Pedido de patente do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas é depositado no INPI
A Coordenadoria de Inovação Tecnológica (Inovatec) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) realizou, na terça-feira (18), depósito de outra patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O pedido de registro foi protocolado sob o número BR 10 2023 014352 0 e a inovação trata-se de Novo Processo de Obtenção de Nanopartículas de Prata Estabilizadas.
Os inventores responsáveis pela descoberta são o professor do Departamento de Farmácia e do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), João Augusto Oshiro Junior; das então mestrandas do PPGCF Naara Felipe da Fonsêca e Adenia Mirela Alves Nunes; e do estudante de graduação em Farmácia e participante da Iniciação Científica, José de Oliveira Alves Júnior.
A inovação consiste em adaptar o renomado método de Turkevich, incorporando o extrato de uma planta do semiárido como agente capeador ou estabilizante das nanopartículas. Isso significa que pode-se obter nanopartículas estáveis por até 14 dias pós-síntese, com alta qualidade e rendimento excepcional. Essas nanopartículas têm potencial para serem aplicadas em diversas formas farmacêuticas, abrindo caminho para avanços significativos no campo da medicina.
O professor João Oshiro explicou que o método tradicional é demorado e, com a descoberta, conseguiram reduzir este tempo, além de elevar a vida útil do estabilizante. A ideia da pesquisa surgiu há cerca de dois anos, quando, durante a pandemia de covid-19, além da transmissão desta doença, um número maior de casos de contaminação bacteriana em hospitais. “A utilização da invenção, resultado da pesquisa, é revestir materiais médico-hospitalares. A inovação está no uso de uma árvore típica da Caatinga. Com o uso do extrato da planta, conseguiu-se estabilizar as nanopartículas sem as outras etapas”, explicou o pesquisador.
A espécie utilizada foi a Schinopsis brasiliensis Engler, de nome popular braúna, também conhecida como baraúna, árvore da família das Anacardiaceae, mesma dos cajueiros. Ocorre em florestas de caatingas e cerrados, especialmente das regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
A pesquisa foi possível graças a edital da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e o professor João Oshiro espera que a patente seja um primeiro passo da divulgação da pesquisa, para que ela seja ampliada, que haja transferência da tecnologia e que a inovação possa ser utilizada largamente.
Coincidentemente, na mesma terça-feira (18), o docente estava em laboratório da UEPB com estudantes realizando atividade prática com nanopartículas de prata. A egressa do mestrado Naara Felipe seguiu para doutorado em outra instituição e os outros dois estudantes seguem realizando atividades relacionadas à pesquisa.
Este é o terceiro depósito de patente da UEPB em 2023, que também recebeu um registro do INPI. A Inovatec afirmou que continua comprometida no avanço do conhecimento científico e em transformar ideias inovadoras em soluções concretas que beneficiam a sociedade, ao mesmo tempo que parabeniza e agradece os pesquisadores da Instituição.
Texto: Juliana Rosas
Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal
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