedade direcionados a pessoas idosas.
Além da UAMA a Laboratório de Pesquisas em Envelhecimento Humano e Tecnologias (UEPB), que é vinculado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde da UEPB é outra ação que é implementada a partir dos pressupostos da Psicologia da Saúde e da Psicologia Social, em interface com a Gerontologia.
Coordenado pela psicóloga Josevânia Silva, o Laboratório LongeViver tem por objetivo realizar investigações e intervenções no âmbito do envelhecimento humano tendo em vista o desenvolvimento e a aplicação de Tecnologias em Saúde que promovam o cuidado em saúde mental e a qualidade de vida. As ações em pesquisa, ensino e extensão colaboram para a formação profissional e o desenvolvimento científico e tecnológico com ênfase no envelhecimento bem-sucedido e longevidade.
Tais ações exemplificam o compromisso cidadão e inclusivo que baliza as ações da UEPB que permitem que a instituição siga com pioneirismo, responsabilidade social e ética empreendendo ações que repercutem na vida de cidadãos e cidadãs independente da idade, raça, classe social, gênero ou qualquer outra condição que diferencia e segrega.
Texto: Juliana Marques
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