Projeto de extensão do Câmpus V apresenta adaptação do livro infantil “Bia Baobá” para o Braille

7 de abril de 2021


Um horizonte de possibilidades, novas formas de aprender, conhecer o mundo, viajar sem sair do lugar, assim é para quem lê. No caso das crianças, a leitura e o universo lúdico que é construído pelos livros, tornam-se peças fundamentais no processo de alfabetização e construção de habilidades linguísticas e emocionais. Porém, há uma parcela da população que ainda precisa ser contemplada na produção de materiais bibliográficos: as pessoas com deficiência visual. A criação do sistema braille e os diversos dispositivos tecnológicos e softwares voltados à inclusão desse público certamente permitem avanços, mas, ainda assim, há a necessidade de adaptar obras que podem trazer ensinamentos que vão além do que as tecnologias conseguem oferecer, sobretudo no caso do conteúdo para crianças.
Diante disso, a partir de um convite da bibliotecária do Câmpus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Ana Lúcia Leite, após a articulação com a bibliotecária Marília Pereira, a coordenadora do projeto de extensão vinculado ao Câmpus V da UEPB, “CampusVin: campus V inclusivo”, Soraia de Souza, e a professora Bruna Adrielly de Almeida, que possuem experiência na confecção de recursos didáticos para pessoas com deficiência visual, foi realizado um trabalho de adaptação do livro infantil “Bia Baobá” para o Braille. A obra adaptada foi apresentada nesta terça-feira (6), numa live transmitida pelo canal do Câmpus V no Youtube. A abertura do evento contou com uma apresentação cultural de Betinho Feliciano.

Durante o evento, as participantes da mesa de diálogo apresentaram o processo de adaptação do livro do escritor Itamar Morgado. “Foi um grande desafio realizar essa adaptação, sobretudo por ser um livro com quase 30 páginas, com ilustrações muito ricas o que exigiu de nós um esforço no sentido de permitir que as pessoas com deficiência visual conseguissem ‘ver’ com a palma das mãos o livro com as características principais dele. A gente queria não só passar a descrição da imagem. Então, as linhas dos desenhos são bem infantis, a Bia, que sempre aparecia nas ilustrações com um chapéu e um vestido triangular foi feita em alto-relevo preservando essas características. Enfim, foi um trabalho árduo, que realizamos desde 2019, mas, no fim é gratificante ver o resultado alcançado”, avalia Bruna Andrielly.
Na oportunidade, a bibliotecária Ana Lúcia Leite, que auxiliou na revisão do livro, lembrou que atualmente a UEPB conta com um Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) que funciona no Câmpus I e presta assistência aos estudantes, técnicos e docentes com alguma deficiência que necessitem de acesso ao acervo da biblioteca e outras demandas da vida acadêmica e no Câmpus V há o serviço denominado “SIB (Sistema Integrado de Bibliotecas) acessível”. A bibliotecária destaca que após o período de pandemia a perspectiva é que esse trabalho de adaptação das obras possa se intensificar, inclusive com a constituição de uma rede colaborativa entre a UEPB, UFPB e IFPB para que as obras das bibliotecas sejam disponibilizadas num repositório que ficará disponível para os estudantes com deficiência das instituições.

A professora Soraia de Souza planeja realizar, assim que for permitido, um lançamento da versão adaptada do livro Bia Baobá no Instituto dos Cegos para que as crianças que utilizam os serviços da instituição possam usufruir do livro.
Texto: Juliana Marques