Professores e estudantes da UEPB relatam experiência com tecnologias digitais para atividades letivas remotas
Em tempos de pandemia e da suspensão temporária das aulas presenciais devido às medidas de prevenção ao novo coronavírus, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) vem se reinventando na forma de compartilhar conhecimento e saberes para manter os estudantes em atividade. Para isso, a Instituição, por meio da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), recorreu às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) e vem incentivando o desenvolvimento de atividades de ensino não presenciais que buscam suprir a ausência dos conteúdos em sala de aula durante o período de distanciamento social.
Professores e alunos que estão vivenciando essa experiência gravaram vídeos relatando como está sendo essa adaptação ao momento de restrições. Vários vídeos já foram produzidos e estão disponíveis no Canal Rede UEPB no YouTube. O pró-reitor adjunto de Graduação, professor Altamir Souto explica que a PROGRAD sugeriu, e não impôs, a continuidade de componentes teóricos para ser transmitidos através das tecnologias digitais, da forma que o professor achar mais viável e com o uso dos recursos digitais de sua escolha.
Ele enfatiza que a iniciativa não visa substituir o ensino presencial pela Educação a Distância. Conforme professor Altamir, o EAD tem outra dinâmica e outras pedagogias. A pretensão com o uso das TDICs é que, a partir desses recursos, os professores possam desenvolver atividades não presenciais que visem diminuir os prejuízos causados pela suspensão temporária das aulas em decorrência da Covid-19. Altamir observa que os professores que conseguirem a anuência de 100% das turmas e tiverem desenvolvendo essas atividades, devem solicitar junto à PROGRAD um cadastro para que eles possam fazer os devidos registros acadêmicos. O formulário de cadastro para desenvolvimento e registro das atividades letivas on-line está disponível clicando AQUI.
A iniciativa, conforme explica o pró-reitor adjunto, vai contribuir para que, ao retorno das aulas, a Pró-Reitoria de Graduação possa avaliar a situação dos cursos e compactar os dias letivos. Ou seja, o conteúdo das aulas on-line deverão ser aproveitados, desde que devidamente registrados pelos professores em atividade. A adesão dos professores tem ficado dentro do esperado pela Instituição. Quando a proposta foi lançada, mais de 300 professores manifestaram interesse em ministrar as aulas virtuais. No entanto, devido à necessidade de concordância dos estudantes, esse número foi reduzido a, atualmente, cerca de 150 professores que estão ministrando as aulas on-line para um total de cerca de 400 turmas.
A professora Vagda Rocha, coordenadora de Ensino Superior da UEPB, destaca que o momento inusitado vivido atualmente exige de todos uma reorganização das atividades. “Apesar de estarmos vivendo uma pandemia, não podíamos imaginar que esta se prolongaria com a gravidade e imprevisibilidade que estamos vendo. Estamos diante do novo, do inusitado, do imprevisível, inclusive na Educação e, no caso da UEPB, no ensino superior. A suspensão das atividades presenciais aconteceu como prevenção ao avanço do novo coronavírus e o ensino não presencial é a alternativa encontrada para que os componentes teóricos dos cursos de graduação continuassem sendo ministrados. Entendemos que esta é uma medida inusitada para a extemporaneidade atual”, ressalta a docente.
Os alunos que estão acompanhando o conteúdo virtualmente também destacam a importância dessa forma de ensino diante do cenário atual. Em casa, cumprindo as recomendações de isolamento social, o estudante Wesley Henrique Medeiros dos Santos, do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, diz que as aulas não presenciais, têm sido uma experiência nova e inusitada em sua vida e destaca o empenho da UEPB, através da PROGRAD, em criar alternativas que mantenham os estudantes em atividade, mesmo que de forma remota. Ele, que está no 5º período do curso, ressalta que as aulas não presenciais são uma forma da Universidade continuar transmitindo conhecimentos e, consequentemente, ajudando a avançar na formação acadêmica, desde que resguarde os direitos de todos os discentes durante a pandemia.
Wesley comenta que “estamos num contexto inesperado e repleto de questões importantes, Não somente o ensino superior, mas também outras modalidades e níveis de ensino e de trabalho estão sendo afetados. Vidas estão em risco ou, infelizmente, chegando ao fim. Tenho participado de aulas não presenciais e posso afirmar que elas podem dar certo. Porém, devemos deixar claro que trata-se de uma alternativa diante do contexto que estamos vivendo. Trata-se de aulas predominantemente teóricas, realizadas no que chamamos de ‘ensino remoto’, um mecanismo emergencial de aulas e atividades on-line que auxiliam nossos estudos em casa e permitem um aproveitamento de parte desse tempo de isolamento social para nossa formação”.
Texto: Severino Lopes