Professor da UEPB participa de estudo científico que revela baixo consumo de alimentos biodiversos no Brasil

10 de maio de 2023

Com o uso de inteligência artificial, um grupo de cientistas do Brasil descobriu que apenas uma em cada 100 pessoas no país consomem alimentos biodiversos, representados neste estudo por plantas alimentícias não convencionais, cogumelos comestíveis e carne de animais selvagens. O professor do Departamento de Biologia e dos Programas de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (PPGEC) e Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Rômulo Alves, integrou essa iniciativa.

De acordo com os dados descobertos pelo grupo de pesquisadores de diferentes universidades do Brasil, apesar de o Brasil ser um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo, o consumo de alimentos biodiversos (derivados de plantas e animais silvestres) é muito baixo. Segundo este levantamento, tais recursos alimentícios, geralmente são negligenciados ou possuem uso restrito a certos grupos e contextos geográficos.

Para desenvolver o estudo, os pesquisadores utilizaram dados de uma pesquisa nacional sobre alimentação e estimaram a frequência de consumo de alimentos biodiversos. Os autores também levaram em conta variáveis socioeconômicas, como idade, sexo, escolaridade e segurança alimentar. Técnicas de inteligência artificial foram utilizadas na análise de dados de modo a revelar os fatores sociais que levam ao consumo de plantas alimentícias não convencionais.

Os resultados mostraram que apenas 1,3% da população brasileira consome alimentos biodiversos, e que esse consumo varia de acordo com a área geográfica, etnia e condições socioeconômicas. A pesquisa também revelou que o consumo de plantas alimentícias não convencionais pode ser um indicador de vulnerabilidade social.

Os cientistas alertam para a importância de se considerar o contexto socioeconômico ao promover o consumo de alimentos biodiversos, a fim de evitar reforçar estigmas e percepções de privilégio em torno dos alimentos. A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas e campanhas de conscientização culturalmente adaptadas para aumentar o consumo consciente de alimentos biodiversos, o que pode ajudar a melhorar a qualidade das dietas e promover a segurança alimentar no país.

O artigo completo está disponível aqui.

Texto: Juliana Marques