PROGRAD divulga dados de questionários sobre perfil tecnológico de docentes e estudantes da UEPB
A Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) divulgou, nesta quinta-feira (28), os dados relativos aos questionários sobre o perfil tecnológico de estudantes e professores da Instituição. As consultas buscaram conhecer a disponibilidade e os usos da internet e das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) por parte de professores e estudantes da graduação, além de avaliar quanto e como vêm sendo desenvolvidas atividades de ensino não presenciais durante o período de suspensão das atividades letivas presenciais, determinado desde a Portaria UEPB/GR/0014/2020 e subsequentes, segundo sugestão veiculada na Instrução Normativa 001/2020.
Conforme o professor Eli Brandão, pró-reitor de Graduação da UEPB, “no início da suspensão das atividades letivas presenciais, quando ninguém imaginava que o curso dessa pandemia fosse se prolongar com as atuais proporções, para atender demanda de docentes que tinham domínio do uso de tecnologias digitais e virtuais como mediação pedagógica e turmas de estudantes, principalmente pré-concluintes e concluintes que desejavam prosseguir com as aulas, fizemos publicar a Instrução Normativa 001/2020, que faculta ao docente continuar, de forma extraordinária, ministrando componentes, desde que haja 100% de concordância dos estudantes da turma”.
A medida inicialmente adotada encontra seu fundamento no Art. 5º do Regimento dos Cursos de Graduação, que permite que 20% da carga horária total do curso seja realizada com atividades não presenciais. A medida foi logo em seguida consubstanciada pela Resolução 120/2020 do Conselho Estadual de Educação (CEE) e mais recentemente pelo Parecer 5/2020 do Conselho Nacional de Educação (CNE).
O questionário aplicado aos docentes obteve 522 respondentes. Destes, 72,80% afirmaram possuir computador e fazer uso individual do equipamento. Outros 26,63% disseram que fazem o uso compartilhado do computador, enquanto menos de 1% disseram não possuir computador. Em relação ao acesso à internet, todos os docentes responderam positivamente, sendo que 82,57% afirmaram acessar a internet pelo computador e pelo smartphone. Sobre a disponibilidade de ambiente apropriado para o desenvolvimento do trabalho em casa, 69,16% dos docentes afirmaram possuir um ambiente adequado para estudo.
Os professores foram indagados se, diante do contexto de pandemia, consideravam a possibilidade do uso das TDICs como mediação pedagógica no âmbito da graduação na UEPB. Levando em consideração os componentes teóricos, 54,02% dos docentes concordam com o uso para ministração parcial ou integral dos conteúdos curriculares destes componentes, enquanto 7,47% se posicionaram contrários. Perguntados se estavam desenvolvendo atividades não presenciais por meio das TDICs, 21,65% responderam positivamente.
Com relação ao domínio das tecnologias utilizadas, mais da metade dos docentes (56,24%) afirmou ter bom domínio e 22,12% julgam ter excelente domínio. Apenas 5,31% dos docentes afirmaram possuir domínio não satisfatório. Além disso, 51,33% dos docentes concordam total ou parcialmente em contribuir com a Universidade no compartilhamento de experiências e ministração de cursos sobre os usos educacionais das TDICs.
Já no quis diz respeito ao questionário aplicado junto aos alunos, foram recebidas 7.596 respostas válidas. Entretanto, após este número responder à primeira parte do questionário, destinada a saber da disponibilidade de recursos, passaram à segunda parte apenas aqueles que estão em atividades de ensino não presencial, resultando em um número de 1.599 estudantes. Segundo respostas à primeira questão do questionário destinado aos estudantes, 77,15% disseram possuir computador para uso individual ou compartilhado. Não possuem computador 22,85% dos estudantes participantes da consulta.
Quanto ao acesso à internet, 96,88% informaram possuir alguma forma pessoal de acesso à internet. Nessa contagem, não foram considerados aqueles que informaram acessar a rede de terceiros. Disseram não possuir acesso à internet ou não possuir por meios próprios, dependendo do uso da rede de terceiros, 3,25% dos estudantes respondentes. Perguntados sobre a disponibilidade de ambiente de estudos adequado em casa, 81,36% dos estudantes responderam “sim” ou “em parte”, enquanto 18,64% afirmaram não possuir esse espaço. Os estudantes foram questionados se, neste contexto de pandemia, consideravam a possibilidade de uso produtivo das tecnologias digitais mediação pedagógica das TDICs como forma de mediação pedagógica. Para componentes teóricos, 76,4% dos estudantes responderam que sim, parcial ou integralmente, enquanto 17,18% responderam negativamente.
Diante dos resultados obtidos com os questionários, professor Eli Brandão enfatiza que, em tempos de profundas e impactantes transformações nas formas de comunicar, produzir, informar e compartilhar conhecimento, o reconhecimento dos desiguais na sua condição de privação material não pode constituir obstáculo à luta pela superação solidária e criativa das desigualdades que os excluem, marginalizam e invisibilizam.
“O conjunto das dificuldades que ora enfrentamos convoca-nos a construir, solidariamente, alternativas ao que aparentemente está posto e que não se pode naturalizar. Não podemos aceitar complacentes que o exigido isolamento social implicará dano irremovível, incapaz de se atenuar, ao nosso trabalho docente e aos nossos estudantes de graduação. Sem desprezarmos a ordem de dificuldades que se apresentam, precisamos apontá-las objetivamente, indicando as estratégias ao nosso alcance para mitigá-las e aos seus efeitos”, ressalta o pró-reitor.
Para ele, no atual contexto de pandemia e isolamento social, entende-se ser necessário distinguir as confusas ações do Ministério da Educação (MEC) da inquietação intelectual e honesta de pesquisadores que buscam encontrar alternativas extraordinárias de desenvolver atividades, sem perder de vista o zelo pela qualidade e inclusão social, nem a missão de capacitar profissionais competentes e cidadãos críticos. “Não se trata de substituir cursos presenciais por cursos na modalidade a distância. O que temos como desafio é como prosseguir, de forma extraordinária, produzindo e compartilhando conhecimentos, com a melhor qualidade possível, garantindo a inclusão de todos, apesar da pandemia. Temos a consciência de que não possível fazer tudo. Mas queremos nos esforçar para fazer tudo que é possível”, salienta Eli Brandão.
Nos próximos dias, a Pró-Reitoria de Graduação discutirá com os gestores das unidades acadêmicas, docentes e estudantes sugestões para subsidiar a construção de uma Minuta de Resolução a ser encaminhada ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), buscando formas de garantir maior acessibilidade aos estudantes.
Os dados completos dos questionários podem ser conferidos clicando AQUI. Acesse, ainda, clicando AQUI, as considerações da PROGRAD sobre os resultados das consultas.
Texto: Tatiana Brandão