Professores debatem sobre ensino superior híbrido durante abertura da Jornada Pedagógica Docente 2023
Um momento importante de construção sobre a perspectiva pedagógica metodológica da educação superior. Com esse olhar e buscando fornecer novas informações na formação docente, a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) iniciou, na manhã desta quinta-feira (23), mais uma edição da Jornada Pedagógica Docente. O evento marcou o início das discussões em torno da atualização do Regimento de Graduação dos cursos da Instituição.
Pela primeira vez, o evento acontece de forma híbrida, com a participação de alguns docentes de forma presencial no auditório do Departamento de Psicologia, no Câmpus I, e os demais acompanhando as atividades de forma remota, através do canal Rede UEPB no YouTube. Mais de 400 professores estão participando da Jornada, organizada pela Coordenação de Ensino Superior da PROGRAD.
Com o tema “Ensino Híbrido e Ensino Superior: desafios e perspectivas”, o evento foi aberto pela reitora da Instituição, professora Célia Regina Diniz; e pelo pró-reitor de Graduação, professor Eli Brandão. Inicialmente, a reitora deu as boas-vindas aos participantes e desejou êxito na Jornada, que segundo ela, consiste em um momento propício para o fortalecimento da formação docente. Ela afirmou que a volta da Jornada de forma presencial é motivo de celebração e de grande importância para a UEPB, visto que o evento possibilita aos docentes discutirem questões associadas ao ensino.
“Tivemos que trabalhar durante dois anos de forma remota. E durante todo esse período, a gente tem avaliado como é que tem se dado essa forma de ensino. E agora com essa atividade, vamos discutir a questão do ensino híbrido, uma temática que está sendo discutida em todas as instituições do país”, observou. A professora Celia Regina observou ainda que a Jornada possibilitará aos docentes da UEPB avaliar o uso do ensino, analisando as vantagens e eventuais prejuízos. “Tudo isso é importante porque nós temos que avaliar o tempo todo as mudanças na educação”, disse.
Pró-reitor de Graduação, o professor Eli Brandão, aproveitou o início da Jornada para anunciar o início das discussões em torno da atualização dos Regimentos de Graduação dos cursos da UEPB. Essa discussão, marcada por desafios e perspectivas, será intensificada após o início do semestre letivo 2023.1, em cada Centro e em cada curso, com o intuito de fazer com que a Universidade alcance o seu objetivo que é o de transformar os cidadãos críticos da sociedade.
A atualização de Regimento de Graduação será fundamentada em torno de três pilares, segundo o professor Eli, levando em conta o alcance das revisões em torno das novas metodologias utilizadas, o protagonismo estudantil e a flexibilização curricular. Em sua fala, o pró-reitor fez um retrospecto da história da Jornada Pedagógica, que acontece a cada semestre, mostrando os frutos já colhidos deste evento, a exemplo da criação dos Núcleo Docentes Estruturantes (NDEs) e o processo de discussão para a atuação dos Projeto Pedagógico de Curso (PPC), que ocorreu até 2015.
“Em 2016 podemos dizer que foi o nascedouro desse processo de discussão no início de cada semestre, quando a gente começou a discutir a questão de uma Universidade nova, que pudesse dialogar com as necessidades das demandas sociais, mas também como a gente realiza o ensino e as atividades acadêmicas no intra universidade”, observou. Ele ainda lembrou que a UEPB sempre fez uso das tecnologias, tendo se adaptado de acordo com a necessidade do tempo e a cada mudança tecnológica.
Início das reflexões
O ponto alto do primeiro dia da Jornada foi a mesa-redonda “Reflexões sobre o Ensino Superior, Ensino Híbrido em IES brasileiras”, ministrada pela professora Maria do Socorro de Lima Oliveira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e pela professora Vagna Rocha, pró-reitora adjunta da PROGRAD, sob a mediação do coordenador de Ensino Superior da UEPB, o professor Altamir Souto. Em sua exposição, a professora Maria do Socorro, que também é pró-reitora de Ensino de Graduação da UFRPE, destacou que as Jornadas Pedagógicas oportunizam aos docentes aprofundarem uma discussão sobre a formação numa perspectiva de construir novas metodologias e abordagem para educação superior, que tradicionalmente é voltada para o ensino presencial e a distância.
Paraibana de Picuí, a professora Maria do Socorro enfatizou que, embora tenha sido mais utilizada nos últimos dois anos, devido ao contexto da pandemia, a educação híbrida não é uma novidade. Ela sempre existiu, mas só passou a ser trabalhada devido as exigências da pandemia, quando os professores foram orientados a realizarem novas interações metodológicas a partir do uso das tecnologias de comunicação e informação. “Neste contexto, o remoto trouxe essa perspectiva da discussão sobre a presencialidade ou a não presencialidade”, afirmou.
Ela destacou ainda que a retomada das discussões sobre a hibridização do ensino, levou aos docentes novas abordagens teóricas e metodológicas, possibilitando interações entre professores e estudantes, além de criar outras perspectivas de ensino e aprendizagem. Sobre os efeitos do uso remoto no processo de aprendizagem, a professora que também é socióloga, disse que no contexto atual essas novas abordagens como novas metodologias trazem um ganho enorme. “Nós vivemos numa sociedade com muitas interações, principalmente com os recursos midiáticos e tecnológicos, onde as pessoas sentem a necessidade de incorporar novas tecnologias e novas aprendizagens”, observou.
Com esse pensamento, a professora Vagna Rocha, pró-reitora adjunta de Graduação, também destacou a importância do uso do ensino híbrido no ensino superior, no momento atual. Ela observou que a prática do ensino híbrido não é novidade na educação, principalmente a partir das metodologias ativas, que remontam às primeiras décadas do século XX. Ela fez questão de esclarecer que o ensino híbrido não é o mesmo que o ensino remoto, nem educação a distância. O que se coloca no ensino híbrido, segundo explicou a professora, é uma estratégia de potencialização de aprendizagem que permite ao aluno usar melhor o seu tempo para desenvolver atividades escolares com utilização de outras ferramentas já existentes, a exemplo das mídias digitais.
Ela acrescentou que o ensino híbrido necessariamente não depende dos recursos on-line, podendo ser feito com o uso de outras ferramentas. No entanto, a professora frisou que as ferramentas digitais ajudam a potencializar o ensino oferecendo outras alternativas de trabalho para além do que as convencionais proporcionam.
A Jornada Pedagógica seguiu no turno da tarde com a mesa-redonda “Ensino Híbrido no cotidiano das salas de aula e o Ensino Superior”, proferida pelo professor Lucas Henrique Viana, e pela professora Maria Lúcia Serafim, ambos da UEPB. Esta será mediada pela professora Eliete Correia, da mesma Instituição.
As atividades vão até sexta-feira (24) de forma remota, com a realização de várias oficinas. O evento representa o sequenciamento de um processo mais amplo de reestruturação e dinamização dos cursos da UEPB, que vem sendo desenvolvido desde a criação dos Núcleo Docentes Estruturantes, incluindo o Regimento de Graduação, a atualização dos Projetos Pedagógicos de Cursos e a realização de encontros de reflexão desde 2016.
Texto e fotos: Severino Lopes
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