Projeto Catador Digital é lançado com proposta de transformar resíduos eletrônicos em trabalho e renda

Projeto Catador Digital é lançado com proposta de transformar resíduos eletrônicos em trabalho e renda
11 de dezembro de 2025

Sustentabilidade, geração de renda, capacitação e inclusão digital. Com forte atuação nas ações de sustentabilidade e promoção da educação ambiental, em sintonia com a Agenda 2030, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) deu mais um passo importante no esforço para garantir a melhoria na qualidade de vida da população.

A UEPB se tornou uma das parceiras do Projeto Catador Digital, iniciativa desenvolvida pelo REEEcicle, em parceria com o IEC Brasil, e que visa assegurar o fortalecimento da economia circular e da inclusão produtiva dos catadores e catadoras de materiais recicláveis do Estado.

Com o intuito de transformar resíduos em oportunidades, melhorando a vida deste público, o projeto foi lançado na tarde desta quarta-feira (10), no Auditório do Centro de Arte e Cultura da UEPB, em Campina Grande. O lançamento contou com a presença do professor José Arlindo Aguiar, pró-reitor adjunto de Extensão, que representou no ato a reitora Celia Regina Diniz; do diretor executivo ICE Brasil, Welson Bispo; do presidente da Cooperativa REEEgroup, Sávio Franca; da professora do Câmpus V, Maria de Fátima Araújo; o pró-reitor de Cultura, José Cristovão de Andrade; além de representes dos municípios beneficiados com a iniciativa, gestores(as) públicos(as), pesquisadores(as), representantes da agenda socioambiental além de vários catadores(as).

Criado para promover educação ambiental, capacitação profissional e geração de renda, o “Catador Digital” nasce para reinventar a relação da população com os resíduos eletroeletrônicos. A iniciativa prevê atuação em 19 municípios paraibanos, distribuídos nos territórios do Sertão, Brejo, Agreste e na Zona da Mata, oferecendo formação técnica aos(às) catadores(as), cooperativas e ações educativas para estudantes do Ensino Fundamental I e II. Ao longo de sua atuação, vai formar mais de 200 trabalhadores(as) de materiais recicláveis. O projeto tem foco na educação ambiental, geração de renda e fortalecimento da economia circular, beneficiando cerca de três mil pessoas.

Antes da apresentação do projeto, os(as) representantes das instituições tiveram oportunidade de manifestar a sua opinião sobre a iniciativa. O professor José Arlindo Aguiar destacou que a iniciativa nasceu para transformar realidades e melhorar a qualidade de vida da população. Enfático, ressaltou que a UEPB sempre apoia iniciativas dessa natureza voltadas para a sustentabilidade e inclusão. “Aqui não se trata só de um agradecimento. É o reforço de um compromisso da Instituição com esse projeto. Esse é um projeto importante para a UEPB e certamente vai colher bons resultados”, destacou.

Coordenadora do projeto de extensão, “Mobilização, inclusão e formação de catadores de materiais recicláveis: uma experiência na cidade de João Pessoa”, a professora Maria de Fátima Araújo, detalhou como será a participação da UEPB na execução do projeto. Em sua explanação, ela enfatizou que uma das marcas da UEPB é trabalhar pela inclusão, e nesse sentido, várias iniciativas já foram realizadas.

Sobre o “Catador Digital”, a professora destacou que o projeto vai unir sustentabilidade, geração de renda e inclusão digital, favorecendo catadores(as) que receberão uma capacitação sobre o manuseio e separação dos resíduos eletrônicos que chegam muito nas associações, agregando valores econômicos a esses equipamentos. “O Projeto Catador Digital vem se somar ao projeto realizado pela UEPB, em João Pessoa. E a UEPB foi convidada como parceira. O principal objetivo é capacitar 200 catadores nesses 19 municípios”, garantiu.

Diretor executivo ICE Brasil, Welson Bispo detalhou como na prática o projeto vai funcionar. Além da questão da sustentabilidade, a iniciativa, segundo ele, vai valorizar os catadores(as) com uma formação específica, garantindo uma melhor qualidade de vida e aumento de sua renda. Durante o período de realização, o projeto pretende capacitar 200 cooperados(as), impactar 2.500 estudantes da rede pública, e coletar ao menos cinco toneladas de resíduos eletroeletrônicos, além de realizar 200 formações ao longo do cronograma estadual.

A ideia é que os(as) estudantes possam alimentar essa cadeia de sustentabilidade. Ao longo do projeto, as escolas vão trabalhar temas como descarte correto, economia circular e impactos ambientais, conectando formação, educação e sustentabilidade. O projeto, conforme explicou Welson Bispo, começa com a capacitação que será feita durante três meses, entre janeiro e março de 2026, promovendo uma consciência ambiental para alimentar essa cadeia.

Presidente do REEGgroupe, além de ser o fundador do Reecicle e do IEC Brasil, Sávio França disse que o projeto não poderia ter um parceiro melhor a não ser a UEPB. “A gente não poderia ter um parceiro mais estratégico e de maior envergadura nesse momento para iniciarmos o projeto. Quando entramos em contato com a professora Maria de Fátima, nós sabíamos da grande contribuição que a UEPB poderia dar. Até mesmo pela história que a UEPB tem em fazer um trabalho diferenciado com esse público. Uma Universidade extremamente comprometida”, enfatizou.

O projeto paraibano foi um dos dez vencedores do edital da Entidade Administradora de Faixa (EAF), criada por determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para realizar a implementação de infraestruturas de políticas públicas de telecomunicações e implantação do 5G no Brasil. Na Paraíba serão beneficiados os municípios de Alagoa Grande, Alagoa Nova, Aroeiras, Boqueirão, Cajazeiras, Catolé do Rocha, Conceição, Guarabira, Itabaiana, Mogeiro, Monteiro, Patos, Pombal, Princesa Isabel, Queimadas, São Bento, São João do Rio do Peixe, Sousa e Tavares. As atividades serão descentralizadas e acontecerão a partir de janeiro.

O “Catador Digital” reúne uma ampla rede que inclui Ministério Público, Federação das Associações de Municípios da Paraíba (FAMUP), Ministério Público do Trabalho (MPT), Secretarias Estadual e Municipais de Meio Ambiente, Universidade Estadual da Paraíba, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Coordenação Estadual de Economia Solidária, além de cooperativas, associações e lideranças comunitárias.

Texto e fotos: Severino Lopes