Projeto de extensão contribui para competência informacional de jovens estudantes de escolas públicas
Idealizado para auxiliar estudantes de escolas públicas de Campina Grande a lidar com a realidade de hiperinformação e desinformação, o projeto de extensão “Competência em Informação e Práticas Científicas nas Escolas Públicas de Campina Grande – Coinfo Escola”, vinculado ao programa “Da ação cidadã às redes sociais científicas: os laços e possibilidades da ciência aberta na UEPB”, têm empreendido diversas ações na Escola Cidadã Integral Itan Pereira na busca por preparar os jovens para encontrar informações de confiança e que sejam relevantes diante do manancial informativo da sociedade contemporânea.
Aprovado no edital do Programa de Bolsas de Extensão (PROBEX) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) para a cota 2022/2023, o projeto é realizado desde 2020, mas, por conta da pandemia precisou se reinventar por meio das oficinas remotas. As atividades são inseridas em um espaço da disciplina de pesquisa dessa escola voltada aos alunos dos anos finais do ensino médio.
A coordenadora do projeto, a bibliotecária Camile de Andrade, explica que no início o projeto empreendeu ações para ensinar os estudantes a realizar pesquisas na Internet, mas, com o tempo outras necessidades foram identificadas a partir das demandas que os próprios alunos traziam para a equipe. Assim, temáticas sobre o ingresso na universidade, matrículas, bibliotecas, as vivências no ambiente acadêmico e outras questões, além da informação formal, passaram a fazer parte do planejamento do projeto.
“Muitas vezes encontramos esses alunos perdidos na avalanche da Internet, e o ‘Coinfo Escola’ vem com ações de oficinas, exercícios, alguns jogos e metodologias que alcancem essas pessoas e ensinem os alunos a buscar informações de confiança na Internet. Expandimos esse conhecimento para os alunos não só pensando em informação, não só visando o ensino formal, mas também o informal. Quando você vai para a universidade que tem os nichos de ensino, pesquisa e extensão e existem coisas que você só vai aprender na prática, eles se sentem inseguros, então a gente tenta desmistificar o ambiente da Universidade”, destacou Camile.
Em 2022 o projeto pretende dar continuidade às ações em outras instituições, oferecendo parcerias e motivando a participação das escolas por meio das oficinas sobre temáticas da atualidade e inserções práticas de forma a contribuir socialmente com a vida dos estudantes. Tal proposta contribui diretamente quer seja pelas ações desenvolvidas na escola, quer seja por meio do perfil do projeto nas redes sociais (@coinfouepb).
“Buscamos tirar as dúvidas deles sobre o ambiente acadêmico fazendo essa ponte entre escola e universidade, transcendendo aí os muros da academia dando essa devolutiva para a comunidade. Os alunos gostam muito e ficam muito curiosos para conhecer esse ambiente que é tão distante e ao mesmo tempo tão próximo”, ressalta a bibliotecária.
Além da contribuição social para a vida dos estudantes das escolas atendidas, o “Coinfo” também atua na formação dos extensionistas, estudantes de graduação de cursos de licenciatura da UEPB que têm a oportunidade de integrar a equipe, vivenciar um pouco da experiência de sala de aula e aprimorar ou desenvolver suas competências informacionais. É o que relata a estudante do curso de Geografia e extensionista, Josiete Batista. “O projeto impactou positivamente a minha formação, pois, foi através dele que eu pude entender a importância do letramento informacional, principalmente na sociedade atual com o excesso de informação na Web, as quais nem sempre são relevantes para as nossas pesquisas. O projeto buscou, a partir das oficinas, trazer autonomia na hora de navegar pela web em busca de informações que possam contribuir e enriquecer nossos trabalhos acadêmicos”, explicou Josiete.
Durante a pandemia o projeto precisou readequar suas ações, e as oficinas foram realizadas de forma remota pelo Google Meet trazendo temas considerados relevantes para que os alunos pudessem selecionar e avaliar as informações na Web. Ao todo, ao longo do ano de 2021, foram desenvolvidas seis oficinas com as seguintes temáticas: técnicas de estudo e escrita, como apresentar seminários, vivências da Universidade, fontes de informações confiáveis na web, normas da ABNT, temas atuais e redação para o Enem, além de temáticas escolhidas pelos próprios alunos e colaboradores do projeto.
Para a coordenadora pedagógica da Escola Itan Pererira, atendida pelo projeto, Daienne Gomes, o “Coinfo Escola” é importante, “pois faz com que os alunos tenham contato com o mundo acadêmico da universidade bem antes de ingressar nela. Interativo, além de desenvolver as atividades rotineiras como as oficinas esclarecendo sobre dúvidas de assuntos como regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas, fake news, fontes confiáveis de informação entre outros, a equipe também consulta os estudantes sobre que oficinas eles gostariam de receber e somam estas necessidades ao planejamento” avalia.
Ciência aberta
O “Coinfo” é um projeto de extensão que faz parte do Programa Ciência Aberta. Além dele outros quatro projetos compõem o programa na cota 2022/2023: “Comunica UEPB: o despertar da consciência crítica e o combate à desinformação como ações de comunicação extramuros”, “Nas Trilhas da Difusão Científica: a visibilidade dos projetos do Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba” e “Rede de Produção e Adaptação de Materiais Informacionais na Biblioteca do Câmpus V por meio do Sistema Integrado de Bibliotecas Acessíveis” e “Biologia sem Fronteiras: a difusão e popularização da biologia a partir das redes sociais”.
Conforme a coordenadora do programa, a bibliotecária Danielle Harlene, o objetivo do Ciência Aberta é “desenvolver iniciativas que, relacionadas aos pilares da ciência cidadã e redes sociais científicas, possibilitam a difusão, divulgação, comunicação, acesso e fluidez das informações vinculadas ao universo educacional e científico”, disse.
Por meio de um trabalho em conjunto com diversos projetos, o Ciência Aberta planeja as suas ações em busca de externar contribuições advindas da academia para a sociedade de modo geral. Coordenado por técnicas administrativas dos câmpus I e V, com formação nas áreas de Comunicação, Biblioteconomia e Biologia, o programa utiliza as mídias sociais, sobretudo Instagram e YouTube, como facilitadoras nesse processo de construção do conhecimento interdisciplinar.
Texto: Josineide Barbosa (Estagiária)
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