Alunos do Curso de Ballet da UEPB conquistam bolsas de estudo para atuarem na Suíça e em São Paulo

26 de julho de 2016

O Grupo de Ballet da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) participou recentemente da Semana Corpos Híbridos-Residência de Dança (CHDança), em Fortaleza (CE). Na programação do evento, que se propunha a ser um encontro de bailarinos, figuravam cursos e mostra coreográfica, além de uma seleção para quatro bolsas de estudo em dança e hospedagem na Marcelo´s Move Dance School – St. Gallen/Suíça. Na ocasião, mais de 100 profissionais participaram, sendo que duas destas bolsas ficaram com integrantes do Grupo de Ballet da UEPB.
Os contemplados com as bolsas para a Suíça foram Otávia Ohana, de 18 anos, e Maxwell Araújo, 22. Outro participante do Grupo, Harrison Alves, 20, também se destacou na Semana, de modo que foi convidado, recebendo igualmente uma bolsa, para estar em um grande evento que ocorrerá em São Paulo, no ano que vem, e que atrairá ao país os melhores professores de Dança. Otávia e Maxwell devem ir para Suíça em março de 2017, enquanto Harrison estará em São Paulo possivelmente em meados do ano que vem.
O coordenador do Grupo de Ballet da UEPB, Fredson de Sousa, apontou que o êxito alcançado por Otávia, Maxwell e Harrison ratifica todo o empenho dos que fazem o Ballet da UEPB. “O Grupo de Ballet mais uma vez se sobressai por seu ótimo nível técnico e artístico. Fica muito claro que existe a função social do Ballet na Instituição, de fazer chegar a Dança para quem quer se dedicar e se aprimorar nela, e que, inserido nisso, há todo um profissionalismo, todo um esforço de passar o conhecimento da melhor maneira possível. Nós nos empenhamos para que o Ballet seja levado a sério, como uma arte e uma profissão, não se trata apenas de deixar os filhos ‘passando um tempo lá’. O resultado dessa persistência tem sido várias conquistas importantes”, explicou.
Para o professor Jefferson Freitas, que estava acompanhando a turma, composta por sete integrantes do Grupo, este é um grande triunfo para a carreira deles, bem como o reconhecimento do trabalho desenvolvido. “É muito gratificante. Creio que dinheiro nenhum é capaz de pagar isso: ver que de alguma maneira você ajudou aquela pessoa a atingir um excelente resultado. É importante destacar que as outras bolsas para a Suíça saíram para integrantes de companhias diferentes e que a UEPB, sozinha, ficou com duas delas”, destacou.
O professor Julierme Lúcio também viajou com o Grupo, auxiliando-o na Semana Corpos Híbridos. “Acredito que o prestígio adquirido no evento advém do nível dos profissionais e dos alunos. Havia uma concorrência grande, muita gente gabaritada, mas mesmo assim isso não ofuscou a atuação dos nossos bailarinos. Ficamos felizes também por levarmos o nome de Campina e da Paraíba onde estivermos. Essa ocasião veio coroar os recém-completados 10 anos do Ballet da UEPB. Realmente temos muito a festejar”, ressaltou.
Pouco dinheiro e muitos planos
A bolsa obtida por Otávia, Maxwell e Harrison só abarca despesas relativas à hospedagem e ao curso que receberão. Assim, itens como passagem e alimentação são de responsabilidade deles. “Esperamos ter algum incentivo de quem puder nos ajudar”, afirma Maxwell, que é morador do bairro do Centenário, estuda Letras na UEPB e faz “bicos” como garçom.
Ele conta que foi uma grande surpresa ser escolhido. “É a minha primeira residência internacional, estou muito feliz. Tenho certeza que isso vai impulsionar minha trajetória profissional. Agradeço a todos da UEPB, especialmente aos nossos professores. Eles são muito dedicados, ajudam mesmo no que podem e fazem a diferença na vida dos estudantes”, apontou.
Harrison Alves, morador do bairro da Liberdade, contou que a bolsa que recebeu para ir ao evento em São Paulo, sequer estava prevista na Semana Corpos Híbridos-Residência de Dança. “Havia apenas a menção a Marcelo´s Move Dance School, na Suíça. Depois, ficamos sabendo que um professor gostou da minha apresentação e por isso eu teria uma oportunidade nesse evento. É uma satisfação enorme, hoje eu me dedico 100% ao ballet e encaro como o que eu quero fazer da vida, é o mais importante. Lógico que sem o Grupo, sem o acompanhamento dos docentes, sem a base que eles nos dão, seria impossível conquistar algo assim”, assinalou.
Já Otávia Ohana, que reside no Monte Santo e começou ainda criança no Curso de Ballet da UEPB, viu na premiação o incentivo de que estava precisando. “Tinha feito outros planos para o ano que vem. Pensava em me mudar, ir estudar em Fortaleza, tinha imaginado outras coisas… Embora seguir com o Ballet ainda estivesse entre os meus objetivos, eu estava precisando muito desse estímulo e foi meio que por acaso como aconteceu. Acho que, de verdade, estava precisando desse ‘empurrão’. Só posso agradecer aos meus professores por toda afeição que depositam no ofício e nos alunos, e à Universidade”, afirmou.