Programa de Pós em Química celebra 10 anos de atuação com realização de palestras e mesa-redonda

20 de agosto de 2025

É inegável que a química está presente em toda parte. Sendo fundamental para a compreensão do mundo ao nosso redor e para o desenvolvimento da sociedade, ela está inserida em áreas como a indústria farmacêutica, de cosméticos, alimentícia, vestuário e outros serviços indispensáveis para a humanidade. Na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) há 10 anos, o Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) tem contribuído para fortalecer a compreensão dessa área, ajudado a fortalecer a aprofundar os conhecimentos de professores(as) e pesquisadores(as).

Como forma de celebrar essa trajetória acadêmica e científica, um evento foi realizado durante toda essa quarta-feira (20), no Centro de Ciências e Tecnologias (CCT), Câmpus I, em Campina Grande. Considerado um marco que representa uma década de dedicação à formação de excelência e à produção de conhecimento com impacto regional e nacional, a data foi celebrada com palestras e uma mesa-redonda que discutiu o futuro do programa.

Presente no evento, a vice-reitora Ivonildes Fonseca destacou a relevância do PPGQ para a UEPB. Ela ressaltou que nesse período o programa tem contribuído para a ciência e enfrentado as dificuldades com resiliência e compromisso com a ciência. “Chegar aos 10 anos é uma grande vitória e motivo de festa. Queremos parabenizar a todos que fazem parte do programa, os(as) docentes, estudantes e técnicos(as). Este é um programa que funciona em uma Universidade pública e de qualidade e é reconhecido pelos órgãos superiores”, parabenizou a vice-reitora.

A primeira atividade do evento foi a palestra “Da ideia à criação: a história do PPGQ-UEPB”, ministrada pelo professor Germano Véras, um dos criadores do programa e autor da proposta pedagógica do curso. Professor Germano fez um relato histórico do PPGQ, mostrando principalmente os fatores que contribuíram para a criação do programa e o papel que ele desempenhou ao longo de uma década, desde 2008 quando a ideia surgiu, passando pela aprovação em 2015, até chegar nos dias atuais.

O que motivou o surgimento do PPGQ, conforme relatou o professor, foi uma demanda antiga que existia no Departamento e um anseio de participar do cenário nacional, com docentes e com produção adequada. Na época, todos os programas de pós-graduação na área de Química existentes no Nordeste funcionavam nas capitais. A UEPB foi a primeira a implantar o programa fora do eixo da capital.

Coordenadora atual do PPGQ, a professora Simone da Silva Simões, comemorou a data. Ela reforçou que desde sua criação o programa tem se dedicado à formação de recursos humanos qualificados, capazes de desenvolver pesquisas inovadoras que atendam às demandas locais e nacionais, sempre pautadas pelos princípios de sustentabilidade ambiental, inclusão social e viabilidade econômica. “Esta é uma data marcante muito importante para a gente. São 10 anos de luta, resistindo, formando recursos humanos de qualidade e tentando fazer a diferença no interior do Nordeste. Estamos conseguindo fazer a diferença na vida dos estudantes e uma ciência de qualidade”, disse.

Atualmente o programa tem 40 discentes inscritos e ao longo de 10 anos já contou com 91 dissertações defendidas, fora o trabalho dos pós-doutorandos. Muitos egressos estão inseridos na Universidade como docentes, como também em escolas públicas e indústrias.

A Química está em toda parte


Principal convidada do evento, a presidenta da Sociedade Brasileira de Química, Rossimiriam Freitas, proferiu a palestra intitulada “Síntese orgânica: a arte de construir o futuro”. Primeira vez em Campina Grande, a palestrante destacou a relevância do programa da UEPB, que se consolida com esses 10 anos de existência.

“Eu sinto que é um momento de extremo orgulho para todo o corpo de docentes que participa desse programa, que foi construído com muito esforço desses pesquisadores de forma individual, para consolidar um programa de tal importância no interior do estado da Paraíba”, destacou.

Para a Química brasileira é muito importante que ocorra essa capilarização do conhecimento químico em todos os estados do Brasil e regiões onde a demanda por profissionais da área exista. “O programa tem esse papel social muito importante de formar químicos que possam atuar na região e para o fortalecimento dessa área no Brasil como todo”, destacou.

Sobre o tema da palestra, ela abordou o seu trajeto na produção de trabalhos relacionados à síntese orgânica. Formada para construir novas moléculas ou substâncias que vão atuar principalmente na química medicinal para tratar doenças que fármacos ainda não existam e também na química de materiais, ela fez um relato de seu percurso nesta área.

A especialista enfatizou que a química está em toda parte, só faz bem e explica tudo em nossa volta. “A gente trabalha muito para desmistificar a química na sociedade de forma geral. Essa coisa do marketing, anunciar que a química faz mal, é muito prejudicial para a carreira de todos os nossos químicos. Então, a gente tenta reverter isso, mostrando que a química está presente no nosso dia”, observou.

Com vasta programação, o evento contou ainda com a mesa-redonda “De Aluno a profissional: o papel do PPGQ na formação de recursos humanos”, com a partição de egressos do programa, além de palestra ministrada pelo diretor do Instituto do Semiárido (INSA) e professor da UEPB, Etham Barbosa.

Texto: Severino Lopes
Fotos: Taysom Maytchael