Projeto de extensão desenvolve ações de combate à desinformação com docentes e estudantes do ensino médio
Desinformação, pós-verdade, fake news são as faces de um tempo em que as relações entre as pessoas são permeadas por preconceitos, violências, negacionismo e cultura de ódio, com forte ameaça às democracias e o cerceamento do acesso à informação factual. Diante dessa conjuntura, o projeto de extensão “Comunica UEPB: o despertar da consciência crítica e o combate à desinformação como ações de comunicação extra-muros”, que é desenvolvido no Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), tem realizado diversas oficinas que auxiliam no combate à desinformação e no desenvolvimento da competência crítica em informação junto à população atendida pela iniciativa.
Vinculado ao Programa “Da ação cidadã às redes sociais científicas: os laços e possibilidades da ciência aberta na UEPB”, o projeto é coordenado pela assessora de comunicação, que também é doutoranda em Ciência da Informação, Juliana Marques, e conta com a participação das bibliotecárias, Danielle Harlene e Liliane Braga Holanda, dos estudantes do curso de Arquivologia, Douglas Santana e Gabrielle Torres, da doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense, Ana Paula Alencar, e do grupo de clown formado por Sales Juan, Caroline Andrade e Carlos Silvio da Silva.
O projeto também tem a parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do Programa de Combate à Desinformação desenvolvido pela corte junto a diversas entidades, dentre elas a UEPB. A articulação permite que o público atendido tenha acesso a conteúdos digitais e físicos produzidos por parceiros com a temática do enfrentamento à desinformação e sobre o papel da Suprema Corte na preservação do Estado Democrático de Direito.
De acordo com a coordenadora do projeto, já foram realizadas oficinas com estudantes de cursos de graduação em Arquivologia, Educação, Comunicação, pós-graduação em Ciência da Informação, Educação, e agora a iniciativa está voltada para o público do ensino médio. Inicialmente está sendo atendida a Escola Estadual Cidadã Integral Técnica Prefeito Oswaldo Pessoa, em João Pessoa.
“Realizamos oficinas com os professores desta Escola, ministradas por uma pesquisadora que é especialista em Mídia, Tecnologia da Informação e Novas Práticas Educacionais, porque queríamos demonstrar como eles poderiam utilizar o conhecimento da Competência Crítica em Informação e da Educomunicação nas atividades de sala de aula. Em paralelo, iniciamos os diálogos com os estudantes de ensino médio, para que eles entendam o papel dos jovens no enfrentamento à realidade de desinformação. A perspectiva é que eles sejam agentes multiplicadores desses conteúdos”, explica Juliana.
Segundo acrescentou Juliana Marques, o conteúdo ministrado é adaptado ao público atendido, mas, em linhas gerais, apresentam-se os conceitos básicos sobre a desinformação e as nuances dessa conjuntura; como identificar fake news; a importância do processo de checagem da informação; quais as ações implementadas para contrapor essa realidade e qual o papel de cada pessoa diante disso. “Buscamos articular o formato das oficinas às demandas das pessoas a quem elas se destinam. Então, no caso das ações com estudantes do ensino médio, por exemplo, utilizamos dinâmicas, uma esquete com um grupo de palhaços que é nosso parceiro, jogos e um momento de conversa. Os elementos lúdicos e de humor nos ajudam a contemplar questões que são delicadas diante de uma realidade que vivenciamos em nosso país, com tanta intransigência e falta de diálogo sobre essas questões”, avalia.
O projeto segue com ações ao longo do ano e, a partir dos resultados alcançados, pretende-se ampliar a ação para outras unidades escolares do Estado.
Fotos: Gabrielle Torres
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