Palestra sobre uso da tecnologia no fortalecimento do solo marca abertura das atividades da Agrotec 2022
Manejo adequado dos recursos naturais. Técnicas sustentáveis que ajudam na conservação do solo. Uso de tecnologias e conhecimentos que visam garantir a produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos e defensivos. Cuidado com o meio ambiente e valorização de toda uma cadeia produtiva. Com essa finalidade, o Centro de Ciências Agrárias Ambientais (CCAA), Câmpus II da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), localizado na cidade de Lagoa Seca, iniciou, nesta quarta-feira (23), a Exposição Tecnológica – Agrotec 2022.
Com tema voltado para Agricultura e Sustentabilidade, o evento volta a acontecer após dois anos sem realização devido às restrições da pandemia da covid-19. Nesta 4ª edição, a Agrotec segue o formato das edições anteriores, contando com palestras, exposições, minicursos, oficinas, apresentações culturais e feiras de artesanato. Cerca de 250 pessoas estão participando da feira, entre estudantes dos cursos técnicos em Agropecuária e Agroindústria e do curso de Agroecologia, além de técnico-administrativos e produtores da região do Brejo. Este ano a feira acontece dentro das comemorações dos 60 anos da Escola Agrícola Assis Chateaubriand (EAAC), que já formou diversos profissionais que hoje atuam no agronegócio.
A abertura do evento, no Auditório do Câmpus II, atraiu um grande número de pessoas. A Agrotec 2022 foi aberta oficialmente pelo professor José Félix, diretor do CCAA, que deu as boas-vindas aos participantes. Ele lembrou que o evento destaca a existência de tecnologias produzidas na UEPB, mas que precisam ser tratadas pelos estudantes e produtores, levando em consideração que o mundo atingiu nove milhões de habitantes que precisam ser alimentados, o que torna importante o papel do profissional das Ciências Agrárias.
O professor enfatizou que em sua volta após dois anos, a Agrotec trouxe os principais temas relacionados com a agricultura, garantindo a produção de alimentos de forma natural, orgânica e com baixo carbono. “Nós estamos trazendo para os produtores e estudantes tecnologias e informações que ajudam no uso adequado do solo. Nossa intenção é mostrar as nossas tecnologias para toda a população”, destacou.
A mesa de abertura também contou a participação do chefe de Gabinete da Reitoria, professor Luciano Albino, que deu as boas vindas aos participantes, uma vez que representou a reitora Celia Regina Diniz no ato. Em sua fala, o professor Luciano Albino destacou a importância do evento que colabora com a diversidade de cultura e conhecimentos existentes no Brasil.
“Quando o mundo olha para o Brasil, olha para a sua diversidade, no campo da cultura e no campo ambiental. O Brasil tem muito a dizer ao mundo no campo da cultura. Da mesma forma por conta dos nossos biomas e da nossa complexidade ambiental. E a resposta que temos que oferecer é que esse evento faz parte disso. Quando nós conseguimos envolver os nossos conhecimentos com a tecnologia e com a ciência, podemos favorecer uma resposta civilizatória para o mundo”, observou.
Dentro da perspectiva de uma agricultura sustentável, a Agrotec mostra como é possível produzir alimentos sem degradar o meio ambiente. A palestra de abertura do evento teve como tema “O uso de Rochas e Remineralizador de Solo na Agricultura”, ministrada pelo engenheiro agrônomo André Dias. Trata-se do uso de uma tecnologia simples, barata, ecologicamente correta que melhora a qualidade do solo e que pode ser aplicada em todas as culturas.
Do jardim ao agronegócio, o especialista lembrou que a tecnologia consiste em uma rocha que se transforma em partículas e em contato com o solo, ajuda a melhorar a raiz e devolver materiais primários. Ou seja, é uma alternativa saudável e que é usada para a reconstituição e condicionamento do solo e também na parte de nutrição. O remineralizador, conforme explicou o engenheiro agrônomo, devolve características que o solo perdeu devido a ação do tempo, tornando-o fecundo. Ele lembrou que essa tecnologia ainda é pouco usada, e traz um manejo simples que agrega valores, visto que além de melhorar a qualidade do solo, também melhora o fruto e hortaliças, garantindo um produto mais saudável. “O produto ajuda a melhorar a qualidade do solo e a fortalecer de forma natural, de forma gradativa durante todo o ciclo da cultura”, disse.
No primeiro dia do evento, também aconteceu o peixamento do açude do Câmpus II. Mais de 20 mil alevinos foram lançados no reservatório. A feira organizada no local também é uma oportunidade para os estudantes apresentarem os seus produtos. Pedro Victor é aluno dos cursos de Agropecuária e Agroindústria e está realizando uma atividade dupla no evento. Além de atuar como monitor, também está expondo aves criadas por seus país que são produtores de Lagoa Seca. “Tem sido uma experiência muito gratificante. Além de estudar nos dois cursos, também estou participando da feira”, disse.
Uma das atrações da Agrotec 2022 é a Exposição Agropecuária que reúne 20 estandes com a exposição de produtos das empresas parcerias bem como, a venda de produtos de produtores da região. Entre os parceiros que estão expondo, destaques para o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER), entre outras. A ideia é que os produtores, empresas e instituições apresentem os seus produtos e a partir deste contato, abram caminhos para futuros negócios.
O evento seguiu à tarde com a realização dos minicursos. Um dos minicursos, intitulado “Técnicas de criação e multiplicação de insetos para o controle biológico aplicado”, foi ministrado pela professora Jéssica Karina da Silva Pachú, da UEPB. Outro foi o minicurso “Tecnologia de Sementes”, ministrado pelo professor Thiago Costa Ferreira.
A Agrotec 2022 segue até a próxima sexta-feira (25), e será encerrada com a homenagem e a premiação dos melhores trabalhos apresentados durante o evento. No último dia, também haverá produção de polpa de frutas, por Daniely Sales Guedes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), e cortes especiais de caprinos e ovinos, por José Lázaro Lima de Farias, também da SENAR.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Paizinha Lemos e Severino Lopes
Você precisa fazer login para comentar.