Palestra destaca importância de ações estratégicas para fomentar a internacionalização universitária
O contexto atual é desfavorável para a política de internacionalização do ensino superior. No entanto, apesar do momento crítico, as universidades públicas devem buscar mecanismos que mantenham os programas de mobilidade. Isso, porque as experiências de mobilidade internacional geram conhecimentos, enriquecimento cultural e são fundamentais para o futuro profissional do estudante.
Essa visão ampla sobre política de internacionalização foi apresentada pelo professor José Celso Freire Júnior, assessor-chefe de Relações Externas da Universidade Estadual Paulista e ex-presidente da Associação Brasileira de Educação Internacional, em palestra ministrada na manhã desta sexta-feira (30), como parte das iniciativas de fortalecimento da internacionalização da UEPB, desenvolvida pela Coordenadoria de Relações Internacionais (CoRI) da Instituição.
O evento aconteceu no Auditório III da Central de Integração Acadêmica, no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande, e envolveu estudantes, técnicos e professores da UEPB nas discussões, que contaram, ainda, com a participação do reitor Rangel Junior. Professor José Celso revelou que, em todo o mundo, apenas 4% dos estudantes têm oportunidade de realizar uma experiência de intercâmbio em outros países.
Em sua conferência, “Planejando estrategicamente a internacionalização de ações universitárias”, Celso apresentou algumas ferramentas e deu dicas que podem ajudar os estudantes a ingressarem em uma experiência de mobilidade internacional. O docente considerou imprescindível para as universidades criarem um planejamento estratégico e alicerçarem a política exterior em uma sólida legislação, a partir de um conjunto de resoluções que darão segurança jurídica aos estudantes contemplados com os programas de mobilidade.
Ao se dirigir especialmente aos estudantes, José Celso procurou mostrar o que é internacionalização, a importância dessa experiência na vida acadêmica e como os estudantes podem se envolver e obter benefícios desse processo, hoje visto pelo mundo inteiro. Ele frisou que a internacionalização depende, no mínimo, de investimentos, mas as universidades podem se aproveitar do momento adverso de corte de recursos no ensino superior para encontrar formas para manter os programas, como por exemplo a “internacionalização em casa”, que evita grandes investimentos.
Essas ações, segundo ele, podem ser desenvolvidas dentro de sala de aula, usando ferramentas modernas, a exemplo do programa de mobilidade virtual, que leva o estudante a conhecer e interagir com o mundo. “Embora a situação não seja favorável, ela oferece um desafio que pode fazer com que as pessoas encontrem novas formas de praticar a internacionalização”, disse. Ele enfatizou que os estudantes que tiverem oportunidade de ingressar em um programa de mobilidade não devem desperdiçá-la.
José Celso, que detém vasta experiência na área, tendo ocupado cargos de destaque em instituições que apresentam altos níveis de inserção internacional, destacou alguns pontos fundamentais para os estudantes que pretendem fazer uma mobilidade, como conhecer um segundo idioma, principalmente o inglês ou espanhol. Capacidade de se comunicar, espírito colaborador e facilidade em adaptação também são essenciais para os futuros intercambistas.
O coordenador de Relações Internacionais da UEPB, professor Cláudio Lucena, afirmou que a pretensão da CoRi ao trazer o professor José Celso foi dar novos passos para institucionalizar e sistematizar o programa de internacionalização na Instituição. “Nós temos uma linha de ação para seguir na internacionalização a ser desenvolvida. Estamos trabalhando para pensar o futuro do processo de internacionalização”, relatou.
Atualmente a UEPB tem 25 convênios de cooperação firmados, dos quais nove estão ativos em várias universidades do exterior. Presente em toda a palestra, o reitor Rangel Junior agradeceu a presença do professor Celso e destacou o empenho do assessor-chefe de Relações Externas da Universidade Estadual Paulista como um dos fundadores do movimento brasileiro de internacionalização sistemática de ensino superior.
Rangel lembrou que a UEPB, por meio da CoRi, tem mantido a política de internacionalização mesmo com a escassez de recursos e, nesse sentido, citou como exemplo o Programa de Mobilidade Internacional (PROMIN), com financiamento exclusivo da Instituição. A segunda turma do programa, composta por 10 estudantes, já foi selecionada e está prestes a iniciar o intercâmbio. “Grande parte do que os reitores das universidades estaduais vem fazendo, em investimento em internacionalização, tem muito a ver com as contribuições que José Celso tem dado”, salientou o reitor.
O reitor observou, ainda, que a UEPB tem dado passos importantes e com resultados positivos na política de internacionalização e na vida dos estudantes. Ele lembrou que todos os estudantes que realizaram intercâmbio retornaram enriquecido culturalmente para a Instituição e fizeram um intercâmbio interno da experiência com a comunidade acadêmica.
“Esta iniciativa é parte do planejamento estratégico das internacionalização das ações universitárias a partir da UEPB. Estamos antenados com o que acontece no mundo. Queremos provocar e motivar a comunidade para refletir sobre o tema e promover a temática da internacionalização a partir de suas áreas de atividade, por meio do intercâmbio e da cooperação acadêmica, científica e institucional”, enfatizou Rangel.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Paizinha Lemos e Givaldo Cavalcanti
Você precisa fazer login para comentar.