Proinfra confecciona berços para estudantes que estão amamentando levar o bebê para a sala de aula

Proinfra confecciona berços para estudantes que estão amamentando levar o bebê para a sala de aula
17 de setembro de 2025

O sonho de mãe aliado ao sonho de conquistar uma graduação. Se por uma lado uma gravidez dura 9 meses, outra gestação mais longa, iniciada com o ingresso para um curso numa Instituição de ensino superior dura quatro anos e culmina com a conclusão da jornada acadêmica. A estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Daiane Fernandes Barbosa de Oliveira, vive um momento especial em sua vida. Há nove meses ela foi mãe de Ayla Barbosa de Oliveira. O sonho e a alegria de gerar uma vida esbarrou em um pequeno obstáculo: como estudar e ao mesmo tempo amamentar a bebê nesses primeiros meses de vida.

Para se dedicar à filha, Daiane Fernandes Barbosa, que é pernambucana, mas atualmente mora no bairro dos Cuités, em Campina Grande, solicitou a licença maternidade, e depois retomou os estudos de forma remota. Como estava se aproximando do final do curso, ela precisou assistir aulas presenciais, uma delas, da disciplina “Tratamento de Água para Abastecimento”, no 9º período, ministrada na Sala B202 do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), Câmpus I, pela professora Weruska Brasileiro.

Com a criança nos braços, ela enfrentou algumas dificuldades para fazer as anotações da disciplina e se concentrar na aula. Esperta e elétrica, Ayla Barbosa não parava quieta, e tirava a concentração da mamãe. Ao notar o coração de mãe dividida entre cuidar da recém nascida e ao mesmo tempo, seguir com o estudo, a professora e Pró-reitoria de Infraestrutura (PROINFRA), Weruska Brasileiro, encontrou uma saída para manter a mãe e a bebê juntas, sem interromper a amamentação. E a fórmula foi simples, mas inusitada. Na oficina da PROINFRA, foi confeccionado um berço Ayla. Todo material foi novo.

“Eu engravidei no ano passado e em nenhum momento passou na minha cabeça trancar ou desistir do curso Aí no começo foi bem desafiador Porque eu assistia aula com o bebê, que nessa fase ela não para quieta um minuto. Com o auxílio do berço eu consigo fazer as minhas anotações tranquila. Consigo prestar mais atenção nas aulas também. É só deixar ela no berço aqui sentadinha, brincando” contou Daiane.

Hoje, na reta final do curso, Daiane Fernandes Barbosa assiste aula tranquila, perto da filha. O bercinho, construído de forma adaptada para a sala de aula, fica entre uma carteira e outra, bem ao alcance da mãe, e sem atrapalhar os demais colegas de sala de aula. Quando Daiane Fernandes chega com Ayla é uma festa. A criança recebe mimos dos colegas. Todos querem colocá-la nos braços. Até a professora Weruska não resiste à “fofura” e ao sorriso espontâneo da bebê. A mamãe e futura engenheira ambiental, fica toda orgulhosa. Ele considerou importantíssima a ideia da Proinfra.

Com sensibilidade materna, a pró-reitora de infraestrutura, professora Weruska Brasileiro, explicou que a ideia do bercinho surgiu a partir da experiência em sala de aula de sua aluna que levava o bebê para as aulas e muitas vezes tinha dificuldade de fazer as anotações por estar com a criança nos braços.

“Como eu uso muito o quadro e faço muitas anotações, eu também não poderia segurar a bebê para ela prestar mais atenção. Nem ela também poderia fazer as anotações porque estava segurando a bebezinha. Aí eu fiquei me questionando como eu poderia ajudá-la. Foi aí que surgiu a ideia de fazer o bercinho”, explicou.

Os berços foram confeccionados pelos próprios marceneiros da PROINFRA, usando material da instituição. O equipamento é colocado ao lado da estudante, que pode ao mesmo tempo, prestar atenção nas aulas, fazer as devidas anotações, e ao mesmo tempo, prestar a atenção a bebê. “A gente, como professora, tem que dar todas as ferramentas para que o aluno possa aprender na sua sala de aula. Eu percebi que a Daiane tinha uma certa dificuldade quando trazia a Ayla para anotar” acrescentou.

Por determinação da reitora Celia Regina Diniz, que ficou encantada com a ideia, a Pró-reitoria de Infraestrutura vai confeccionar um berço para cada Centro da UEPB. No momento, a PROINFRA está confeccionando quatro berços, mas a proposta é fazer um equipamento para todos os oito Câmpus da instituição para atender as estudantes que estão amamentando levar o bebê para a sala de aula.

O próximo berço, conforme revelou a professora Weruska, está sendo confeccionado para uma mãe que estuda no Câmpus IV de Catolé do Rocha, e que também está em fase de amamentação. A professora garantiu que todas as estudantes da UEPB que tem bebês nessa fase da vida, podem solicitar os bercinhos para a sala de aula. Será uma política permanente da instituição.

Texto e fotos: Severino Lopes