Olimpíada Paraibana de Química premia jovens talentos da área em solenidade realizada pela UEPB

Olimpíada Paraibana de Química premia jovens talentos da área em solenidade realizada pela UEPB
29 de novembro de 2024

A solenidade de premiação da Olimpíada Paraibana de Química (OPBQ), ocorrida na tarde desta sexta-feira (29), no Auditório III da Central de Integração Acadêmica Paulo Freira da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, estava repleto de jovens talentos da área de Química e, em sua maioria, estudantes da rede pública de ensino do estado.

A Olimpíada Paraibana de Química é um evento técnico e científico organizado pela UEPB, vinculado ao Programa Nacional Olimpíadas de Química, com apoio do Conselho Regional de Química. A OPBQ contou com a participação de 27.165 estudantes inscritos do ensino fundamental (9º ano) e ensino médio de escolas estaduais, federais, municipais e particulares do estado da Paraíba.

O Programa Nacional Olimpíadas de Química (PNOQ) reúne quatro olimpíadas nacionais: Olimpíada Brasileira de Química; Olimpíada Brasileira de Química Junior; Olimpíada Brasileira de Ensino Superior de Química; Olimpíada Nacional Feminina de Química (Quimeninas); Olimpíadas Estaduais e do Distrito Federal; e uma olimpíada regional, a Olimpíada Norte/Nordeste de Química, envolvendo, ao todo, cerca de 490 mil estudantes.

À frente da solenidade, estava o professor da UEPB e coordenador estadual da Olimpíada Paraibana de Química, Francisco Ferreira Dantas Filho, que formou a mesa junto a representantes do Instituto Federal da Paraíba (IFPB). “Nosso maior objetivo é descobrir talentos, especialmente do ensino público paraibano. Talentos que possam ser aproveitados tanto no ensino como na indústria”, disse o professor Dantas. Confirmando seus desejos, a maioria das medalhas foram para estudantes de escolas públicas.

Maria do Socorro da Silva Barbosa, professora da rede estadual de Coremas, era uma das professoras presentes com estudantes do Ensino Médio premiados. Ela contou que não houve um treino específica para as olimpíadas de Química, a escola estava focada na preparação para o Enem. “Foi talento mesmo, pois vi a prova e achei o nível bem alto”, disse.

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Quimeninas
O Programa Nacional Olimpíadas de Química criou o projeto Quimeninas, uma competição nacional de Química destinada às meninas regularmente matriculadas no 9º ano do ensino fundamental ao 2º ano do ensino médio de todo o Brasil. O projeto busca incentivar a participação do público feminino na Olimpíada Brasileira de Química (OBQ), bem como aumentar o número de meninas medalhistas em nível nacional e internacional; identificar talentos femininos na Química incentivando o ingresso em universidades nas áreas científica, tecnológica, de engenharia e outras; aumentar o interesse pela Química resultando no aprofundamento do conhecimento no ensino básico; estimular a liderança e equidade de gênero na área da Química, entre outros objetivos.

O professor Dantas lembrou que há alguns anos a OPBQ teve uma aluna muito talentosa que foi classificada para a etapa sul-americana, porém, não pode participar desta pela não permissão do pai, por ela ser a única menina da delegação. “Foi uma pena, porque tenho certeza de que, se ela tivesse participado, teria trazido alguma medalha”, comentou o docente.

A preocupação parental também traz um certo machismo e este é um dos motivos pelos quais existe a Olimpíada Nacional Feminina de Química. Larissa Duarte Santiago, estudante da escola Ateneu, de João Pessoa que acabou de terminar o segundo ano do ensino médio, foi a única a levar três medalhas diferentes na solenidade de hoje, incluindo o Quimeninas, porém, ao falar sobre o assunto, percebemos uma naturalidade maior sobre a participação de mulheres em áreas das exatas, mesmo sabendo sobre a menor quantidade.

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Isso pode indicar que as gerações mais novas já ocupam certos espaços com mais naturalidade, pois gerações anteriores e atuais, juntamente com políticas públicas, abriram caminhos. Larissa mostrou suas medalhas: uma de ouro da Quimeninas, uma de ouro da paraibana e uma de bronze da brasileira de química geral. “E elas são muito bonitas”, disse ela, orgulhosa. “Eu gosto muito de Química, gosto muito de natureza e ajudo meus amigos com Biologia e Química. Eu acho que é algo natural, não me esforço tanto. Mas para as olimpíadas, eu comecei a estudar mais. Eu queria ganhar as medalhas é muito divertido”, disse.

“Eu tenho amigas que também são feras nessas áreas. Tenho uma amiga que ganhou prêmio nacional na área de Biologia, que é bem difícil conseguir. Tenho muitos amigos assim e isso acaba influenciando. Tem muitas meninas participando, mas a maioria ainda é homem. Conheço três amigas que ganharam medalhas. Eu acho isso muito. Mas se formos ver, os homens são bem mais. Sobre o Quimeninas, vi que foi criado como um incentivo e tal. Acho importante, acho algo diferente. Você vê um prêmio só de meninas, você se sente incluída num grupinho. Acho muito fofo. E isso também abre outros caminhos para que mulheres possam chegar até as etapas internacionais”, relatou Larissa.

A solenidade distribuiu medalhas a representantes da Paraíba na 30ª Olimpíada Norte/Nordeste de Química, Olimpíada Nacional Feminina de Química (Quimeninas); Olímpiada Brasileira de Química e Olimpíada Paraibana de Química. Houve ganhadores das cidades de Campina Grande, João Pessoa, Pombal, Cajazeiras, Santana de Mangueira, Boa Ventura, Cuité, São Sebastião de Lagoa de Roça, Olho D’Água, Poço Dantas, Princesa Isabel, Natuba, Aguiar, Coremas, Patos, Areial, Caaporã, Lagoa Seca e Nova Olinda.

Texto e fotos: Juliana Rosas