Projeto de extensão contribui para qualidade de vida no ambiente de trabalho na Embrapa Algodão
Um dos grandes desafios da atualidade é a promoção do bem-estar numa sociedade que se movimenta cada vez menos. A constante interação com telas, desde o trabalho até os momentos de lazer, tem deixado as pessoas cada vez mais sedentárias e suscetíveis aos malefícios da falta de movimento corporal.
Com o objetivo de combater os efeitos do sedentarismo no ambiente de trabalho, a Comitê de Clima Organizacional e Qualidade de Vida no Trabalho da Embrapa Algodão, em parceria com o Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), vem desde maio 2022 incentivando trabalhadores a praticarem a cinesioterapia laboral através do projeto de extensão “Fisioterapia na Saúde do Trabalhador”. Além da Embrapa, o projeto atende afecções reumáticas nas quartas-feiras, pela manhã, na Clínica Escola de Fisioterapia, sob a coordenação do professor Alysson Lucena, e a extensionistas Alecsandra Tomaz.
A cinesioterapia labora, como o nome sugere, consiste em exercícios de curta duração, compostos por movimentos simples que combinam técnicas de alongamento e respiração, realizados no ambiente de trabalho. Segundo José Mateus Américo da Silva, estudante de Fisioterapia e participante do projeto, os benefícios da cinesioterapia laboral vão muito além bem-estar físico. “Traz qualidade de vida, fortalecimento e mobilidade. Além do alívio de dores, promove também o relaxamento, já que temos um espaço de meditação após o circuito de exercícios”, disse.
A equipe atende profissionais de diversos setores da empresa em sessões que ocorrem todas as segundas-feiras e podem ser coletivas ou individuais. No caso do atendimento coletivo, a primeira turma ocupa horário das 8h às 9h, enquanto a segunda se exercita das 9h às 10h, participando de um circuito que conta com alongamentos globais, técnicas de alongamento, fortalecimento, relaxamento, trabalho respiratório e exercícios de fortalecimento e funcionais.
Para a técnica de laboratório Bruna Santana, a cinesioterapia laboral vem rendendo resultados positivos e já faz parte do dia a dia tanto no trabalho quanto fora dele. “Parei de ter dores musculares devido ao trabalho repetitivo. Eu até aprendi a fazer mais exercícios no decorrer do meu dia de trabalho. Faço agachamentos, alongo os braços e ensino tudo a minha mãe e meus filhos”, relata.
No caso das sessões individuais, apenas duas pessoas são atendidas nos mesmos horários das sessões coletivas, contando com uma hora de tratamento aprofundado para cada. Esse formato permite que problemas específicos de saúde sejam identificados e tratados. Segundo o técnico em Agropecuária, Gleibson Dionízio Cardoso, sua saúde teve uma melhora significativa após o início da prática dos exercícios.
“Eu tenho protusão na cervical, no tórax e na lombar, mas quando eu comecei a fazer o tratamento aqui no projeto, foi mais por causa do problema na cervical. A ginástica laboral me ajuda muito. A gente tem o alongamento e aqueles exercícios, por mais que não sejam de carga, fortalecem a musculatura e hoje eu me sinto bem mais tranquilo para passar muitas horas sentado no computador. As tensões e dores diminuíram em torno de 90%”, destacou.
A coordenadora do projeto de extensão, professora Alecsandra Tomaz, destacou o trabalho que vem sendo feito na Embrapa, uma vez que a melhoria na condições física dos(as) trabalhadores(as) tem sido evidente. “Nossa avaliação é bastante positiva e expressa na procura. Veja só: tínhamos apenas um grupo de participantes da Escola de Posturas-cinesioterapia laboral. Hoje, pela demanda, temos dois grupos e mais os atendimentos individuais. Ademais, devido à demanda, também estendemos essa assistência aos trabalhadores que procuram nossa Clínica Escola. No semestre passado era apenas um dia, esse semestre já temos dois dias e a demanda ainda elevada”, destacou.
O atendimento individual pode se estender por dez sessões e existe um rodízio de pacientes para que o máximo de pessoas possam ter a oportunidade de receber esse tratamento personalizado. Apesar disso, funcionários que já passaram pelas sessões individuais podem voltar a ser atendidos pelo projeto, assim como promete Gleibson. “Eu fiz dez sessões, mas como apenas duas pessoas são atendidas por vez, eu ainda não tive a oportunidade de voltar. Pretendo ir novamente”, projetou.
Para a técnica Carla Gameleira, integrante do Comitê de Clima Organizacional e Qualidade de Vida no Trabalho, a cinesioterapia laboral tem efeitos visíveis nos colegas que a praticam. “A gente percebe que tem uma redução do estresse. As pessoas ficam mais leves”, afirma.
Texto e fotos: Luana Medeiros (Estudante de Jornalismo)
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