Pesquisa desenvolvida sobre o povo Tupi é apresentada no Programa Univerciência deste sábado
A descoberta de material arqueológico no Brejo, Agreste e Sertão da Paraíba, que pode ajudar na compreensão sobre a ocupação dos povos indígenas no Estado, é um dos temas apresentado no programa Univerciência deste sábado (31). A pesquisa, desenvolvida no Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) é coordenada pelo professor Juvandi Souza que, desde a década de 1990, atua com pesquisas e na publicação de artigos e livros relacionados aos estudos pré-históricos no Estado.
O estudo catalogou resquícios de ocupação de povos indígenas de etnia Tupi em pelo menos 19 localidades do Brejo, Agreste e Sertão paraibanos, regiões historicamente conhecidas por terem sido ocupadas por povos originários de outra etnia, os tapuias. Os objetos descobertos no sítio Moconha, localizado na Zora Rural da cidade de Serra Grande, semelhantes a grandes panelas de barro, revelam a forma como os tupis sepultavam seus mortos aproveitando recipientes anteriormente usados para cozinhar, guardar água ou comida. As escavações, que permitiram a localização dos artefatos, vem sendo realizadas há mais de dois anos.
Esse estudo conta com um envolvimento de uma equipe de 12 pesquisadores que atuam na escavação e no LABAP. Todo o trabalho é regulamentado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o material coletado está sendo higienização para a posterior realização do tombamento e datação pelo método Carbono 14. Segundo o professor Juvandi Souza, embora ainda não seja delimitado com certeza o período em que o povo tupi habitou o interior do Estado já é possível fazer algumas avaliações com base nos achados.
“Ainda é cedo para obter conclusões com relação a isso, só teremos certeza quando conseguirmos uma datação de Carbono 14, mas, com base no que encontramos acreditamos que o povo tupi habitava o sertão paraibano entre 400 e 600 anos antes do momento presente, na época que os portugueses chegaram aqui esse grupo já vivia nesta região. Os locais que eles habitavam eram áreas abrejadas, de altitude mais elevada, que favoreciam maior desenvolvimento humano”, avalia Juvandi.
Além da pesquisa da UEPB, o Univerciência também vai apresentar um estudo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) sobre a produção de inseticidas alternativos aos sintéticos disponibilizados no mercado, e uma iniciativa da Universidade Estadual de Pernambuco (UFPE) sobre a reutilização da concha de um molusco na construção civil.
O programa Univerciência tem a participação de instituições de todos os estados nordestinos, a partir da parceria entre as universidades e televisões públicas da região. A produção do conteúdo é colaborativa e a veiculação acontece em TV’s públicas, educativas, culturais e universitárias, e nos canais das emissoras e das universidades na Internet. O conteúdo é disponibilizado para acesso pelo canal Rede UEPB no YouTube, todos os sábados, às 14h30.
Texto: Juliana Marques